Ourém é uma cidade portuguesa e sede de concelho com o mesmo nome, pertencente ao distrito de Santarém, região Centro e sub-região do Médio Tejo. A cidade é composta por duas freguesias, nomeadamente Nossa Senhora da Piedade e Nossa Senhora das Misericórdias, as quais, de acordo com os censos oficiais de 2011, possuem 12.994 habitantes.
O concelho de que é sede possui uma área de cerca de 416,68 km2 e está localizado a norte do distrito de Santarém e a cerca de 40 km da costa atlântica, confinando com os concelhos de Leiria, Pombal, Alvaiázere, Ferreira do Zêzere, Tomar, Torres Novas, Alcanena e Batalha. De acordo com os censos de 2011, a população total do concelho era de 45.932 habitantes, o que faz deste o segundo maior concelho do distrito de Santarém. Fazem atualmente parte do concelho 13 freguesias, nomeadamente: Alburitel, Atouguia, Caxarias, Espite, Fátima, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Misericórdias, Seiça, Urqueira, União das Freguesias de Freixianda, Ribeira de Fárrio e Formigais, União das Freguesias de Gondemaria e Olival, União de Freguesias de Matas e Cercal e União das Freguesias de Rio de Couros e Casal dos Bernardos.
No concelho de Ourém existem duas localidades às quais foi atribuída a categoria honorífica de cidade, nomeadamente Fátima e Ourém. O concelho possui ainda quatro localidades com categoria de vila: são elas Caxarias, Freixianda, Vilar dos Prazeres e Olival.
Relativamente à organização administrativa da Igreja, todo o território do concelho está integrado na Diocese de Leiria-Fátima.
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História da cidade e do concelho
Os vários vestígios arqueológicos encontrados no concelho de Ourém demonstram que a região é habitada desde tempos pré-históricos. A própria toponímia de algumas localidades do concelho deixa chegar à mesma conclusão: são os casos das localidades de Urqueira (derivado de Urca) e de Vale das Antas que deixam pressupor terem existido no passado monumentos megalíticos nessas localidades. Existem também vários vestígios da ocupação romana, sendo exemplos a existência de algumas villas e a passagem de estradas romanas pelo território, entre as quais a estrada que ligava Santarém a Conímbriga.
Quanto à cidade propriamente dita, e de acordo com o texto do documento de doação eclesiástico datado de 1183, o seu nome durante a ocupação moura seria Abdegas. Contudo, com a conquista do seu castelo em 1136 pelos exércitos de D. Afonso Henriques, a cidade passa a designar-se pelo nome latino Auren, designação que mais tarde dá origem a Ourém. Pouco se sabe sobre a origem da palavra Auren – a única certeza é de que em documentos datados do século XII já existiam referências a um Portus de Auren. Um desses documentos é a carta de foral de Leiria, datado de 1142, e no qual surge Portus de Auren como o limite territorial do concelho de Leiria. Em 1159, no documento de doação do Castelo de Ceras, e em 1167 num documento do Bispo de Lisboa a D. Afonso Henriques sobre uma disputa territorial com os Templários, surge novamente Portus de Auren. Confrontando todos estes documentos, e dado que Portus significa travessia ou ponte de um rio ou ribeiro, é possível concluir que Portus de Auren seria a designação dada a uma passagem na ribeira de Seiça e aos terrenos adjacentes, algures entre as atuais localidades de Seiça e da Sabacheira.
Em 1180, pouco mais de quatro décadas após a conquista do castelo, Dona Teresa, filha de D. Afonso Henriques e ‘Primeira Senhora de Ourém’, atribui o primeiro foral a Ourém, distinção esta que comprova a importância estratégica da localidade.
A partir daí a povoação vai-se desenvolvendo no monte em torno do castelo. A importância geoestratégica da localidade, a sua localização no alto de um monte de acesso difícil e a presença de água em abundância são três das principais razões para o desenvolvimento posterior da localidade. Contudo, o grande salto no desenvolvimento de Ourém é dado no século XV com a instalação de D. Afonso, 4º Conde de Ourém, e da sua corte, na localidade. Uma das suas obras mais relevantes é a construção do Paço, um palácio vistoso, típico da renascença, o qual ainda hoje, e apesar do estado de degradação, ainda pode ser visitado junto ao castelo medieval.
Contudo, com o terramoto de 1755, que afetou grandemente a localidade, grande parte da população mudou-se para o vale, para um local que antes se chamava Aldeia da Cruz, em referência a uma cruz que D. Nuno Álvares Pereira ali teria deixado aquando da sua deslocação do Convento de Císter em Seiça para enfrentar o exército castelhano na célebre Batalha de Aljubarrota. Estando já em forte declínio, a antiga localidade é novamente afetada durante as invasões francesas, quando, durante a Terceira Invasão Francesa em 1810, o exército francês saqueou e incendiou a maior parte dos edifícios. Em 1841, três décadas depois da destruição da localidade, a sede do concelho é transferida para a povoação que entretanto se desenvolvia no vale, na antiga Aldeia da Cruz, e que depois viria a chamar-se Vila Nova. Junto ao castelo manteve-se um pequeno povoado, que resiste até hoje, embora sem a grandeza de outrora.
