Psicologia do desporto

A psicologia do desporto visa compreender as limitações do atleta e como o psicólogo do desporto pode intervir junto todos os intervenientes envolvidos.

Psicologia do desporto

A psicologia do desporto visa compreender as limitações do atleta no que diz respeito ao desporto praticado e como o psicólogo do desporto pode intervir junto todos os intervenientes envolvidos. Uma vez que o desporto não se faz de forma isolada, referimo-nos tanto aos atletas, sejam eles de alta competição ou não, às famílias, aos treinadores, aos árbitros, entre outros.

Segundo as pesquisas de Gouveia (2001) a psicologia do desporto visa compreender o modo de pensar, as emoções e os comportamentos dos desportistas de competição, de acordo com a sua performance, uma vez que o desporto afecta diretamente o comportamento dos indivíduos.

Aliada à compreensão do comportamento do desportista, a psicologia do desporto pretende ainda promover estratégias que melhorem o rendimento e o bem-estar dos atletas, começando por entender de que forma se sentem afectados e em que medida esses obstáculos interferem na sua saúde física e mental (Teques, s.d.).

Os obstáculos que mais parecem afectar os atletas, principalmente os de alta competição, são o stresse e a ansiedade constantes, que se alastram ainda para odos os intervenientes da prática desportiva, ou seja, falamos dos treinadores, das famílias, dos árbitros e outros envolvidos, devido às sistemáticas exigências a que o desporto obriga (Cruz, 1996).

Por esse motivo, a intervenção psicológica no desporto, deve incidir precisamente em técnicas de redução do stresse e da ansiedade, uma vez que esta pode ter efeitos de quebra no rendimento dos atletas, chegando a levar ao abandono da prática (Barbosa, 1996; Cruz, 1996).

Algumas das competências do psicólogo do desporto são:

  • Avaliação e diagnóstico;
  • Planificação e cooperação com organizações desportivas;
  • Intervenção em conjunto com o treinador, no sentido de melhorar a sua eficácia;
  • Educar e formar todos os agentes intervenientes na actividade;
  • Estudar a actividade desportiva.

(Teques, s.d., p.4).

Estas técnicas realizam-se ao ajudar o atleta a activar pensamentos positivos e de auto-confiança, definição de objectivos e promoção da motivação (Cruz, s.d.).

Barbosa (1996) refere efeitos bastante positivos e eficazes, uma vez identificadas as fontes de stresse e de pressão psicológica, que serão então controladas depois de compreendida a relação entre estas e a prática desportiva em si.

Para Teques (s.d.) após esta análise, é necessário trabalhar competências psicológicas como activação, atenção e concentração, motivação e auto-confiança, emoções, estratégias de confronto competitivo e relações entre os atletas, podendo algumas ser trabalhadas individualmente e outras em grupo.

Gouveia (2001) acrescenta ainda na intervenção psicológica desportiva, a compreensão das regras a cumprir em competição bem como a relação força-destreza-estratégia que têm de estar sempre presentes.

Consequências negativas na performance do desportista, causadas pela ansiedade e pelo sresse

Cruz (1996) refere que, quando negligenciadas as dificuldades e limitações dos atletas, a ansiedade e o stresse afectam diretamente o seu bem-estar físico e psicológico e podem mesmo levar ao abandono da competição devido ao medo da ameaça e à vulnerabilidade resultante de falta de confiança, competição entre atletas ou mesmo lesões desportivas.

O que muitas vezes dificulta o entendimento de famílias e treinadores é o facto de muitos atletas apresentarem sistematicamente resultados excelentes, enquanto outros, mesmo treinando com as mesmas estratégias e tendo as mesmas competências e possibilidades, ficarem abaixo dos resultados esperados (Cruz, s.d.).

Algumas das fontes de stresse e ansiedade que levam ao baixo rendimento dos atletas, são identificadas no que concerne ao reconhecimento do atleta no que diz respeito às suas competências e à sua auto-estima, e relativamente às quais, o medo de falhar está frequentemente presente (Barbosa, 1996).

Conclusão

É possível compreender que a psicologia do desporto intervém essencialmente no que concerne à ansiedade e ao stresse, devido às consequências que estes dois obstáculos podem surtir quando não se lhes dá a devida atenção. É esperado que o psicólogo consiga, junto de todos os intervenientes, compreender e ajudar o atleta a identificar as fontes que lhe criam tais obstáculos, no sentido de avaliar o seu grau de influência na performance dos indivíduos que praticam determinado tipo de desporto. A partir daqui, definir-se-ão estratégias adequadas a cada indivíduo, esperando-se que as mesmas diminuam a ansiedade e o stresse e desse modo não prejudiquem o seu rendimento desportivo.

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References:

  • Barbosa, L.G.S. (1996). STRESS, ANSIEDADE E ESTRATÉGIAS DE CONFRONTO PSICOLÓGICO DO ANDEBOL DE ALTA COMPETIÇÃO. Braga: Universidade do Minho;
  • Cruz, J.F.A. (s.d.). A preparação mental e psicológica dos atletas e os factores psicológicos associados ao rendimento desportivo. Áreas temáticas. Acedido a 29 de Janeiro de 2016 em http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/4200/5/2-Gomes%20%26%20Cruz-TCP-Treino%20Desportivo.pdf
  • Cruz, J.F.A. (1996). Manual de Psicologia do Desporto. Braga: S.H.O. – Sistemas Humanos e Organizacionais, Lda;
  • Gouveia, M.J. (2001). Tendências da investigação na psicologia do desporto, exercício e actividade física. Análise Psicológica, 1 (xix): 5-14. Acedido a 29 de Janeiro de 2016 em http://publicacoes.ispa.pt/index.php/ap/article/view/339/pdf ;
  • Teques, P. (s.d.). A importância da Psicologia no Desporto. ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCOLAS DE FUTEBOL – APEF. Acedido a 30 de Janeiro de 2016 em http://luvaspretas.com/Ficheiros_PDF/A%20import%C3%A2ncia%20da%20psicologia%20no%20desporto.pdf
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