Toxicodependência

A toxicodependência é uma doença do foro psicológico desencadeada pelo consumo de substâncias ilícitas de forma repetida.

Toxicodependência

A toxicodependência é uma doença do foro psicológico desencadeada pelo consumo de substâncias ilícitas de forma repetida. Uma vez que acarreta uma série de consequências negativas drásticas, torna-se necessário compreender o que se pode fazer para prevenir o início do consumo.

 

A intervenção precoce com foco na toxicodependência acontece maioritariamente na escola, no entanto ela pode acontecer em qualquer contexo cultural, ambiental, social, etc (Sousa, & Neves, 2013).

Toxicodependência está associada ao consumo de droga, o qual, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) diz respeito a “qualquer entidade química ou mistura de entidades (mas outras e não aquelas necessárias para a saúde, como por exemplo, água e oxigénio) que alteram a função biológica e possivelmente a sua estrutura” (Andrade, Helnger, Fontes, & Gonçalves, 2014, p. 3).

Existem três características do consumo de drogas: tipos de sustâncias, características do indivíduo e contexto em que ele vive (Andrade, Helnger, Fontes, & Gonçalves, 2014; Sousa, & Neves, 2013).

Concluímos que a toxicodependência é uma doença do foro psicológico ao nível pessoal e relacional, porque advém do próprio indivíduo e das relações que ele estabelece (Sousa, & Neves, 2013).

Muito relacionado com a toxicodependência é o contexto familiar do indivíduo, pois vários estudos indicam que relações familiares favoráveis podem contribuir para a menor probabilidade de consumo de drogas e relações familiares desfavoráveis podem contribuir para o contrário (Sousa, & Neves, 2013).

Os estudos de Andrade, Helnger, Fontes e Gonçalves (2014) mostram a evidência de relação entre o consumo de drogas e o envolvimento dos pais ou da família com álcool e drogas, ausência de apoio, família monoparental, ausência de hábitos religiosos, não praticar desporto, entre outros.

Existe ainda a influência dos pares, que leva os indivíduos a consumir para se enturmarem, tornando-os dependentes (Andrade, Helnger, Fontes, & Gonçalves, 2014; Sousa, & Neves, 2013).

No contexto escolar é mais frequente pois os adolescentes estão mais vulneráveis, o que faz, muitas vezes, com que pensem no consumo como parte do desenvolvimento e que irão parar mais tarde (Andrade, Helnger, Fontes, & Gonçalves, 2014).

Impulsividade, baixa auto-estima, ansiedade, agressividade, entre outros fatores, estão também bastante associados ao consumo (Sousa, & Neves, 2013).

Tipos de drogas

Outra especificidade do consumo é que as drogas não são todas iguais e não provocam sempre o mesmo efeito, ou seja: estimulantes (anfetaminas e cocaína que estimulam o Sistema Nervoso Central) e provocam apatia, sono prolongado, irritabilidade, depressão e desorientação; depressores (álcool, opiáceos, barbitúricos e tranquilizantes do Sistema Nervoso Central) que se manifestam com remores, sudação, náuseas, dores musculares e vómitos; alucinogénicos (LSD, mescalina, psilocibina, entre outros) que aumentam a pressão sanguínea, a temperatura, a distorção da noção de tempo e espaço, a euforia, a depressão e alucinações visuais; canabinóides (Cannabis sativa, como marijuana e haxixe) que provocam agitação, bem-estar gradual, relaxamento e distorção da percepção do tempo (Sousa, & Neves, 2013). Esta última, interrompida repentinamente, pode provocar irritabilidade, perda de apetite, insónia e aumento de temperatura (Sousa, & Neves, 2013).

As constantes mudanças emocionais, físicas e fisiológicas na adolescência, muitas vezes, também influenciam o consumo (Andrade, Helnger, Fontes, & Gonçalves, 2014).

Prevenção de comportamentos toxicodependentes

Comunidade, família, escola, indivíduo, cominadas entre si, são a melhor forma de fazer prevenção (Sousa, & Neves, 2013).

Como podemos adotar estas estratégias? Educando os indivíduos para que se construam relações saudáveis e melhorar os contextos socioculturais em que eles estão inseridos (Sousa, & Neves, 2013).

É imprescindível a participação da família e o seu acompanhamento, na recuperação do jovem toxicodependente, uma vez submetido ao tratamento de recuperação (Andrade, Helnger, Fontes, & Gonçalves, 2014).

Podemos ainda realizar uma prevenção primária, antes de começar o consumo, uma prevenção secundária quando já houve contato com drogas, para diminuir o consumo, ou prevenção terciária que junto de indivíduos toxicodependentes, reduzindo as consequências do consumo (Sousa, & Neves, 2013).

Outra forma de criar estratégias de prevenção é com a utilização de informação com mensagens que visam evitar ou alterar comportamentos, a educação, recorrendo à aprendizagem de comportamentos com mensagens de promoção das competências de auto-conhecimento e confiança, integrativas, dirigidas a grupos com vista à promoção da responsabilidade coletiva, e ainda repressivas, em que se opta por limitar e interditar comportamentos aditivos (Sousa, & Neves, 2013).

Conclusão

Verifica-se que a toxicodependência é uma doença do foro psicológico bastante pesada e que acarreta várias preocupações tais como os fatores influentes a ela associados, os tipos de droga existentes e a necessidade de procurar formas de prevenção precoce do consumo. Muitas vezes a prevenção acontece já depois do ato consumado, pelo que se torna necessário realizar a intervenção já do ponto de vista da recuperação. Por esse motivo, é imprescindível que a comunidade, a família, o sistema educativo e o próprio indivíduo, procurem estar sempre a par da informação necessária para compreender o mundo da droga no sentido da prevenção.

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References:

  • Andrade, N.S., Helnger, E.M., Fontes, A.A., & Gonçalves, C.M. (2014). DROGA E ADOLESCÊNCIA. [em linha] PT. O PORTAL DOS PSICÓLOGOS. Acedido a 24 de março de 2016 em http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0832.pdf
  • Sousa, M., & Neves, G. (2013). PREVENÇÃO DAS TOXICODEPENDÊNCIAS EM CONTEXTO ESCOLAR. [em linha] PT. O PORTAL DOS PSICÓLOGOS. Acedido a 23 de março de 2016 em http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0663.pdf
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