A partir da primeira metade do século XIX, a localidade no vale passa a designar-se Vila Nova de Ourém, enquanto o pequeno povoado junto ao castelo mantinha a designação de Ourém. Com a elevação de Vila Nova de Ourém a cidade em 20 de junho de 1991, ambas as localidades passam a designar-se apenas Ourém e são fundidas numa só.
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Património Natural e Edificado
No caso caso do património edificado, o grande destaque vai para o conjunto formado pelo castelo e pelo paço dos condes de Ourém, edifícios de grande beleza localizados no alto do monte onde nasceu a localidade e onde ainda hoje se mantém um centro histórico com edifícios antigos e bem preservados. Além do castelo e do paço, o centro histórico possui ainda diversos outros monumentos, entre os quais o pelourinho, a Igreja da Colegiada (que inclui a cripa com o túmulo de D. Afonso, 4º conde de Ourém) e a fonte gótica. Na parte mais recente da cidade, destaca-se o antigo edifício dos Paços do Concelho, a Igreja Matriz e o Jardim Municipal.
Relativamente ao património natural da cidade de Ourém, destaca-se a ribeira de Seiça, junto da qual foi criada uma zona verde de lazer (o Parque Linear), e a Mata Municipal com vegetação de grande beleza.
No restante território do concelho, o grande destaque vai para Fátima, onde se localiza um dos maiores Santuários Marianos do mundo: o Santuário de Fátima, que inclui a Capelinha das Aparições, a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima e a Basílica da Santíssima Trindade. Além de Fátima, uma referência ainda as numerosas Igrejas de grande beleza existentes um pouco por todo o concelho, entre as quais a Igreja de Nossa Senhora da Purificação localizada no Olival. Relativamente ao património natural do concelho, o Agroal com a sua nascente e praia fluvial junto ao rio Nabão é um local de extraordinária beleza e que atrai milhares de veraneantes durante os meses de verão. Uma referência ainda para o monumento natural das pegadas dos dinossauros (conhecido como a Pedreira do Galinha) localizadas junto à localidade de Bairro, em pleno Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros.
Gentílico de Ourém
Apesar de serem utilizados correntemente as variantes ouriense e oureense, o gentílico mais adequado para quem nasceu ou vive em Ourém é oureense pois ditongos /em/ formam ditongos com sufixo “nense” ou outro iniciado por “n” e preservando o “e” do ditongo.
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Brasão da Cidade
O Brasão da cidade de Ourém é composto por um escudo de prata, com uma águia de asas abertas pintada de vermelho, com bico e garras negras, coleirada com coronel de ouro, sustendo nas garras o antigo escudo de Portugal. A coroa mural de cinco torres de prata e o listel é branco com a legenda a negro: “CIDADE DE OURÉM”.
A águia, existente também no brasão da freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias, pertencia ao escudo da rainha D. Mafalda, esposa de Afonso Henriques, tendo sido também adoptada no escudo de D. Teresa, filha de ambos e ‘Primeira Senhora de Ourém’.
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Acordos de geminação
Atualmente a cidade de Ourém possui acordo de geminação com várias localidades estrangeiras, nomeadamente:
- Altötting, uma pequena cidade alemã da Baviera, famosa pela existência da Capela da Imagem Miraculosa (Gnadenkapelle), um dos Santuários mais visitados em toda a Alemanha. (desde 05 de Junho de 2009).
- Czestochowa, cidade polaca, situada no sul do país, nas margens do rio Varta, fundada no século XI e conhecida pelo mosteiro Jasna Góra, mosteiro esse que alberga o famoso quadro da Virgem Negra. (desde 13 de Maio de 1997).
- Le Plessis-Trévise, cidade situada a 17 Km Este de Paris, é o mais jovem município de Val-de-Marne, e onde vivem numerosos emigrantes portugueses. (desde 13 de Junho de 1992).
- Monapo, município moçambicano localizado no Distrito com o mesmo nome, a Este da Província de Nampula. (desde 06 de Junho de 2001).
- São Filipe, município localizado na ilha do Fogo, em Cabo Verde, a 60 milhas marítimas da Cidade da Praia. (desde 30 de Abril de 1999).
- Pitesti, município da Roménia, capital do distrito de Arges na província da Valáquia. (desde 24 de Janeiro de 2011).
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