Hiperatividade

A hiperatividade define-se como uma dificuldade de concentração e de controlo da impulsividade mais ou menos intensa.

Hiperatividade

A hiperatividade define-se como uma dificuldade de concentração e de controlo da impulsividade mais ou menos intensa.

Os estudos de Eidt e Tuleski (2010) indicam que, cada vez mais, se observa a precocidade com que muitas crianças são encaminhadas, avaliadas e sujeitas a indicações medicamentosas relacionadas com a hiperatividade, baseada em consequências como o baixo rendimento escolar, a falta de atenção e a incapacidade geral para aprender.

Por esse motivo assiste-se à administração de grandes quantidades de ritalina no sentido de controlar a hiperatividade da criança, durante o período escolar (Eidt, & Tuleski, 2010).

De referir que a hiperatividade, enquanto perturbação do foro mental é reconhecida em todo o mundo pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com a expressão de impulsividade e falta de atenção, no palco dos principais sintomas associados (Marques, 2013).

Assim, alguns estudos mencionam a tendência para rotular as crianças que têm hiperatividade, como portadoras de perturbação de hiperatividade com défice de atenção (PHDA), sem averiguar fatores como o ambiente familiar, alterações significativas no estilo de vida, entre outros (Eidt, & Tuleski, 2010).

Estudos como os de Marques (2013) consideram ainda alterações no âmbito do desenvolvimento que afetam a vida diária do indivíduo, que afeta a vida biopsicossocial e tem bastante origem em fatores genéticos, biológicos, sociais e da vida, que podem intensificar os sintomas.

Um dos maiores obstáculos que se encontram quando se faz investigação no âmbito da hiperatividade é ainda a escassez geral de informação acerca do tema, uma vez que os estudos não são claros porque são inconsistente entre si (Eidt, & Tuleski, 2010).

No entanto, em relação aos sintomas associados à hiperatividade, continua a verificar-se um conjunto de características tais como a impulsividade, a dificuldade de autocontrolo, o atraso no desenvolvimento, a dificuldade em delinear objetivos futuros, entre outros (Eidt, & Tuleski, 2010).

Apesar da escassez de informação, segundo Marques (2013), em outros tempos previa-se que os sintomas de hiperatividade acalmavam quando o indivíduo entrava na adolescência, contudo, os estudos levados a cabo por Eidt e Tuleski (2010) permitem concluir que, ao longo do crescimento da criança, os sintomas de hiperatividade continuam a manter-se cada vez com maior expressão mas dependendo de caso para caso no que concerne ao grau com que se expressa (Eidt, & Tuleski, 2010). Apesar disso, é possível também observar que, tal como na maioria das perturbações que começam a expressar-se ainda na infância, o ambiente em que a criança cresce e se desenvolve, contribui significativamente para a manutenção ou extinção dos sintomas de hiperatividade (Eidt, & Tuleski, 2010).

A revisão da literatura permite-nos afirmar que a hiperatividade atinge 3 a 5% da população ao longo de todo o percurso vital, no entanto, e tal como já mencionamos, existem fatores que podem atenuar ou intensificar os sintomas, tais como o diagnóstico atempado, os conflitos familiares, escolares, comportamentais e psicológicos com que o indivíduo hiperativo vive (Marques, 2013).

Estudos indicam que existe mesmo a possibilidade de tratar ou até evitar problemas de depressão, comportamento desviante (abuso de drogas, álcool, etc), abandono escolar, problemas de vocação e de relacionamentos interpessoais, quando o diagnóstico de uma hiperatividade é observado precocemente (Marques, 2013). Devido a todos estes sintomas há maior probabilidade de a criança desenvolver perturbação de ansiedade quando tem uma perturbação de hiperatividade (Marques, 2013).

De grosso modo, uma definição bastante simples para a hiperatividade é a dificuldade em organizar mentalmente a grande quantidade de estímulos aos quais a criança está permanentemente e diariamente exposta, quer individualmente quer em grupo (Eidt, & Tuleski, 2010).

Isto significa que é preciso reavaliar o tempo que se proporciona às crianças para obterem resultados nas mais variadas áreas e a associação que se faz desse mesmo tempo, em relação ao fracasso (Eidt, & Tuleski, 2010).

“A hiperatividade e déficit de atenção é um problema mais comumente visto em crianças e se baseia nos sintomas de desatenção (pessoa muito distraída) e hiperatividade (pessoa muito ativa, por vezes agitada, bem além do comum).”

(Marques, 2013).

Conclusão

A hiperatividade diz respeito à dificuldade de concentração e de controlo da impulsividade que afeta alguns indivíduos e que, muitas vezes, acompanha os mesmos ao longo de toda a vida. No entanto, além da medicação que é, em muitos casos, administrada, verifica-se que o ambiente familiar e escolar em que o indivíduo vive, podem intensificar ou amenizar estes sintomas.

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References:

  • Edit, Nadia Mara, & Tuleski, Silvana Calvo. (2010). TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATNEÇÃO/ HIPERATIVIDADE E PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL. Cadernos de Pesquisa, v.40, n.139, p.121-146, jan/abr, 2010. Recuperado a 07 de outubro de 2016 de scielo.br/pdf/cp/v40n139/v40n139a07.pdf;
  • Marques, Challine, Mendes. (2013). Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Aspectos Sociais e Psicológicos. PSICOLOGADO Artigos. psicologado.com. Recuperado em 07 de outubro de 2016 em https://psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/transtorno-de-deficit-de-atencao-e-hiperatividade-aspectos-sociais-e-psicologicos.
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