A perturbação do orgasmo é diagnosticada quando se verificam alterações do foro clínico na capacidade de atingir o climax. Maioritariamente, o problema está associado ao sexo feminino, embora tal não seja exato.
Lucas, Oliveira e Monteiro (2009) abordam o tema evidenciando que a atividade sexual é algo natural, mas que, por vezes, pode, por vezes, ser alterada pela perturbação do desejo sexual, quando o bem-estar físico, psicológico e sociocultural, ficam comprometidos (Lucas, Oliveira, &Monteiro, 2009). Este comprometimento que origina perturbações associadas acaba por se traduzir na alteração do desejo sexual, com mais frequência na mulher do que no homem (Lucas, Oliveira, &Monteiro, 2009).
Estas perturbações impedem que se desfrute satisfatoriamente da atividade sexual uma vez que se trata de disfunções sexuais, ou seja, alterações que fogem dos padrões normais de interesse e na resposta sexual (Lucas, Oliveira, &Monteiro, 2009).
A característica principal para se verificar a presença de uma perturbação do orgasmo consiste numatraso persistente ou recorrente ou mesmo ausência de orgasmo a seguir a uma fase de excitação sexual normal em que as mulheres exibem uma enorme variabilidade do tipo ou intensidade de estimulação que desencadeia o orgasmo (dsm).
Para se poder fazer uma correta avaliação e respetivo diagnóstico é necessário basear-se no juízo clínico de que a capacidade do orgasmo é menor do que seria razoável para a sua idade que ela recebe (dcm). A perturbação tem de provocar acentuado mal estar ou dificuldade interpessoal (dcm).
De acordo com o DSM-IV-TR (2006) a disfunção explica-se, não só, com base no estado físico do indivíduo mas no seu estado geral em termos clínicos.
Perturbações e características associadas
Segundo o DSM-IV-TR (2006) é ainda importante referir que não existe qualquer associação entre padrões específicos de traços de personalidade ou psicopatologia disfunção do orgasmo. Mais frequentemente sofrido pela mulher, pode trazer constrangimentos acerca da imagem corporal, autoestima ou mesmo a satisfação no relacionamento. De acordo com estudos, a capacidade de atingir o orgasmo é frequentemente e indivíduos com histórico clínico crónicos como a diabetes ou neoplastias da pélvis que causam mais dificuldade na fase da excitação da resposta sexual.
Como evolui
Considerando que a capacidade de orgasmo nas mulheres pode aumentar com a experiência sexual, a disfunção do orgasmo pode ser mais comum nas mulheres jovens. A maioria das disfunções prolonga-se pela vida, contudo, uma mulher que consegue atingir o orgasmo na normalidade, não é comum perder a capacidade exceto se um estímulo externo venha a provocar a situação tal como uma comunicação sexual pobre, um conflito no relacionamento, uma experiência traumática como por exemplo uma violação, uma perturbação do humor ou um estado físico geral.
Tratamento
A presença de uma perturbação do orgasmo não é diagnosticada de forma independente, associada a um tratamento específico, porém, os estudos de Lucas, Oliveira e Monteiro (2006) evidenciam, com o desenvolvimento da experiência clínica, que é necessário, investir em procedimentos que visem terapias mais adequadas para intervir numa situação de dificuldade em atingir o orgasmo.
A identificação e o tratamento das disfunções sexuais femininas são muito importantes dado que, apesar da crença da maioria dos clínicos de que o tratamento das disfunções sexuais não é uma prioridade “médica”, a disfunção sexual muitas vezes conduz problemas de autoestima, à depressão e à alienação para com o parceiro (Lucas, Oliveira, & Monteiro, 2009).
Conclusão
As perturbações do orgasmo impedem que o indivíduo consiga experienciar o ponto climax da relação sexual mesmo que exista excitação. Muitas vezes causam frustração e resultam em ressentimento ou, ocasionalmente, geram aversão por qualquer ato sexual.
No entanto, é importante que cada pessoa vive a sensação de forma diferente, embora se observem maiores índices de perturbação e oscilação no sexo feminino, apesar de que o quadro clínico pode ser observado em ambos os sexos.
References:
- AMERICAN PSYCHIATTRIC ASSOCATION (2006). DSM-IV-TR. MANUAL DE DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTCA DAS PERTURBAÇÕES MENTAIS. 4ª EDIÇÃO. LISBOA: CLIMEPSI:
- Lucas, C.O., Oliveira, C.M., & Monteiro, M.I.A. (2009). Perturbação do desejos sexual hipoativo: prevalência, diagnóstico e tratamento. [em linha]. Mudanças – Psicologia da Saúde. 17 (2), jul-dez 2009, 101-112p. recuperado em 23 de setembro de 2017 de https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/MUD/article/…/2087