A orientação educacional diz respeito à promoção do orientador em promover o desenvolvimento dos alunos em relação às suas competências de cidadania. Esta ciência visa começar na escola mas estender-se para fora desta, chegando até à comunidade e aos vários contextos nela inseridos.
Segundo os estudos de Spricigo (2012) a orientação educacional deve ser entendida como um conjunto de métodos que permitem orientar um aluno, ou seja, em ambiente escolar, como um todo. Isto significa que ele deve ser orientado de vários pontos de vista como a personalidade, respeitando a personalidade de cada um, e o grupo ao qual se pretende chegar (Spricigo, 2012).
Vários estudos mencionam que a orientação educacional começou por volta de 1930 e que a mesma tem como origem a orientação profissional já existente nos Estados Unidos da América (EUA), proliferando, mais tarde, para outros países, como o Brasil(Pascoal, Honorato, & Albuquerque, 2008). Esta ciência visa orientar os adolescentes no que concerne às suas escolhas profissionais futuras (Pascoal, Honorato, & Albuquerque, 2008).
Nos seus primeiros passos, a orientação educacional visava apenas ajudar a resolver os problemas escolares ou familiares dos alunos, quer fosse de forma individual quer fosse em grupo (Pascoal, Honorato, & Albuquerque, 2008).
Ao longo do tempo e com a evolução dos processos educativos, esta visão foi sendo melhorada e deixou de estar focada apenas na resolução de problemas para se preocupar, não só, mas também, com o desenvolvimento pessoal e profissional dos alunos, isto é, investindo na promoção da sua cidadania (Pascoal, Honorato, & Albuquerque, 2008).
Para Spricigo (2012) os estudos sobre orientação educacional, cada vez mais reforçam a importância que devemos dar não só ao desenvolvimento do indivíduo, como ter em conta as suas diferentes fases, isto é, a infância, a adolescência e o início da vida adulta, bem como toda a plenitude a cada uma delas inerente, e o modo como o indivíduo se vai formando.
Neste aspecto, um dos principais objetivos é a promoção de competências no que diz respeito às relações interpessoais estabelecidas (Pascoal, Honorato, & Albuquerque, 2008).
De acordo com os trabalhos de Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008) e Spricigo (2012) uma das grandes causas do investimento de um orientador educacional, é a possibilidade de trabalhar, junto das crianças e dos adolescentes, o estabelecimento de uma ligação, isto é, de uma ponte, entre a escola e a comunidade, conseguindo chegar até diferentes tipos de contextos como as instituições, a indústria, os clubes, as associações, entre outros.
Partindo destes pressupostos, podemos entender esta ciência como algo que se preocupa com o indivíduo como um ser humano, que tem uma vida inserida num meio e cujo desenvolvimento e educação vão depender muito tanto do que o rodeia, como do seu papel no mundo (Spricigo, 2012).
A intenção deste investimento na comunidade é ir além dos muros da escola, chegando a diferentes realidades, o que irá permitir uma multidisciplinaridade de saberes e competências (Pascoal, Honorato, & Albuquerque, 2008).
Segundo os mesmos autores, a orientação educacional funciona como uma co-responsabilidade, junto dos professores, no que concerne ao comprometimento com a aprendizagem dos alunos (Pascoal, Honorato, & Albuquerque, 2008).
Para que tal seja possível, é imprescindível que o orientador educacional tenha à sua disposição, os objetos didáticos e as metodologias necessárias para poder trabalhar, junto de alunos e de professores, as competências inerentes à sua função (Pascoal, Honorato, & Albuquerque, 2008).
Desta forma, visa-se que esta disciplina seja capaz de levar a importância da escola para fora da mesma, chegando ao maior número de intervenientes possível (Pascoal, Honorato, & Albuquerque, 2008).
Conclusão
De acordo com as várias teorias realizadas acerca da orientação educacional entende-se a mesma como uma metodologia ou uma disciplina que pretende promover o desenvolvimento do indivíduo, começando dentro da escola mas indo para além dos muros da mesma. Para que tal seja possível é importante que o orientador educacional possa participar das atividades desenvolvidas junto dos alunos e promova a vontade dos mesmos em colaborar em prol do seu desenvolvimento individual, como cidadãos, em grupo, e na comunidade.
References:
- Pascoal, Miriam, Honorato, Eliane Costa, & Albuquerque, Fabiana Aparecida de. (2008). O orientador educacional no Brasil. Educação em Revista, (47), 101-120. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000100006;
- Spricigo, F. (2012) O ORIENTADOR EDUCACIONAL: atuação, formação profissional e dilemas enfrentados pelo Pedagogo Escolar com o fim das habilitações em Pedagogia. Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação. Vol. 3 nº1. Recuperado em 12 de abril de 2018 de http://www.revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/view/2419/2048