Cyberbullying

O cyberbullying trata-se de uma vertente do bullying que tem como palco as tecnologias onde o comportamento agressivo se dá em maior proporção.

Cyberbullying

O cyberbullying trata-se de uma vertente do bullying que tem como palco as tecnologias onde o comportamento agressivo se dá em maior proporção. Isto acontece devido às características impossíveis de controlar, próprias dos meios tecnológicos que servem para a promoção de comportamentos impróprios.

Segundo a revisão da literatura realizada por Souza, Simão e Caetano (2014) e Wendt e Lisboa (2014) o cyberbullying é uma vertente do bullying que recorre às tecnologias tais como telemóveis e internet para agredir.

Algumas das diferenças são que, sendo virtual, ele pode permanecer ao longo do tempo, registado no espaço virtual (Souza, Simão, & Caetano, 2014) e, ao contrário do bullying presencial, no caso do cyberbullying, a vítima não pode tentar evitar através da previsão da agressão porque a mesma pode acontecer em qualquer momento, já que se trata da utilização de meios tecnológicos instantâneos, como é o caso do e-mail, por exemplo (Wendt, & Lisboa, 2014).

O fenómeno tem a sua maior repercussão no contexto educativo e em diversos países, além de influenciar os vínculos afetivos inerentes às relações interpessoais (Souza, Simão, & Caetano, 2014).

É comum que tanto vítimas como agressores estabeleçam relacionamentos conflituosos, instáveis e de agressividade, além de que o mesmo sujeito pode assumir o papel de agressor, para além de ser vítima (Wendt, & Lisboa, 2014).

Por ser um assunto pouco explorado no contexto português, os estudos demonstram que é preocupante devido à evolução e propagação extremamente rápida das novas tecnologias (Souza, Simão, & Caetano, 2014; Wendt, & Lisboa, 2014).

Uma das grandes causas da propagação do cyberbullying é o fato de ele não ser presencial, o que permite algum resguardo ao agressor e manter-se no anonimato, facilitando o agravar do seu comportamento (Souza, Simão, & Caetano, 2014; Wendt, & Lisboa, 2014).

Outro dos grandes problemas é que os educadores não têm tantos conhecimentos sobre tecnologias como os alunos, o que prejudica a sua capacidade de resposta e consequente controlo e proteção da vítima que fica entregue a si mesma (Souza, Simão, & Caetano, 2014).

À semelhança do bullying o cyberbullying tem contornos devastadores sobre a vítima, provocados pelo preconceito e pela intolerância face à diferença que levam os agressores a difamar a vítima, recorrendo às tecnologias para se poder resguardar e salvaguardar o seu anonimato (Souza, Simão, & Caetano, 2014).

Para combater o flagelo, é imprescindível que toda a comunidade escolar participe em atividades que visem a inibição dos comportamentos agressivos, uma vez que, por vezes, mesmo não participando na agressão, alguns indivíduos testemunham a mesma, incentivam e até apoiam (Souza, Simão, & Caetano, 2014; Wendt, & Lisboa, 2014).

Por norma, os métodos de defesa a que as vítimas mais recorrem é ao cancelamento de contas de e-mail e de redes sociais, mudança de número de telemóvel, exclusão dos agressores das suas redes sociais ou mesmo recorrer aos amigos (Souza, Simão, & Caetano, 2014). Wendt e Lisboa (2014) apontam para comportamentos inapropriados por parte dos agressores como invasão de privacidade virtual, por exemplo, violação de palavra-passe das redes sociais, roubo de dados pessoais, piadas insultuosas, tudo isto por intermédio de Short Message Service (SMS), e-mail, entre outros.

De acordo com as pesquisas de Wendt e Lisboa (2014) muitas das vítimas desenvolvem perturbação de ansiedade, começam a abusar de psicotrópicos e apresentam ainda quadros de depressão, tendência suicida, baixo rendimento escolar, etc.

Também de grande relevância é o tipo de indivíduos mais propícios a serem vítimas de cyberbullying que são habitualmente jovens tímidos, reservados e com poucos relacionamentos de amizade, que normalmente, por medo de perder os seus pertences, tais como telemóveis ou por medo de perder o acesso à internet, silenciam a agressão de que são vítimas (Wendt, & Lisboa, 2014).

Em muitos casos, o espaço virtual é considerado impessoal e sem grandes regras, pelo que os usuários entendem que as suas ideias podem ser expressadas livremente, o que não acontece na vida real porque há maior necessidade de filtrar certos tipos de pensamentos (Wendt, & Lisboa, 2014).

Conclusão

O uso das tecnologias para enveredar por comportamentos de cyberbullying faz com que o mesmo seja mais difícil de controlar e de evitar, já que, ao contrário do bullying presencial, o agressor pode resguardar-se no anonimato e agredir quando quiser. Isto torna a agressão mais violenta, já que, por uma questão de facilidade de agressão por parte de quem exerce, as repercussões na vida da vítima podem leva-la a desenvolver perturbações depressivas, de ansiedade ou mesmo ao suicídio. É um meio de agressão ainda pouco explorado, pelo que, devido à gravidade das consequências, urge que haja mais foco de intervenção tanto junto das vítimas como junto dos agressores.

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References:

  • Souza, S.B., Simão, M., & Caetano, A.P. (2014). Cyerbulling: percepções acerca do Fenômeno e das Estratégias de Enfrentamento. Cyberbullying: Perceptions about the Pehomenon and Coping Strategies. [em linha] SCIELO BRASIL – scielo.br. Psicologia Reflexão e Crítica, 27(3), 582-590.
  • Wendt, G.W, & Lisboa, C.S.M. (2014). Compreendendo o Fenômeno de Cyberbullying. Understanding the cyerbullying phemonenon. Compreendendo el fenómeno del ciberacoso. [em linha] PePSIC – Periódicos Eletrônicos em Psicologia. Temas psicol.22 no.1. acedido a 21 de maio de 2016 em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2014000100004
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