Práticas familiares e educação

As práticas familiares e a educação dizem respeito à monitorização do comportamento das crianças por parte das famílias.

Práticas familiares e educação

As práticas familiares e a educação dizem respeito à monitorização do comportamento das crianças por parte das famílias. Tendo em conta as diferenças inerentes a cada cultura familiar, as estratégias de educação mostram-se bastante diferentes entre si.

De acordo com a revisão bibliográfica levada a cabo por Flach, Lobo e Potter (2011) as práticas familiares e a educação, enquanto dinâmica integrante dizem respeito à forma como os pais educam os seus filhos no sentido de monitorizar o comportamento dos mesmos, evitando atitudes inadequadas e tornando-se adultos de referência.

Silveira e Wagner (2009) fazem referência ao facto de como o apoio psicológico importa no que diz respeito às práticas familiares junto de crianças e adolescentes.

Um dos contextos em que estas práticas influenciam com maior intensidade, uma vez que falamos da arte de educar os filhos, é a vida conjugal do casal, uma vez que ambos contribuem para a mesma causa (Flach, Lobo, & Potter, 2011).

Não podemos deixar de referir, quando falamos em práticas familiares e educação, o facto de as mesmas já terem passado por diversas mudanças ao longo do tempo, já que há necessidade constante de adaptação aos novos tempos (Flach, Lobo, & Potter, 2011). Além disso é certo que as práticas familiares são uma grande influência devido ao poder hierárquico característico da relação entre pais e filhos e à componente emocional que afeta a construção da personalidade dos segundos (Flach, Lobo, & Potter, 2011). Assim podemos dizer que o desenvolvimento psicossocial dos adolescentes depende, em larga escala das práticas familiares quer no que concerne ao ajustamento social, à psicopatologia e ao desempenho escolar (Flach, Lobo, & Potter, 2011).

Uma vez que falamos de educação e de práticas familiares, é necessário compreender em que medida é importante a questão da monitorização do comportamento das crianças por parte dos familiares, pelo que este processo se deve, principalmente, à promoção de comportamentos adequados em detrimento de comportamentos inadequados que possam prejudicar tanto a criança ou o jovem, como terceiros (Silveira, & Wagner, 2009).

Assim, a monitorização do comportamento dos educados por parte dos familiares pode ter a componente indutiva ou a componente coercitiva (Silveira & Wagner, 2009). Deste modo, os familiares podem apostar numa estratégia de monitorização do comportamento através do diálogo, a qual pressupõe que haja uma conversa acerca de comportamentos mais ou menos adequados e a razão pela qual se deve agir de determinada forma e não de outra (Silveira & Wagner, 2009). Já no caso da componente coercitiva, refere-se a estratégias de punição, como forma de corrigir o comportamento (Silveira & Wagner, 2009). Em ambos os casos pretende-se extinguir comportamentos inapropriados e promover competências comportamentais adequadas (Silveira & Wagner, 2009).

Habitualmente, de acordo com Silveira e Wagner (2009) a monitorização do comportamento dos educados através da estratégia indutiva, promove o desenvolvimento da empatia por parte dos mesmos.

À educação está ainda inerente o contexto escolar, dada a sua importância em relação ao desenvolvimento e à evolução das crianças e dos jovens, por ser um dos locais onde as crianças passam mais tempo, é crucial para a sua formação enquanto cidadãos pelo que a mesma assume uma enorme importância no que diz respeito à monitorização do comportamento das crianças e do seu desenvolvimento seja ele construído de forma adaptada ou inadaptada (Flach, Lobo, & Potter, 2011).

Silveira e Wagner (2009) corroboram esta teoria quando referem a forma como a família se articula com a escola tanto do ponto de vista psicológico como do ponto de vista sociológico. No que concerne à questão psicológica é preciso lembrar que as primeiras relações que a criança constrói são com a família e que é essa dinâmica que dita a forma como a mesma vai relacionar-se com a escola, já no que diz respeito à questão sociológica, diz respeito às diferenças culturais e sociais transversais a ambas as partes (Silveira, & Wagner, 2009).

É preciso compreender ainda que todas as famílias têm os seus problemas, o que significa que uma dinâmica familiar saudável quanto às práticas educativas, não é aquela que não sofre qualquer tipo de turbulência, mas sim aquela que resolve as suas turbulências de forma competente e saudável (Flach, Lobo, & Potter, 2011).

Conclusão

De acordo com os estudos realizados no âmbito das práticas familiares no que diz respeito à educação, pode dizer-se que todos os contornos das mesmas, com a cultura inerente a cada família, se focam, fundamentalmente, nas estratégias utilizadas para monitorizar comportamentos adequados nas suas crianças e jovens. Os estudos referem ainda a questão da escola, uma vez que é um dos locais onde as crianças e os jovens passam mais tempo e cuja articulação com a família é a forma mais saudável de promover comportamentos de cidadania e afastar comportamentos disruptivos que possam trazer consequências negativas no futuro das crianças.

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References:

  • Flach, Katherine, Lobo, Beatriz, de Oliveira Meneguelo, & Pottr, Juliana Rausch. (2011). AS PRÁTICAS EDUCATIVAS NA FAMÍLIA E A IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA PARENTA. [em linha] PT O PORTAL DOS PSICÓLOGOS. www.psicologia.pt. Acedido a 1 de setembro de 2http://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo_licenciatura.php?codigo=TL0276016 em www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0276.pdf.
  • Silveira, Luiza Maria d Oliveira Braga, & Wagner, Adriana. (2009). Relação família-escola: práticas educativas utilizadas por pais e professores. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) * Volume 13, Número 2, Julho/Dezembro de 2009 * 283-291. Disponível em scielo.br/pdf/pee/v13n2/v13n2a11.pdf.
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