O suicídio na adolescência está frequentemente associado à dificuldade em gerir e adaptar-se às mudanças características desta fase. Uma boa rede de apoio, principalmente por parte dos pais e dos profissionais de saúde, parece ser uma das melhores formas de prevenir este tipo de desfecho.
É característico da adolescência que o indivíduo passe por muitas mudanças e transformações que podem propiciar maior vulnerabilidade, a qual deve ser vigiada tanto pela família como pela escola, uma vez que mexe grandemente com as emoções e pode levar à dificuldade em lidar com o stress (Magnani, & Staudt, 2018).
Devido a esta situação, por vezes, a pressão é tão grande que poderá gerar desejo de suicídio (Magnani, & Staudt, 2018).
No entanto, por vezes, o suicídio na adolescência pode ser visto como um desejo “normal” comum para a fase de desenvolvimento, o que leva à necessidade de observar e analisar o problema com mais cuidado, tanto pela família como pelos profissionais de saúde (Magnani, & Staudt, 2018).
Alguns fatores são mais propícios ao risco de suicídio do que outros, tais como o acesso necessário aos cuidados de saúde, o nível sócio-económico (NSE), perturbações mentais, e todas as mudanças comuns desta faixa etária (Magnani, & Staudt, 2018).
Um fator muito comum que leva ao suicídio na adolescência, é quando o jovem é vítima de bullying, com contornos de isolamento, ou quando é vítima de assédio sexual e/ou abuso, principalmente na escola, que é onde os jovens passam a maioria do tempo (Bouzas, & Jannuzzi, 2017).
São também bastantes os autores que consideram a influência dos pais e da sua relação com os mesmos para condicionar as tentativas de suicídio nesta fase, uma vez que adolescentes que recebem menos apoio, correm, habitualmente, mais risco do que adolescentes que o recebem (Magnani, & Staudt, 2018).
Frequentemente adolescentes que vivem em contextos de escassez de rede de apoio, enveredam pelo consumo de drogas, desenvolvem perturbações mentais, como já foi mencionado acima e evitam pedir ajuda (Bouzas, & Jannuzzi, 2017).
Conclusão
O suicídio na adolescência está associado a vários fatores de risco como a rede de apoio, os cuidados parentais e de saúde, o contexto em que o adolescente vive, entre outros. Parece comum para a maioria dos autores que as transformações e mudanças típicas desta fase, devem ser devidamente vigiadas e geridas para que o stress que as pode condicionar, não potencie ainda mais o desfecho de suicídio devido a pressões que deixam de ser suportáveis para o sujeito.
- Bouzas I, Jannuzzi F. Suicídio. Adolesc Saude. 2017;14(2):7 disponível em http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=644
- Magnani, Rafaela Mazoroski, & Staudt, Ana Cristina Pontello. (2018). Estilos parentais e suicídio na adolescência: uma reflexão acerca dos fatores de proteção. Pensando familias, 22(1), 75-86. Recuperado em 14 de maro de 2019, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2018000100007&lng=pt&tlng=pt.