Endemismo é o conceito que se aplica quando uma dada espécie é encontrada apenas numa área geográfica específica – designa-se essa espécie por espécie endémica. Este conceito é transversal à Biologia, Zoologia e Botânica.
A área geográfica (área endémica) em que uma espécie é endémica tanto pode ser extensa como curta. Por exemplo, a árvore de cereja preta, Prunus serotina, é endémica em toda a região temperada da América do Norte. No entanto, há espécies que ocupam áreas geográficas mais restritas, como o Dragão de Komodo (Fig. 1), Varanus komodoensis, que habita em algumas ilhas pequenas da Indonésia. Áreas geográficas isoladas, como ilhas oceânicas, lagos e picos de montanhas, geralmente possuem elevadas percentagens de espécies endémicas, e muitas vezes estas espécies estão em risco de extinção.
Nos Estados Unidos da América, o número de espécies de plantas endémicas varia muito de um estado para outro. Por exemplo, no Texas encontram-se 379 espécies de plantas que não se encontram em mais nenhum lugar, enquanto que Nova Iorque possui apenas uma espécie de planta endémica. Já o estado da Califórnia, com a sua variada gama de habitats, incluindo desertos, montanhas, litoral, florestas antigas, áreas de pastagem, e muitos outros, é o estado com mais espécies endémicas.
Mundialmente, as concentrações mais notáveis de espécies endêmicas ocorrem em determinados “pontos quentes” de alto endemismo – Hotspots de Biodiversidade. No entanto, estas regiões estão ameaçadas pela agricultura intensiva, crescimento urbano, actividades de mineração à superfície e pela indústria da madeira que resulta na perda de habitat e destruição dos ecossistemas. Ocorrendo esta destruição dos ecossistemas, as espécies endémicas que apenas se encontram numa área geográfica restrita ficam ameaçadas, podendo mesmo ser extintas. No entanto, as espécies endémicas também estão ameaçadas por espécies invasoras que tenham sido introduzidas no seu habitat natural. Por estes motivos, as espécies endémicas são uma prioridade dos esforços de conservação.
References:
- Losos, J. B., Mason, K. A., Singer, S. R., Raven, P. H., & Johnson, G. B. (2008). Biology. Boston: McGraw-Hill Higher Education.