Biografia de Paulo Futre
Paulo Futre é um ex-jogador de Sporting, Benfica e Porto tendo sido um dos melhores jogadores nacionais de sempre. Actualmente é comentador desportivo.
Nascido a 28 de Fevereiro de 1966, na cidade do Montijo, Paulo Futre tornou-se jogador de futebol por influência do seu pai, José Paulo, que passou pelas divisões inferiores nos clubes perto de onde reside como Amora, Montijo e Cova da Piedade. Tal como pai, viria a ser um extremo esquerdo mas Futre destacava-se pela velocidade de execução e a sua capacidade de drible. Paulo Futre levava quase sempre a melhor e quando isso não acontecia devia-se a faltas duras dos adversários. Era um homem de impulsos, passional e o seu jogo reflectia isso mesmo.
A sua formação de jogador aconteceu no Sporting quando Aurélio Pereira gostou do que viu num miúdo de 12 anos que brilhou num torneio de França e fez uma proposta a José Paulo que aceitou o ingresso do seu filho Futre no clube de Alvalade. Aos 15 anos de idade, assina o primeiro contrato profissional com o Sporting e torna-se a estrela maior da formação do Sporting. Não demorou muito tempo a jogar na equipa principal do Sporting. Depois da saída de António Oliveira das funções de treinador-jogador, Paulo Futre estreava-se pela primeira vez em Maio de 1983 num jogo particular. Na época seguinte (83/84) teve mais oportunidades na equipa principal mas não estava satisfeito com a gestão que o treinador de então, Josef Venglos, fazia relativamente a si. Isto porque o treinador defendia que Futre deveria fazer um determinado percurso nos juniores e integrando, com tempo, a equipa principal. Mas o impulsivo Futre não estava contente com a situação e acreditava que tinha talento para suportar a falta de experiência que lhe apontavam como razão para não jogar na equipa principal a tempo inteiro. Por isso mesmo, exigiu novas condições salariais que os responsáveis sportinguistas recusaram de imediato e sentindo-se ofendido com a conduta preferia mudar de ares, até porque já sabia que na época seguinte, o Sporting iria empresta-lo à Académica. Nessa altura, entrou a sagacidade negocial de Pinto da Costa para levar Paulo Futre rumo ao Futebol Clube do Porto e a contratação de Futre servia de vingança ao que o Sporting fizera antes em que levara Jaime Pacheco e António Sousa das Antas. Paulo Futre confirmou no FC Porto aquilo que no Sporting não reconheciam como se fosse imediato. Apesar de algumas dificuldades de integração no primeiro ano devido a ter vindo do Sporting, respondia dentro de campo, com qualidade, técnica, irreverência e corajoso o suficiente para levar o FC Porto ao colo. Futre ajudou a conquistar dois campeonatos nacionais e a Supertaça, a nível nacional e a nível internacional, ajudou a conquistar a Taça dos Clubes Campeões Europeus, um inédito troféu no clube portuense e que foi um escaparate para mostrar as suas capacidades aos principais clubes estrangeiros que o quiseram levar para as suas fileiras. Consumou-se a transferência para o Atlético de Madrid, onde se tornou um ídolo dos adeptos do clube “colchonero”. Viveu uma relação intensa de altos e baixos com o Presidente, Adeptos e com a equipa técnica mas nunca mais foi esquecido sendo uma referência dos adeptos do Atlético. Esteve no clube durante 6 temporadas, venceu duas Taças do Rei e no inicio do ano de 1993 saiu do Atlético para ir parar ao Benfica. Contudo, teve para assinar pelo Sporting que chegou a sondar Futre para voltar ao clube do seu coração. O Presidente do Benfica, Jorge de Brito, teve melhores argumentos e trouxe Futre para a Luz ainda que só por meio ano. Ganhou uma Taça de Portugal pelo clube encarnado. Futre já não era mesmo pelas constantes lesões que sofrera na sua carreira e que já o afectaram no Atlético. Depois do Benfica, seguiu-se o Marselha como sendo o seu clube para a época de 93/94. Volta a não estar muito tempo no clube francês, na altura afectado pelo escândalo de corrupção. A meio dessa época, assinava contrato com o Reggiana com intermediação do AC Milan, onde estaria temporada e meia mas novamente sem sucesso. No jogo de estreia pela equipa italiana, Paulo Futre é o melhor em campo mas com o jogo perto do fim sofre mais uma lesão grave no joelho. Em 1995/1996, iria mesmo para o AC Milan mas as lesões e consequentes operações e recuperações dinamitavam a sua confiança e fisicamente já não era o mesmo. Mesmo assim, fez um jogo pela equipa milanesa que lhe permitiu ser campeão italiano. Em Inglaterra, acreditavam nas suas capacidades ainda que soubessem que o rendimento não seria o mesmo do que já atingira. Em 1996/1997, foi parar ao West Ham no qual teve um episódio caricato em que se recusou a jogar por não ter destinado para si a camisola número 10, situação que tinha sido acautelada em contrato segundo o próprio. Mais uma rotura muscular que o impossibilitou de jogar muito no clube inglês. Ainda jogou no Atlético de Madrid e no Japão, no Yokohama Flugels até que deu por terminada a sua carreira em 1998.
Na Selecção, Paulo Futre fez 41 jogos e 6 golos e diz-se que teve azar na geração em que nasceu, já que o seu espaço de selecção coincidiu entre o pós Euro-84 e o início do Euro-96. O único feito pela selecção foi a presença no Campeonato Mundial de 1986, no México, que foi um fracasso devido ao Caso Saltillo. Ainda assim, quando se estreou foi o jogador mais jovem a ser internacional por Portugal. Com a sua carreira terminada, estabeleceu-se na capital espanhola, onde fez grande parte da sua vida, dedicada ao Atlético de Madrid. Ultimamente, encontra-se em Portugal e é um dos comentadores residentes em programas desportivos da TV por Cabo.