Os Protozoários são organismos protistas, eucarióticos, constituídos por uma única célula (unicelulares) e heterotróficos (organismos consumidores). Estes organismos alimentam-se através da ingestão de alimentos assemelhando-se, assim, ao modo de nutrição dos animais. Por esta razão, são considerados protistas semelhantes a animais, dado que, os animais são todos heterotróficos. Esta característica dá também o nome ao grupo pois protozoário (proto + zoário) significa ‘primeiro animal’, embora não sejam de facto animais. São porém, organismos anteriores aos animais na escala evolutiva da vida.
Os protozoários podem deslocar-se através de pseudópodes (amiba), de cílios (paramécia) ou por flagelos (tripanossoma). Alguns protozoários, como o plasmódio, não possuem forma de locomoção.
Alguns protozoários destacam-se por provocarem doenças graves nos seres humanos como um organismo flagelado do género Trypanosoma que provoca a ‘Doença do sono’ e outro protozoário do género Plasmodium responsável pela ‘Malária’.
As vantagens de ser pequeno quando se é unicelular
Os protozoários são organismos muito simples. Possuem dimensões pequenas que podem variar entre os 3 e os 700 micrómetros. O facto de possuírem pequenas dimensões permite-lhes ter um a fisiologia mais eficiente, já que, desse modo, toda a célula se encontra em contacto com o meio liquido envolvente o optimiza a captura de partículas de alimento e a excreção de substâncias tóxicas. Na verdade, só a partir do momento em que aparecerem organismos pluricelulares (com mais do que uma célula) é que surgem seres com maiores dimensões. Para contrabalançar o facto de nem todas as células estarem próximas do meio envolvente, os organismos começaram a desenvolver sistemas de canais de circulação de oxigénio e nutrientes e de excreção de substâncias tóxicas ao organismo. Começaram assim a desenvolver sistemas respiratórios, circulatórios, excretores, etc.
Amibas e paramécias
Entre os protozoários destacam-se as amibas e as paramécias. Ambos desenvolveram expansões celulares que permitam que uma única célula movimente a água de forma a capturar as partículas alimentares em suspensão.
Para este efeito, as amibas possuem pseudópodes (termo que significa falsos pés). As células formam umas expansões marginais que se movimentam e provocam agitação no meio aquoso envolvente. Quando o alimento se aproxima, o pseudópode envolve-o e forma vesículas fagocíticas. Nestas vesículas irá ocorrer a digestão através das enzimas que vão ser produzidas no seu interior. As amibas possuem ainda uma estrutura celular importante, o vacúolo contráctil. Este vacúolo controla o equilíbrio hídrico da célula bombeando água para o exterior quando esta se acumula em demasia e retém água quando é necessário, evitando que a célula rebente ou seque.
As paramécias possuem cílios para capturarem as partículas alimentares suspensas na água. Estes cílios são pequenos pêlos que rodeiam toda a célula e possuem também a função de agitar o meio aquoso à medida que se movimentam. Além de permitirem a movimentação da própria célula, os cílios conduzem as partículas de alimento para uma estrutura com a função de boca, o sulco oral. Não é uma verdadeira boca mas é a via de entrada do alimento na paramécia.
Depois de passar pelo sulco oral, o alimento passa ainda pela citofaringe e é, por fim, recolhido no citoplasma da célula por fagocitose. Formam-se vacúolos digestivos com enzimas para digerir os alimentos. Os produtos solúveis difundem-se no meio celular e os restantes saem da célula por exocitose.
A paramécia possui dois vacúolos contrácteis que mantém o equilíbrio hídrico e funcionam de forma alternada. A água em excesso sai para o meio externo através de um poro excretor.
No centro da célula existe ainda um núcleo vegetativo (macronúcleo) e o núcleo germinativo (micronúcleo). O núcleo vegetativo é responsável pelo metabolismo celular e o germinativo é responsável pela recombinação genética e pela reprodução sexuada.
Referências bibliográficas
Brusca, Richard C. and Brusca, Gary J. (2002). Invertebrates. Sinauer Associates, 2ª Edição.