Filantropia

O conceito de filantropia visa responder às necessidades básicas de um determinado grupo que, de alguma forma, não tem o seu bem-estar assegurado.

Filantropia

O conceito de filantropia visa responder às necessidades básicas de um determinado grupo que, de alguma forma, não tem o seu bem-estar assegurado.

A filantropia nas organizações privadas sem fins lucrativos aparece com o objetivo de oferecer serviços públicos, por exemplo, nas Santas Casas e nas obras diocesanas, procurando responder aos problemas sociais e às desigualdades mais urgentes dos países (Paiva, & Yamamoto, 2008).

Para que as organizações atuem adequadamente segundo princípios filantrópicos, Colauto e Beuren (2003) defendem que os técnicos que prestam serviços nas mesmas, tenham formação no desenvolvimento de competências para os cargos que desempenham.

Paiva e Yamamoto (2008) focam o fato de essas pessoas trabalharem em regime maioritariamente de voluntariado, de forma liberal e democrática, em vários países em vias de desenvolvimento, com o objetivo de responder às condições mínimas de existência humana.

No entanto, em várias realidades, a filosofia filantrópica das organizações enfrenta bastantes dificuldades devido às condições desfavoráveis no que concerne aos recursos e à impossibilidade de dar continuidade a muitas das iniciativas solidárias, uma vez que o próprio estado nem sempre colabora da melhor forma (Paiva, & Yamamoto, 2008).

Nestas organizações sem fins lucrativos, os voluntários procuram responder às necessidades públicas e sociais, no intuito de melhorar a condição social, promover a democracia, a estabilidade e aumentar o desenvolvimento económico de mercado (Colauto, & Beuren, 2003). Estas organizações dizem respeito ao terceiro setor e possuem vários programas de assistência social, saúde e educação em paralelo com o estado (Colauto, & Beuren, 2003).

Nesta mesma linha teórica que refere o conceito de terceiro setor, com base numa filosofia filantrópica, Paiva e Yamamoto (2008) consideram também fundamental responder às necessidades ao nível da saúde, da educação e das condições mínimas de cidadania, uma vez que, em muitas realidades, a discrepância no que refere às desigualdades, é preocupante. A filantropia, para os autores visa a diminuição da pobreza e da exclusão social, mediante parcerias feitas com organizações próprias para o efeito (Paiva, & Yamamoto, 2008).

A filantropia nas organizações visa:

  • Proteger a família, abarcando todas as fases de desenvolvimento;
  • Amparar as crianças e os adolescentes carentes;
  • Promover programas de prevenção, habilitação e reabilitação de portadores de deficiência;
  • Garantir a educação e a saúde gratuitas;
  • Promover a integração no mercado de trabalho;
  • Promover o atendimento e o acesso dos beneficiários da Lei Orgânica da Assistência Social e a defesa e garantia dos seus direitos.

 (Colauto, & Beuren, 2003, p.5).

Assim, de acordo com os autores, a filantropia procura oferecer serviços de atendimento à educação, a todas as faixas etárias, ao trabalho e à saúde, segundo contornos que não tenham fins lucrativos, focada exclusivamente nas necessidades do ser humano, o ponto de vista solidário (Colauto, & Beuren, 2003).

No caso de um hospital, por exemplo, para que este seja considerado como uma organização filantrópica, é preciso que o mesmo nasça da carência de uma comunidade e com a finalidade de prestar serviços (Colauto, & Beuren, 2003, p.5).

A filantropia no âmbito da psicologia

Quando falamos de psicologia num contexto mais filantrópico, referimo-nos à área comunitária e psicossocial que visa atuar em meios mais pobres de acordo com a realidade de cada país, para promover a qualidade de vida e o bem-estar das populações mais carenciadas (Paiva, & Yamamoto, 2008).

Neste contexto, o papel comunitário do psicólogo é a prevenção do risco junto de pessoas carenciadas, pelo que ele se desloca para junto de grupos vulneráveis, intervindo diretamente com eles focando as suas necessidades prioritárias (Paiva, & Yamamoto, 2008).

Para se fazer uma atuação comunitária eficaz no âmbito da psicologia, é necessário estudar aquela população e a realidade em que se insere para que se compreenda quais são as suas carências e seguidamente atuar sobre as mesmas (Paiva, & Yamamoto, 2008).

Habitualmente, uma intervenção filantrópica neste âmbito é realizada junto de pessoas com problemas de álcool, drogas, violência, e junto dos mais vulneráveis, que são, habitualmente, as crianças, os adolescentes e os idosos (Paiva, & Yamamoto, 2008).

Conclusão

Em suma, o conceito de filantropia no terceiro setor visa responder às necessidades básicas de um determinado grupo que vive abaixo do limiar de carência em vários níveis tais como a saúde e a educação. As organizações sem fins lucrativos que são, habitualmente, as que se responsabilizam por este tipo de população, atuam no sentido de dar resposta a estas carências no sentido de promover o bem-estar essencial das populações, embora ainda enfrentem bastantes dificuldades devido à crise que se atravessa.

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References:

  • Colauto, R.D., & Beuren, I.M. (2003). Proposta para avaliação da gestão do conhecimento em entidade filantrópica: o caso de uma organização hospitalar. [em linha] SCIELO Brasil – scielo.br/scielo. Rev. Adm.contemp. vol.7, bo.4. Acedido a 25 de maio de 2016 em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141565552003000400009&script=sci_arttext&tlng=pt;
  • Paiva, I.L., & Yamamoto, O.H. (2008). Os Novos Quixotes da Psicologia e a Prática Social no “Terceiro Setor”. The New Quijotes of Psychology and the Social Practice in the “Third Sector”. Los Nuevos Quijotes de la Psicología y la Práctica Social en el “Tercer Sector”. [em linha] PEPSIC, Periódicos Eletrônicos em Psicologia – pepsic.bvsalud.org/scielo, Psicologia Política, 8(16), 231-250.
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