Marketing Infantil é o conjunto de ferramentas usadas para promover produtos e serviços voltados ao público infantil.
O Marketing Infantil tem em conta que, não obstante as crianças dependerem dos adultos para financiarem as suas compras, podem assumir diferentes papéis de compra: podem ser consumidoras, influenciadores ou mesmo decisoras, independentemente do dinheiro ser dos pais ou encarregados de educação. Além disso, as crianças são os futuros consumidores e o marketing tem a noção de que o público infantil de hoje é o público consumidor de determinado produto ou serviço, amanhã.
Contudo, esta matéria é controversa e vários países têm procurado regulamentar a atividade do Marketing Infantil para evitar abusos. Há casos em que a comunicação publicitária voltada diretamente à criança é até proibida. No entanto, o Marketing Infantil utiliza (também) boas formas de relacionamento com as crianças e com os seus pais e, melhor do que isso, zela pelo fornecimento de subsídios para o adequado desenvolvimento e distribuição dos produtos ou serviços para os mais pequenos. Por isso, e apesar de a nível académico o Marketing Infantil ser delegado para segundo plano, no universo corporativo ele é amplamente utilizado e agrada tanto ao público infantil como ao adulto. Afinal quem não gosta de ver, por exemplo, anúncios televisivos a brinquedos? Com estas e outras estratégias, as empresas procuram atingir o aspeto intangível e fantasioso do universo infantil. E as crianças, sonhando com o mundo imaginário, terão os seus desejos realizados a partir do momento em que convencem um adulto a adquirir determinado brinquedo, jogo, peça de roupa ou a ir a determinado restaurante ou parque de diversões, a título de exemplo.
Hoje em dia, existem mesmo agências de comunicação e publicidade especializadas na criação de personagens e histórias que são utilizadas como estratégias de marketing de grandes empresas a fim de atingir o público infantil. Essas estratégias têm como objetivo apelar ao lado emocional, social e cognitivo das crianças.
Como implementar o Marketing Infantil?
Em primeiro lugar, é necessário conhecer a fundo o universo infantil que invariavelmente está relacionado com sentimentos de alegria, emoção, imaginação, criatividade e diversão.
São precisamente estes os itens que fazem um bom Marketing Infantil: mostrar o lado lúdico de uma marca e estimular o melhor da infância, ou seja, a brincadeira.
Numa loja física, por exemplo, não é difícil promover atividades de interação com as crianças e até com os pais, mas também numa loja virtual é possível criar ações interativas que despertem a atenção e a alegria dos mais pequenos, com muitas cores e ilustrações. E, entenda-se, se se conseguir agradar às crianças, consegue-se comunicar com os adultos indiretamente. E isso é particularmente importante porque apesar de serem os filhos os influenciadores, os pais é que são os decisores da compra. Então, as empresas precisam de conquistar, também, a confiança deles.
Esta estratégia de Marketing Infantil serve inclusive para marcas que nem vendem produtos para crianças porque permite explorar o universo infantil e acordar a criança que todos os adultos têm dentro de si. E também permite integrar os filhos nas experiências de marca dos clientes.
Limites do Marketing Infantil
Está provado o poder de influência dos filhos na hora da compra. As crianças conseguem facilmente convencer os pais de que precisam mesmo muito de determinado boneco ou jogo que acabou de ser lançado. Entre os argumentos que usam, o vencedor é o de que todos os amigos já têm menos ele ou ela.
Evidente que a própria criança, dependendo da idade, começa a entender a diferença entre o que é mesmo necessário e o que é supérfluo, mas poderá não entender, isso sim, a capacidade de persuasão do marketing. Por outras palavras, uma criança não percebe que um anúncio publicitário explora a sua imaginação para vender um produto que provavelmente ela não precisa. Inclusive, até os adultos têm alguma dificuldade em encontrar um distanciamento face à publicidade.
Desta feita, já foram criadas uma série de entidades que promovem a defesa da criança diante do Marketing Infantil, ou, pelo menos, daquele tipo de publicidade considerada abusiva perante a lei quando se aproveita da sua deficiência de julgamento e de experiência. Enquanto alguns especialistas alegam que a publicidade dirigida às crianças é sempre abusiva, outros entendem que a legislação não precisa de ser tão rígida nem de roçar, até, a censura.
Aqui o ideal é sempre ajustar o Marketing Infantil às normas de uma marca e legislação de um país.
Como evitar a falta de ética na criação de campanhas de Marketing Infantil?
– Não fazer apelos imperativos ao consumo, usando expressões como “compra já” ou “pede aos teus pais”.
– Não fazer merchandising em programas infantis ou em programas que incluam crianças ou que usam elementos do universo infantil.
– Não assumir um comportamento inadequado, associando crianças a situações ilegais, perigosas ou socialmente condenáveis.
– Não estimular hábitos de vida pouco saudáveis, encorajando ao consumo excessivo de alimentos e bebidas, por exemplo, e desvalorizando a alimentação saudável ou apresentando produtos que substituam as refeições.
– Não estimular o consumismo, impondo a ideia de que o consumo do produto X proporciona superioridade ou, a sua ausência, inferioridade, medo ou constrangimento, por exemplo.
– Não revelar comportamentos pouco educativos que desvalorizem a família, a escola, a vida saudável e a proteção ambiental, por exemplo. Nem promover qualquer forma de preconceito racial, social ou religioso.