Mitologia egípcia é o conjunto de narrativas míticas pertencente ao Egito Antigo. Assim como outras mitologias, a egípcia busca contar o início do Universo e a origem de seus deuses por meio de lendas. Diferentemente da mitologia nórdica e da mitologia grega, essa não conta com textos escritos, como as Eddas, a Teogonia ou os poemas de Homero.
Ainda assim, há três fontes escritas que investigadores da modernidade utilizam para basear seus estudos sobre a mitologia egípcia. Há o Livro das pirâmides, o Livro dos sarcófagos e o Livro dos mortos. Além desse material escrito, há os templos, túmulos, estátuas e pirâmides, que servem como um material de estudo relevante para o conhecimento moderno da mitologia grega.
O Livro das pirâmides é uma coletânea de fórmulas mágicas, feitiços e hinos que têm a função de proteger o faraó após sua morte e garantir que ele sobreviva ao mundo dos mortos. Esse texto encontra-se inscrito nos muros, paredes e corredores das câmaras funerárias das pirâmides de Sacará.
O Livro dos sarcófagos é uma compilação de textos cuja função era basicamente a mesma que a do Livro das Pirâmides: proteger os mortos quando eles fossem para o outro mundo. Esses textos eram encontrados inscritos, no formato de hieróglifos, dentro dos sarcófagos.
O Livro dos mortos inclui muitos textos dos livros anteriores, além de originais. Diferentemente das obras anteriores, essa era escrita em rolos de papiro por escribas. Eram vendidas às pessoas comuns para serem colocadas nos túmulos. Há ainda relatos escritos feitos por autores gregos, como Heródoto e Plutarco.
Mitologia egípcia e a cosmogonia principal
De acordo com os mitos de Heliópolis, no princípio de tudo havia as águas do caos, chamadas de Nun. Em um dado momento, dessa água surgiu uma colina de lodo chamada de Ben-Ben. Em seu topo estava Atum, o primeiro deus egípcio. Atum expeliu Shu, deus do ar, e Tefnut, deusa da chuva, após tossir.
Shu e Tefnut procriaram e tiveram dois filhos: Geb, deus da terra, e Nut, deusa do céu. Nut se tornou a abóboda do céu após ter sido erguida por Shu e colocada acima de Geb. Nut e Geb acabaram por ter uma descendência juntos, quatro grandes deuses: Osíris, Ísis, Seth e Néftis.
Osíris se tornou deus da terra e foi governante durante muitos anos. Ao seu lado, Ísis, irmã e esposa, era protetora da natureza e da magia. Seth era o deus do deserto. Ele sentia inveja do posto de governante da terra que possuía Osíris. Sendo assim, um dia Seth assassinou o próprio irmão.
O deus Osíris foi enviado ao mundo subterrâneo, enquanto Seth tomava o posto de governante da terra. Antes de ser assassinado, Ísis e Osíris tiveram um filho, Hórus. Ele decidiu se vingar pela morte do pai e reconquistar o trono perdido. Hórus consegue derrotar Seth e se torna o novo rei da terra.
Apesar disso, Osíris continuou no mundo dos mortos. Sua outra irmã, Néftis, sempre foi secretamente apaixonada por ele. Ela se disfarçou de Ísis e deitou-se com o irmão. Dessa relação nasceu Anúbis, o deus dos mortos, com cabeça de cão e corpo de homem.
Outras cosmogonias
A narrativa cosmogônica de Heliópolis é certamente a mais famosa e difundida da mitologia egípcia. Ela é chamada de Enéade de Heliópolis. Há outras cosmogonias de importância, como a Ogdóade de Hermópolis, que possuía um panteão de oito deuses, que se agrupavam em quatro casais. Foi em Hermópolis que surgiu o mito do deus solar Rá, por exemplo.
Na cosmogonia de Mênfis, uma tríade de deuses era dominante: Ptah, Sekhmet e Nefertum. As cosmogonias de Tebas e Elefantinas, cidades menores, apresentam outros deuses e narrativas. Posteriormente, mitólogos modernos agregaram todas as divindades em um único panteão.
References:
https://www.britannica.com/topic/ancient-Egyptian-religion
