O jogo infantil diz respeito à atividade lúdica que a criança utiliza no seu dia a dia e que promove a sua aprendizagem. Vários autores em vários estudos referem a importância do mesmo e a necessidade de inclui-lo em todas as áreas da vida da criança no sentido da promoção do seu desenvolvimento.
Segundo Silva e Oliveira (2013) o jogo infantil já tem sido alvo de interesse de vários autores em diferentes estudos e em vários âmbitos da psicologia como a psicanálise, a psicologia cognitiva, a psicologia histórico-cultural, etc.
De acordo com os estudos de Santos e Martins (2017) é clara a importância do jogo para o desenvolvimento infantil na medida em que já vários trabalhos comprovaram a produtividade associada ao mesmo na educação.
“Assim sendo, não se pode minimizar o papel desempenhado pelo lúdico na educação, já que ele também promove a aquisição de aprendizagens que geram desenvolvimento” (Silva, & Oliveira, 2013).
Desta forma, diferentes autores em diferentes momentos, tais como Piaget, observaram como as habilidades das crianças são desenvolvidas de melhor forma através do jogo, mesmo no contexto da sala de aula, pelo que, cada vez mais, se mostra necessário recorrer ao mesmo para promover a aprendizagem (Santos, & Martins, 2017).
Parece evidente que o jogo infantil é um grande estimulador da curiosidade e da criatividade da criança e é através deste que se faz a grande maioria da aprendizagem, seja do próprio corpo, seja da socialização, seja até mesmo da organização (Silva, & Oliveira, 2013).
Nas suas pesquisas, Santos e Martins (2017) observaram que as crianças procuram participar em jogos e atividades divididos em dois grupos, sendo estes os de enredo e os de regra. Os autores dividem estes dois métodos de acordo com as suas características, sendo que no caso dos primeiros, referem-se à imaginação, como é o caso das fábulas (Santos, & Martins, 2017). Estes jogos têm a capacidade de promover, estimular e desenvolver a parte cognitiva e afetivo-social (Santos, & Martins, 2017).
Em relação aos jogos de regra dizem respeito aos já estabelecidos como por exemplo, o dominó, em que os participantes devem respeitar um conjunto de regras, sem ser possível implementar diferentes formas de jogar, ou seja, estes segundos, procuram estimular o desenvolvimento da concentração (Santos, & Martins, 2017).
Uma outra situação que o jogo infantil nos demonstra e que se mostrou evidenciada nos estudos de Vigotsky, é o facto de que a criança, quando brinca, adota comportamentos relacionados com faixas etárias mais maturas, o que permite dar asas à imaginação quando a criança reproduz o comportamento de um adulto (Santos, & Martins, 2017).
No entanto, em estudos anteriormente realizados, a brincadeira inerente ao jogo infantil acaba por ser um pouco contraditória, uma vez que a criança procura agir como os adultos, mas não consegue, pelo facto de ainda não ter maturidade para gerir as condições da realidade da vida adulta (Silva, & Oliveira, 2013).
É necessário compreender ainda que o jogo infantil é precedido pela aprendizagem e só após esta acontecer se gera o desenvolvimento através do jogo, ou seja, a criança desenvolve aquilo que aprende através do jogo (Santos, & Martins, 2017).
As várias teorias de Vigotsky, mencionam ainda especificamente o jogo infantil antes dos três anos, uma vez que crianças desta faixa etária não têm ainda a capacidade de separar o jogo da realidade (Santos, & Martins, 2017). Só mais tarde, na idade escolar é que a criança já estabelece as devidas diferenças e compreende que o pensamento onde é realizada toda a fantasia, é diferente do real (Santos, & Martins, 2017).
Conclusão
A importância do jogo infantil para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças é clara, pelo que cada vez mais, de acordo com os estudos levados a cabo por diferentes autores, é necessário implementar os mesmos no maior número de contextos possíveis onde a criança se insere, principalmente na instituição de ensino ou no pré-escolar, uma vez que é onde as crianças passam mais tempo. Os estudos comprovam que o jogo infantil permite desenvolver diferentes competências de várias ordens, como sociais e afetivas, bem como ajuda no desenvolvimento da concentração.
Verifica-se desta forma que se trata de uma ferramenta bastante produtiva em todo o processo de educação.
References:
- Santos, C.R., & Martins, O.J.B. (2017). A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Recuperado em 25 de julho de 2018 de https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-dos-jogos-na-educacao-infantil/152562;
- Silva, J.L., & Oliveira, W.A. (2013). O BRINCAR NA PSICOLOGIA DE LEONTIEV: O JOGO COMO ATIVIDADE E SUAS CONTRIBUIÇÕES À EDUCAÇÃO INFANTL. XI CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. EDUCERE. 2013. Recuperado em 25 de julho de 2018 de bruc.com.br/arquivo/pdf2013/8147_5548.pdf.
