Violência física

A violência física é denominada por qualquer tipo de agressão física, tal como estalos, pontapés, socos, entre outros.

Violência física

A violência física é denominada por qualquer tipo de agressão física, tal como estalos, pontapés, socos, entre outros.

Pelos estudos de Schraiber, D’Oliveira, França-Junior, Diniz, Portella, