Perturbação emocional

A perturbação emocional diz respeito ao desiquilíbrio mental associado a quadros ansiogénicos e depressivos, frequentes na infância e adolescência.

Perturbação emocional

A perturbação emocional diz respeito ao desiquilíbrio mental associado a quadros ansiogénicos e depressivos, frequentes na infância e adolescência.

Referimo-nos a uma perturbação emocional, especialmente no que diz respeito às mais comuns, a ansiedade e a depressão, quando estamos perante uma reação não adequada, tanto no que diz respeito ao medo como no que diz respeito a uma alteração sistemática do humor (Crujo, & Marques, 2009).

Segundo Murta (2007) e corroborando estas teorias, a perturbação emocional abarca todas as outras perturbações que se relacionam com o humor e o comportamento, tais como a depressão, o comportamento desviante e outros igualmente graves. Habitualmente estes problemas encontram-se associados a indivíduos provenientes de famílias desestruturadas, com alto risco de violência doméstica, problemas comunitários e toxicodependência (Murta, 2007).

Não podemos, contudo, deixar de destacar o fator genético, apontado por Cruja e Marques (2009) que é indicado como uma das possíveis causas para a desestabilização emocional nestas duas fases de desenvolvimento. Este argumento índica que pode haver um impacto significativo originado pela perturbação emocional já encontrada nos pais, que pode ser passada de geração em geração (Crujo, & Marques, 2009).

Alguns dos sintomas associados à perturbação emocional, são ainda as cefaleias, os vómitos, as palpitações, entre outros (Crujo, & Marques, 2009).

Tendo em conta todos estes fatores de risco, urge promover a construção de programas e campanhas de prevenção destas problemáticas associadas à perturbação emocional, no intuito de gerar a monitorização adequada dos comportamentos dos indivíduos, com especial destaque na infância e na adolescência (Murta, 2007).

De acordo com os trabalhos de Crujo e Marques (2009) a ansiedade e a depressão, ambas perturbações do foro emocional, são características destas mesmas faixas etárias, havendo maior prevalência, na maioria dos casos, de dos dois tipos, na fase pré púbere e na adolescência propriamente dita.

Para poder combater a complexidade de problemas associados à perturbação emocional, na infância e na adolescência, a forma mais eficaz é começar por modificar o meio escolar e toda a estruturação comunitária em que este está inserido, tendo como base a gestão eficiente dos fatores geradores de stresse (Murta, 2007).

Crujo e Marques (2009) indicam ainda a influência do ambiente familiar, no qual, o indivíduo é, maioritariamente, rejeitado ou hostilizado pelos familiares, principalmente os pais e onde impera o conflito sistémico. Por outro lado, este problema pode estar presente de forma inversa, ou seja, a criança ou o adolescente, pode estar constantemente sujeito a exigências demasiado elevadas e inatingíveis, pelo que começa a desenvolver uma desvalorização de si mesma, a anular-se e a subjugar-se (Crujo, & Marques, 2009).

Alguns estudos elaborados já neste sentido e analisados por Murta (2007) demonstraram que programas de incentivo à gestão do stresse e à monitorização dos comportamentos em contexto escolar, diminuíram a prevalência da perturbação emocional nestas crianças, quando devidamente avaliados ao longo do tempo e enquanto decorreram.

Vale referir que um dos focos mais importantes no que concerne à extinção de problemas do foro emocional, é a promoção do desenvolvimento saudável dos indivíduos (Murta, 2007).

O resultado esperado e observado com a implementação dos programas é a extinção de comportamento desviante e toxicodependência, muito típicos deste tipo de perturbação, bem como a aquisição de competências no que concerne à realização das tarefas associadas a cada faixa etária (Murta, 2007).

Além disso, juntamente com estes incentivos, é esperado que a ansiedade típica associada a problemas de perturbação emocional também diminua bem como os relacionamentos com os parentes próximos, principalmente, os pais (Murta, 2007).

Igualmente importante é salientar como a intervenção junto destes indivíduos, no que concerne às perturbações com as quais tem dificuldade em lidar, permite, aquando da produção dos resultados, observar ainda a capacidade de empatia destes com os seus pares, isto é, o favorecimento das relações interpessoais extra familiares (Murta, 2007).

A respeito destas, é necessário ter em conta que, quando se dá uma mudança radical na vida da criança, como uma mudança escolar, podemos encontrar problemas de relacionamento interpessoal que se mostram como terreno produtivo para o desenvolvimento de uma perturbação emocional, claramente associados à maturação das competências sociais (Crujo, & Marques, 2009).

Conclusão

A perturbação emocional é, maioritariamente, associada à depressão e à ansiedade, principalmente na infância e na adolescência. Ela pode ter diferentes origens, sejam elas familiares, ambientais ou genéticas, pelo que, programas de intervenção junto destes jovens com o intuito de promover os seu desenvolvimento saudável e monitorizar o seu comportamento, são algumas das estratégias mais eficazes para restabelecer o equilíbrio.

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References:

  • Crujo, M, & Marques, C. (2009). As perturbações emocionais – ansiedade e depressão na criança e no adolescente. Dossier: saúde mental infantil. Port.Clin.Geral, 2009; 25-576-82. Acedido a 13 de dezembro de 2016 em http://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10675/10411;
  • Murta, S.G. (2007). Programas de Prevenção a Problemas Emocionais e Comportamentais em Crianças e Adolescentes: Lições de Três Décadas de Pesquisa. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(1), 1-8.
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