Campeonato do Mundo 2006 – Alemanha
A participação da Selecção Portuguesa no Mundial da Alemanha culminou com um distinto 4º lugar, a segunda melhor posição de sempre e a melhor desde Inglaterra 66. Na sua quarta presença em Mundiais, Portugal venceu todos os jogos que disputou até às meias-finais, onde voltou a perder novamente com a França. Depois, acabou por ser derrotada pelos anfitriões, por 3-1, no jogo de atribuição do 3º e 4º lugar.
Ricardo continuava dono e senhor da baliza lusa, como aconteceu sempre enquanto Scolari foi seleccionador nacional. Na convocatória, o brasileiro levou apenas sete defesas, não podendo contar com Jorge Andrade devido a uma lesão no joelho, embora tenha acompanhado a comitiva na Alemanha. No seu lugar, jogou Fernando Meira, que fez um torneio de alto nível ao lado de Ricardo Carvalho no eixo da defesa. Miguel e Nuno Valente mantinham-se como titulares nas alas.
No meio campo, não houve surpresas. Figo voltou atrás com a decisão de abandonar a selecção, tomada depois do Euro 2004, para representar Portugal pela última vez numa grande competição internacional. O n.º 7 contou com a companhia de Maniche, Costinha e Deco, num meio campo recheado de grandes valores europeus.
A frente de ataque continuava entregue ao habitual nº9: Pedro Pauleta, com Cristiano Ronaldo no apoio ao ataque.
Paulo Ferreira, Simão Sabrosa, Petit, Nuno Gomes e Hélder Postiga foram alguns dos jogadores mais utilizados como suplentes nesta prova.
Lista de Jogadores convocados
Guarda Redes
Ricardo
(Sporting) |
Quim
(Benfica) |
Bruno Vale
(FC Porto) |
Defesas
Caneira
(Valência) |
Fernando Meira | Miguel
(Valência) |
Ricardo Carvalho
(Chelsea) |
Paulo Ferreira
(Chelsea) |
Nuno Valente
(Everton) |
Ricardo Costa
(FC Porto) |
Médios
Petit
(Benfica) |
Costinha | Maniche | Tiago
(Lyon) |
Deco | Hugo Viana
(Valência) |
Luís Figo | Simão
(Benfica) |
Avançados
C. Ronaldo | Hélder Postiga | Nuno Gomes
(Benfica) |
Pauleta
(PSG) |
Boa Morte
(Fulham) |
Seleccionador Nacional
Luís Filipe Scolari |
FASE DE QUALIFICAÇÃO: 1º lugar sem derrotas
País | J | V | E | D | GM | GS | +/- | Pnt |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Portugal | 12 | 9 | 3 | 0 | 35 | 5 | +30 | 30 |
Eslováquia | 12 | 6 | 5 | 1 | 24 | 8 | +16 | 23 |
Rússia | 12 | 6 | 5 | 1 | 23 | 12 | +11 | 23 |
Estónia | 12 | 5 | 2 | 5 | 16 | 17 | -1 | 17 |
Letónia | 12 | 4 | 3 | 5 | 18 | 21 | -3 | 15 |
Liechtenstein | 12 | 2 | 2 | 8 | 13 | 23 | -10 | 8 |
Luxemburgo | 12 | 0 | 0 | 12 | 5 | 48 | -43 | 0 |
Portugal venceu 9 dos 12 jogos do apuramento para o Mundial da Alemanha, sofrendo apenas um total de 5 golos, contra 35 marcados. A equipa lusa cedeu apenas 3 empates, contra Liechtenstein – surpreendentemente -, Rússia e Eslováquia. O ponto alto da qualificação foi a goleada imposta à Rússia, adversário directo, a 13 de Outubro no estádio da Luz, por 7-1. Esta seria uma vitória que lançaria uma autêntica revolução no futebol russo daí em diante.
Pauleta, o avançado açoreano, foi o melhor marcador da fase de qualificação, tendo feito balançar as redes adversárias em 11 ocasiões.
Fase de Grupos: Sem espinhas. Só vitórias.
Ditou o sorteio que a selecção portuguesa iria defrontar as formações de Angola, Irão e México, na fase de grupos do Mundial da Alemanha. Tal como na fase de qualificação, Portugal passou a fase de grupos tranquilamente,vencendo todos os três encontros e já tendo garantida a passagem aos oitavos-de-final antes da última jornada.
GRUPO D | P | J | V | E | D | GM | GS | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 |
Portugal
|
9 | 3 | 3 | 0 | 0 | 5 | 1 |
2 |
México
|
4 | 3 | 1 | 1 | 1 | 4 | 3 |
3 |
Angola
|
2 | 3 | 0 | 2 | 1 | 1 | 2 |
4 |
Irão
|
1 | 3 | 0 | 1 | 2 | 2 | 6 |
2006/06/11 |
Angola
|
0-1 |
Portugal
|
2006/06/17 |
Portugal
|
2-0 |
Irão
|
2006/06/21 |
Portugal
|
2-1 |
México
|
Portugal – Angola (1-0)
No primeiro jogo, em Colónia, Portugal apadrinhou a estreia da selecção Angolana na fase final de um Mundial e derrotou os “palancas”, por 1-0. Pauleta abriu o marcador bem cedo, aos 4 minutos, depois de uma jogada fantástica de Figo, que assistiu o ponta-de-lança, que apenas teve de encostar. Antevia-se uma goleada, mas Angola conseguiu equilibrar relativamente bem o encontro e, apesar de dispor de algumas ocasiões, Portugal não conseguiu dilatar a vantagem.
