Carotenos

Os carotenos são pigmentos fotossintéticos, que juntamente com as xantofilas, pertencem ao grupo dos carotenoides. São substâncias essenciais à vida e por isso devem ser inseridos na dieta alimentar, visto que o organismo não consegue sintetiza-los.

Os carotenos são pigmentos fotossintéticos, que juntamente com as xantofilas, pertencem ao grupo dos carotenoides. São os pigmentos vermelhos e alaranjados de muitas plantas, óbvio na cenoura, óleo de palma e milho amarelo, mas mascarados pela clorofila em folhas. São também encontrados em microrganismos, como algas e fungos. São substâncias essenciais à vida e por isso devem ser inseridos na dieta alimentar, visto que o organismo não consegue sintetiza-los.

Grande parte dos carotenos são convertidos em vitamina A (retinol) na parede do intestino, no entanto parte é absorvida inalterada. Para além do seu papel como precursores de vitamina A, os carotenos também são nutrientes antioxidantes, existindo evidências de que eles fornecem proteção contra a doença cardíaca isquémica e algumas formas de cancro.

Estrutura molecular

A estrutura química dos carotenos apresenta cerca de quarenta átomos de carbono e um número variável de ligações duplas conjugadas. Esta característica permite a propriedade de absorção de luz visível em diferentes comprimentos de onda, conferindo a coloração aos seres e compostos já citados (que vão do amarelo ao vermelho).

Quanto maior o numero de ligações duplas conjugadas, maior o comprimento de onda (mais para o vermelho). Assim sendo, com apenas três ligações duplas conjugadas temos o fitoeno (capta apenas luz ultravioleta, sendo incolor).

A molécula do licopeno apresenta 11 ligações duplas conjugadas, absorvendo do ultravioleta ao vermelho (o que confere a cor vermelha do tomate). Também existem os betacarotenos (cor amarela), zetacarotenos (cor verde) e neurosporaxantina (cor laranja).

Diferentes formas de carotenos

Os principais tipos de carotenos são α-caroteno, β-caroteno e o licopeno. Os primeiros dois são importantes precursores de vitamina A e também são utilizados como corantes alimentares. O licopeno não é convertido em vitamina A pelo organismo, contudo desempenha um papel antioxidante mais energético que o próprio β-caroteno, que também apresenta propriedades antioxidantes.

Fonte alimentar

O β-caroteno é uma das mais abundantes formas de carotenos existentes nos vegetais folhosos de cor verde, que tem como funções a transferência de fotoenergia e a fotoproteção. Como exemplos temos a couve, o espinafre, a chicória, os brócolos, a mostarda, o agrião e as folhas do nabo. No entanto, também é encontrado em legumes e frutas amarelo-alaranjadas como, por exemplo, cenouras, pêssegos, manga, damascos, mamão, batatas doces, abóbora, mandioca. Os cereais apresentam normalmente baixo teor de β-caroteno, mas existem pequenas quantidades no milho. O consumo diário de β-caroteno varia entre 0 e 15 mg/dia, podendo variar conforme a quantidade e origem dos alimentos vegetais consumidos.

O α-caroteno é habitualmente encontrado em fontes alimentares similares ao β-caroteno.

O licopeno é encontrado em vegetais de cor vermelha, sendo o tomate a principal fonte alimentar deste caroteno, embora também seja encontrado na melancia, no mamão e na toranja.

A absorção destes alimentos é reforçada se consumidos com gorduras, como os carotenóides são solúveis em gordura, e se o alimento é cozido por alguns minutos até que os desdobramentos da parede celular vegetal e a cor é libertada para qualquer líquido.

Carotenemia

Carotenemia ou hipercarotenemia é excesso de caroteno, mas ao contrário do excesso de vitamina A, o caroteno não é tóxico. Embora hipercarotenemia não é particularmente perigosa, pois pode levar a um alaranjamento da pele (carotenodermia), mas não a conjuntiva dos olhos (assim facilmente distinguindo visualmente da icterícia). É mais comummente associado com o consumo abundante de cenouras, mas também pode ser um sinal médico de condições mais perigosas.

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References:

  • Bender, D. (2005) Carotene. A Dictionary of Food and Nutrition.
  • Moritz, B. et al. (2006) Biodisponibilidade do licopeno. Rev. Nutr., 19(2):265-273

 

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