Neutrófilo

Os granulócitos neutrofílicos ou neutrófilos polimorfonucleares são os glóbulos brancos mais abundantes no ser humano. São…

Os granulócitos neutrofílicos ou neutrófilos polimorfonucleares são os glóbulos brancos mais abundantes no ser humano. São caraterizados por apresentaram uma aparência com diversos lóbulos que os distinguem de outros glóbulos brancos de origem linfoide ou mieloide, como os linfócitos e os monócitos. Os neutrófilos são os primeiros glóbulos brancos a serem recrutados para os locais de inflamação aguda, em resposta a substâncias quimiotáticas, como o CXCL8 (interleucina 8, IL-8), produzidas quando as células dos tecidos estão sob stress e também por células imunológicas residentes dos tecidos, como os macrófagos. Os neutrófilos compreendem uma população de células de resposta rápida, sendo o principal constituinte do pus.

Os neutrófilos representam a primeira linha de defesa em resposta a micróbios invasores, através da sua capacidade de fagocitar os agentes patogénicos e também pela libertação de fatores antimicrobianos dos seus grânulos especializados. A fagocitose é um processo pelo qual o agente patogénico é internalizado em vacúolos especializados, denominado de fagossoma.

A interação com a agente patogénico pode ser direta através do reconhecimento de padrões moleculares associados a agentes patogénicos (PAMPs, do inglês “pathogen-associated molecular patterns”) pelo recetor de reconhecimento padrão (PRRs, do inglês “pattern recognition receptors”) do neutrófilo, ou de uma forma indireta, através do reconhecimento de micróbios opsonizados pelos recetores Fc ou do complemento. O fagossoma sofre um rápido processo de maturação que envolve a fusão com grânulos dos neutrófilos, a entrega direcionada de moléculas antimicrobianas e a geração de espécies reativas de oxigénio.

A desgranulação dos grânulos especializados na superfície do neutrófilo e a libertação de ácidos nucleicos para formar as armadilhas extracelulares neutrofílicas (NETs, do inglês “neutrophil extracellular traps”), criam um ambiente antimicrobiano no local da inflamação e contribuem para a morte dos agentes patogénicos.

Historicamente, os neutrófilos têm sido vistos como umas células efetoras de curta duração do sistema inato do sistema imunitário, que sofrem apoptose in vitro, a não ser que sejam salvas por sinais como citocinas inflamatórias ou compostos microbianos. No entanto, esta visão raramente tem em consideração o fato de os neutrófilos contribuírem no recrutamento, ativação e programação de outras células do sistema imunitário. Estudos recentes demonstraram que os neutrófilos secretam uma vasta gama de citocinas e quimiocinas capazes de incrementar o recrutamento e as funções efetoras de outras células. Os neutrófilos promovem interações com diversas células dentro e fora do sistema imunológico, como as células dendríticas, linfócitos B, células natural killer, linfócitos T citotóxicos, linfócitos T helper, bem como com as células estaminais do mesênquima, podendo ser encontrados nos nódulos linfáticos e no baço.

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