A vitamina D pode ser considerada tanto uma vitamina como uma hormona. A forma ativa da vitamina D atua como uma hormona porque é produzida numa parte do corpo e regula funções de outras partes corporais.
Dez compostos, designados vitamina D1 até D10, exibem propriedades antirraquíticas, isto é, evitam uma doença óssea infantil chamada raquitismo. Entre estes compostos, os mais importantes são:
a) a vitamina D2, também chamada de ergocalciferol;
b) a vitamina D3, Também chamada de colecalciferol.
O ergocalciferol é encontrado exclusivamente em alimentos de origem vegetal. Já o colecalciferol é encontrado em alimentos de origem animal como ovos e óleos de peixe mas é sobretudo sintetizado pela pele.
Na pele, a radiação ultravioleta do sol converte um derivado do colesterol (7-desidrocolesterol) a colecalciferol que, por sua vez, entra na corrente sanguínea e segue até ao fígado. O fígado também recebe colecalciferol alimentar e ergocalciferol a partir de quilomicra. No fígado, o colecalciferol e o ergocalciferol são convertidos em calcidiol e depois transportados para os rins. Aqui, os rins desempenham o passo final que é a formação do 1,25-dihidroxicholecalciferol, também chamado de calcitriol. O calcitriol é a forma ativa da vitamina D e a maior parte, cerca de 90 %, do calcitriol encontrada no corpo humano é derivada do colecalciferol sintetizado na pele.
Funções no organismo
A principal função da vitamina D é regular os níveis de cálcio no sangue. O fígado e o tecido adiposo armazenam vitamina D. Quando necessário, o fígado e os rins convertem a vitamina d armazenada em calcitriol, a forma biologicamente ativa da vitamina D. O calcitriol ajuda a manter os níveis de cálcio e fósforo no sangue entre os parâmetros normais. O calcitriol atua diretamente e em combinação com outras duas hormonas:
a) a hormona da paratiroide (PTH) da glândula da paratiroide;
b) e a calcitonina da glândula da tiroide.
Estas hormonas atuam nos ossos, rins e no intestino delgado para ajustar os níveis de cálcio no sangue. Recetores da glândula da paratiroide monitorizam os níveis de cálcio no sangue.
Quando os níveis de cálcio no sangue caem, a glândula da paratiroide liberta a PTH que, por sua vez, estimula a atividade dos osteoclastos (células que digerem a matriz óssea), libertando iões de cálcio para a corrente sanguínea. A PTH também sinaliza os rins para abrandarem a excreção de cálcio. A PTH também estimula os rins a libertar a forma ativa da vitamina D, o calcitriol, que promove a ação da PTH nas células ósseas e estimula as células intestinais a aumentar a absorção de cálcio.
Quando os níveis de cálcio no sangue estão muito altos, a tiroide liberta a calcitonina e a paratiroide decresce a libertação de PTH. A calcitonina inibe a atividade dos osteoclastos, beneficiando a atividade dos osteoblastos (células formadora de osso) que retira iões de cálcio na circulação sanguínea e deposita no osso.
Dose diária recomendada e fontes alimentares
Embora o corpo possa sintetizar vitamina D, ela é considerada um nutriente essencial por causa da variabilidade da luz solar ao longo do ano e pela exposição limitada ao sol de algumas pessoas.
As recomendações diárias de vitamina D são muito baixas: apenas 5 microgramas por dia para adultos jovens. As necessidades dietéticas aumentam com a idade à medida que a capacidade da pele para sintetizar vitamina D diminui.
Poucos alimentos são naturalmente boas fontes de vitamina D (nomeadamente o óleo de fígado do bacalhau e peixes gordos como o salmão), assim, a maioria da ingestão diária provém do leite e outros alimentos fortificados (como cereais de pequeno-almoço).
Carência de vitamina D
Nas crianças a falta do nutriente leva ao desenvolvimento do raquitismo; já nos adultos leva à osteomalácia (perda de minerais e de tecido conjuntivo ósseo) e contribui para a osteoporose (perda de minerais dos ossos).