Conceito de Amoreira
Amoreira é a designação vernácula atribuída aos elementos das espécies pertencentes ao género Morus. Estas existem em duas grandes variedades as brancas e as negras (Morus albas e Morus nigra) assim como um variedade vermelha (Morus rubra). Devido ao fruto que produz estas árvores são muitas vezes confundidas com as silvas (Rubus), também denominadas de amoreiras-silvestres. Outras espécies também podem assumir esta designação.
Estas árvores são caducifólias, pois perdem a totalidade das suas folhas durante a época mais desfavorável. Estes indivíduos apresentam um porte baixo, não atingindo dimensões muito superiores a 5 metros de altura. A casca do seu tronco é rugosa e escura. Estas características podem variar consoante a espécie, existindo espécie perenes.
A sua copa é bastante larga. As folhas verde claras são ásperas devido à presença de pequenos pêlos. As suas flores são pequenas e brancas, por vezes com uma tonalidade amarelada. Estes indivíduos são monoicos, pois apresentam ambos os sexos separados, mas presentes no mesmo individuo, no entanto, existem espécies dioicas.
O seu crescimento não é muito rápido. As amoreiras estão adaptadas a todo o tipo de solo, não sendo muito esquisitas apesar de preferirem solos húmidos e profundos, mas não suporta solos encharcados, sendo essencial a existência de uma boa drenagem. Não suportam ventos muito fortes, preferem a exposição ao sol, podendo sobreviver a grandes períodos de seca.
Os frutos destes arbustos surgem a partir de Abril até Agosto, dependendo da espécie, os frutos das amoreiras brancas surgem primeiro, dando frutos doces e sumarentos, e os das negras são os últimos, dando frutos mais ácidos.
Estes frutos podem ser comidos após a sua apanha, por vezes são usados em compotas ou ainda secos e comidos como doces (particularmente no Médio Oriente). As amoras após serem secas, podem ainda ser moídas e a sua farinha ser usada como adoçante.
A amoreira branca foi cultivada durante muitos anos na China devido à sua utilização como alimento para o bicho-da-seda, bicho responsável pela produção de seda, que correspondia à grande industria chinesa, envolta em segredos durante séculos.
A amoreira branca encontra-se em quase todo o território português, já a amoreira negra é mais comum no norte do país, sendo que a amoreira branca é preferida para a alimentação de bichos-da-seda e a amoreira negra para consumo humano.
Devido ao clima da Península Ibérica, os mouros começam a cultivar a amoreira, não só pelo bicho-da-seda, mas também pelos seus frutos. Em Portugal são cultivadas a amoreira negra proveniente do Médio Oriente, a amoreira branca típica da China e a amoreira vermelha que provem da América. Os nomes das amoreiras não estão relacionados com a cor dos seus frutos.
As amoreiras negras possuem propriedades medicinais que permitem o seu uso no tratamento de doenças como o diabetes, as pedras nos rins, hemorragias, inflamações, problemas de bexiga, entre muitas outras. A casca de amoreira pode ser utilizada em chás, como forma de tratamento para algumas doenças. As suas raízes e frutos também podem ser utilizados para tratamento.
Apesar da amoreira negra ser a mais utilizada no tratamento de doenças, as outras variedades também possuem propriedades medicinais.
As amoreiras negras podem também ser utilizadas como árvores ornamentais devido à sua copa que é abundante o suficiente para servir como árvore de sombra, pois tem uma grande abundância de folhas.
Palavras-chave:
Planta dioica
Planta monoica
Amora
Fruto
References:
Raven, Sarah (2008). Mulberries: Juicy fruits with gnarly character. Telegraph. Consultado em: Outubro 31, 2015, em http://www.telegraph.co.uk/gardening/howtogrow/fruitandvegetables/3349362/Mulberries-Juicy-fruits-with-gnarly-character.html
Ficha Técnica da cultura da Amoreira (Método Biológico). Quinta pedagógica. Câmara de Lisboa, Portugal. Consultada em: Outubro 31, 2015, em http://quintapedagogica.cm-lisboa.pt/uploads/media/Ficha_tecnica_amoreira.pdf