Dor crónica

A dor crónica é uma enfermidade prolongada por períodos longos de tempo e, normalmente, com altos graus de intensidade.

Dor crónica

A dor crónica é uma enfermidade prolongada por períodos longos de tempo e, normalmente, com altos graus de intensidade. Ela varia de pessoa para pessoa mediante as particularidades singulares e o ambiente em que a pessoa está inserida.

De acordo com os estudos de Miceli (2001) a dor crónica é uma enfermidade típica dos países industrializados que leva a que as populações sofram com a mesma ao ponto de faltar ao local de trabalho, a produzir menos, a apresentar baixas repetitivas devido a doenças e até mesmo a pedir indenizações por questões de saúde no trabalho.

No que concerne aos números, os estudos de Cunha e Mayrink (2011) apontam para 100 milhões de indivíduos que padecem de dor crónica e 14% relacionada com articulações e sistema musculoesquelético.

Devemos referir que nenhum indivíduo deve ficar sujeito à dor permanente quando esta pode ser aliviada e controlada pelo que já se podem encontrar diversas instituições de saúde especializadas em intervir ao nível da dor crónica tendo em conta diferentes fatores associados a ela de origem biopsicossocial (Miceli, 2001).

Devido aos contornos que a convivência com a dor crónica assume, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu como prioridade governamental o controlo da mesma, nos serviços de saúde e nos cuidados paliativos com o objetivo de melhorar a qualidade de vida (qdv) dos pacientes (Miceli, 2001).

Em indivíduos na terceira idade, podemos observar com maior incidência a forma como a dor crónica afeta a sua qdv, principalmente aos níveis físico, psicológico, social e ambiental, segundo os estudos de Cunha e Mayrink (2011). De referir a importância de avaliar minuciosamente a intensidade da dor nestes indivíduos devido à incapacidade dos mesmos para expressar com precisão o mal-estar que sentem quando estão numa situação que lhes provoca dor (Cunha, & Mayrink, 2011).

Para que os cuidados prestados neste sentido tenham eficácia, urge capacitar os profissionais de saúde das competências necessárias para responder aos mesmos (Cunha, & Mayrink, 2011; Miceli, 2001).

O que é a dor?

Segundo os pressupostos de Miceli (2001) a dor é entendida como uma junção de sensações físicas e psicológicas que advêm de estados de doença e cuja resposta dada por cada indivíduo varia de acordo com a sua singularidade.

Alguns autores entendem a dor como algo que é percepcionado e sentido de forma única que muda apenas de intensidade, e outros autores entendem a mesma como uma experiência múltipla entre fatores afetivos e emocionais (Cunha, & Mayrink, 2011).

Freud entendia a dor de acordo com questões sintomatológicas e afetivas, portanto, psicodinâmicas que a perpetuavam pelo que quando a atenção dada à mesma era desviada, a ansiedade provocada pela sensação de dor, desaparecia ou diminuía (Miceli, 2001).

Por outro lado, segundo o behaviorismo, na segunda metade do século xx, a dor podia ser aumentada ou diminuída de acordo com a relação entre o ambiente e o comportamento do indivíduo, a partir das necessidades psicológicas do mesmo (Miceli, 2001).

Outras teorias definem ainda a dor como “…oficialmente definida como sendo uma “desagradável experiência sensorial e emocional associada a um dano atual ou potencial do tecido, ou descrita em termos deste dano”…” (International Association for the Study of Pain (IASP), cit in Miceli, 2001, p.4).

Alguns dos sintomas que encontramos associados ao fenómeno da dor são a depressão, a incapacidade física e emocional, a dependência, a ausência de convívio social, alterações na sexualidade, mudanças na dinâmica familiar, problemas económicos, entre outros (Cunha, & Mayrink, 2011). O que acontece quando encontramos este tipo de quadros clínicos é que vêm associados à fadiga, à anorexia, às alterações do sono, à constipação, à desconcentração, entre outros (Cunha, & Mayrink, 2011).

Conclusão

De acordo com a revisão da literatura podemos compreender que a dor em geral é bastante complexa e que a dor crónica acaba por assumir contornos ainda mais complexos e variados uma vez que o seu caráter permanente leva a que haja alterações ao nível da qdv dos indivíduos, por diferentes motivos, incluindo económicos. Verificamos ainda que a mesma é mais incisiva em idosos e em pessoas que já padecem de outro tipo de enfermidades tais como depressão, perturbações emocionais, etc.

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References:

  • Cunha, Lorena Lourenço, & Mayrink, Wildete Carvalho. Influência da dor crônica na qualidade de vida m idosos. Rev Dor São Paulo, 2011 abr-jun; 12(2): 120-4;
  • Miceli, Ana Valéria Paranhos. Dor crônica e subjetividade em oncologia. Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3). [citado 2016-07-1]: 363-373.
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