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O que é a Biologia Evolutiva
A Biologia evolutiva é uma área da Biologia que estuda os processos de evolução que levaram às diferentes formas de vida na Terra. A Biologia Evolutiva tem dois grandes princípios, a microevolução e a macroevolução. O primeiro refere-se ao processo de evolução que ocorre em pequena escala. O segundo pressupõe que este processo de microevolução criou um histórico que levou à evolução até aos dias de hoje. Esses processos de microevolução têm continuamente ocorrido ao longo dos últimos 3.8 mil milhões de anos. Por sua vez, este histórico da evolução restringe a microevolução que ocorre no presente e que ocorrerá no futuro, pois grava o padrão de evolução que tem acontecido ao longo do tempo.
A microevolução incorpora termos como:
– Seleção natural, que é conduzida pelo sucesso da reprodução;
– Drift, que acontece quando não existe uma correlação entre o sucesso reprodutivo e a variação do traço.
Embora existam algumas exceções, comummente se diz, com alguma aproximação, que o traço dos organismos foram, pelo menos uma vez no decorrer da História, pressionados pela seleção natural e que a suas sequências de ADN foram moldadas pelo drift.
A macroevolução incorpora algumas definições como:
- Árvore da Vida, que mostra que todas as formas de vida têm um ancestral comum;
- Especiação, que marca o início de uma nova espécie, é um evento representado através de uma ramificação na Árvore da Vida.
- A evolução das espécies é marcada por eventos impressionantes como: extinção em massa, impacto de meteoritos e outras alterações importantes na organização da estrutura da Vida.
Evolução da Biologia Evolutiva ao longo da História
Existem alguns elementos e reflexões sobre a evolução na Grécia Antiga, nomeadamente, por Aristóteles, porém só a partir do século XIX é que se torna um dos grandes temas da Humanidade. No final do século XVIII, o pensamento corrente era que a Terra tinha apenas uns milhares de anos, que as espécies tinham sido criadas com o mesmo aspeto que elas teriam na altura e que nunca antes teriam mudado, que não existiam espécies extintas, portanto ainda se acreditava na existência de dinossauros por alguma parte do planeta e que as espécies se adaptavam por influência divina. A partir do século XIX, e com ajuda de algumas provas, começou-se a refutar as evidências anteriores. Charles Lyell (1797 – 1875) foi o primeiro a postular, a partir de anormalidades geológicas, que a Terra poderia ter algumas centenas de milhões de anos. A partir de observação de fósseis mamíferos na bacia de Paris, Georges Cuvier (1769 – 1832) estabeleceu a extinção das espécies como um facto. A Homologia, princípio pelo qual animais com características físicas semelhantes partilhariam um ancestral comum, foi enunciada por Geoffroy Saint-Hilaire (1772 – 1844). E por último, Charles Darwin (1809 – 1882), num dos contributos mais importantes na Biologia Evolutiva, desenvolveu a teoria de que as espécies se conseguiriam adaptar através de fenómenos de seleção natural. Convém também lembrar Jean-Baptiste de Lamarck (1744 – 1829), que foi o primeiro a elaborar uma teoria sobre a evolução: a teoria dos caracteres adquiridos. Para Lamarck, a causa da evolução é a tendência dos seres vivos a adaptarem-se ao meio ambiente. O meio influiria nos seres vivos, criando-lhes novas necessidades, a que eles responderiam produzindo um órgão novo ou modificando-se de alguma forma. Estas modificações adquiridas pela influência do meio transmitir-se-iam aos descendentes, originando, assim, espécies novas. A biologia atual nega a herança dos caracteres adquiridos que não sejam de expressão de uma alteração do sistema genético e também a existência de tendências internas de uma dinâmica pouco científica. Assim, desta forma, é globalmente aceite que alguns dos fundamentos teóricos mais importantes da evolução foram descritos no livro The Origin of the Species by means of Natural Selection, publicado por Charles Darwin em 1859. Darwin apoiou-se na Teoria de Thomas Malthus (1766 – 1834) sobre a população e na de Charles Lyell sobre a idade da Terra e da formação de acidentes geográficos. Observou que os seres vivos reproduzem-se em grande quantidade, mas que muitos dos descendentes morrem rapidamente e que, portanto, as populações têm um número de adultos relativamente constantes. Concluiu que os indivíduos que morrem cedo são os que pior resolveriam os problemas da competição com os outros. Ao processo que perpetua as variações favoráveis chamou seleção natural. Uma acumulação de pequenas variações, assim transmitidas e conservadas, produziria, gradualmente, o aparecimento de uma nova espécie. Apesar dos inumeráveis ataques sofridos pela teoria de Darwin, o essencial permanece válido como base da teoria atualmente aceite: a neodarwinista ou teoria sintética da evolução. Esta teoria foi elaborada por um conjunto de especialistas onde se destacam Ronald Fischer (1890 – 1962), Sewall Wright (1889 – 1988), John Haldane (1892 – 1964), Theodosius Dobzhansky (1900 – 1975), Ernst Mayr (1904 – 2005), George Simpson (1902 – 1984) e Julian Huxley (1887 – 1975), tendo sido publicada em 1942. Considera que o material sobre o qual atuam as forças de seleção é o código genético, sendo estas produzidas por combinações (crossing-over) entre os cromossomas materno e paterno, ou mutações génicas ou cromossómicas (inversões, deleções, translocações, etc.). Todo este processo ocorre aleatoriamente e a influência do meio não determina o aparecimento de mutações favoráveis. Assim, ao atuar a seleção natural sobre uma população pode ocasionar-se um aumento ou uma diminuição de um determinado genótipo. Após várias gerações, e de uma forma gradual, poderá surgir uma nova espécie.
Outras personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da Biologia Evolutiva:
- Alfred Wallace (1823 – 1913)
- Wilhelm Weinberg (1862 – 1937)
- Godfrey Hardy (1877 – 1947)
- Sergei Chetverikov (1880 – 1959)
- Bernhard Rensch (1900 – 1990)
- Edmund Ford (1901 – 1988)
- George Stebbins Jr. (1906 – 2005)