Portugal – Irão (2-0)
No segundo encontro da fase de grupos, Portugal mediu forças com a selecção Iraniana, em Frankfurt. Ao contrário do jogo com Angola, a equipa orienta por Scolari sentiu maiores dificuldades para quebrar a defesa do Irão e só aos 63 minutos conseguiu abrir o marcador, pelos pés de Deco. O médio do Barcelona inaugurou o marcador com um forte remate à entrada da área. Cristiano Ronaldo iria fixar o resultado final em 2-0, através da conversão de uma grande penalidade.
Portugal – México (2-1)
No último jogo do grupo, Portugal já tinha a qualificação garantida e, por isso, rodou quase meia equipa frente ao México. Caneira, Petit, Simão, Tiago e Postiga entraram para o «onze» que derrotou a formação sul americana.
Logo aos 6 minutos, Maniche rematou forte e colocado, após passe de Simão, e assinou mais um grande golo na carreira internacional. Aos 24 minutos, Simão Sabrosa converteu uma grande penalidade e, ainda na primeira parte, à passagem da meia hora, Kikin Fonseca fechou o resultado em 2-1. Na segunda parte, os mexicanos ainda tiveram uma oportunidade de ouro para igualar o resultado, também na sequência de um penalti provocado por Miguel, mas Bravo foi incapaz de converter o castigo máximo.
OITAVOS-DE-FINAL: espremer novamente a laranja
Portugal – Holanda (1-0)
Foi um dos jogos mais indisciplinados a que se assistiu em fases finais de Mundiais. 16 cartões amarelos e 4 cartões vermelhos mancharam um jogo que Portugal venceu com justiça, por 1-0. Logo aos 2 minutos de jogo, o árbitro Russo admoestou Van Bommel com o amarelo e a partir deste momento, sucederam-se entradas duras de parte a parte, com ambas as equipas a terminarem o encontro reduzidas a 9 unidades.
Para a história ficou o único golo da partida, novamente pelos pés de Maniche, que, aos 23 minutos, atirou para o fundo das redes. Até ao fim do jogo a Holanda teve boas oportunidades para empatar a partida mas não conseguiu concretizar.
QUARTOS-DE-FINAL: os ingleses e os penaltis
Portugal – Inglaterra (0-0)
Nos quartos de final, tal como tinha acontecido no Euro 2004, Portugal ia medir forças com a selecção Inglesa. Portugal entrou bem e determinado a marcar primeiro mas não conseguiu traduzir em golos o seu poderio ofensivo. Aos 62 minutos, Rooney foi expulso, por agredir Ricardo Carvalho, e tornou mais fácil o caminho de Portugal para a vitória, que mesmo assim não chegou durante o tempo regulamentar. Nem no prolongamento, novamente. Postiga ainda chegou a introduzir a bola na baliza e, quando todos pensavam que o avançado do Tottenham daria novamente o apuramento sobre a Inglaterra, o golo acabou por ser anulado por fora-de-jogo.
O jogo seguiu para penaltis, novamente, e à semelhança daquilo que aconteceu em 2004, Ricardo voltou a ser herói, ao defender as grandes penalidades de Lampard, Gerrard e Carragher. 3-1 foi o resultado final do desempate e Portugal estava, 40 anos depois, apurado para as Meias-Finais de um Mundial.
MEIAS-FINAIS: a queda habitual aos pés da França
Portugal – França (0-1)
Como não há duas sem três, à terceira não foi de vez. Ainda com o sabor amargo da derrota polémica nas meias do Euro 2000 (e de 1984), Portugal queria vingar a derrota e qualificar-se para a final pela primeira vez na sua história.
No entanto, as suas aspirações caíram por terra, quando o Uruguaio Larrionda apontou para a marca do castigo máximo, após considerar que houve falta de Ricardo Carvalho sobre Henry. Zidane, outra vez ele seis anos depois, não perdoou e fez o 1-0.
Ainda durante a primeira parte, os Portugueses reclamaram uma grande penalidade mas sem sucesso, o árbitro da partida nada assinalou.
A sorte voltou a não sorrir à selecção Lusa, que saía eliminada novamente de forma polémica frente à França.
TERCEIRO E QUARTO LUGAR: Já sem motivação
Alemanha – Portugal (3-1)
References:
http://www.portugalvivo.com/os-23-portugueses-pelo-mundial.html
http://www.zerozero.pt/edicao.php?id_edicao=560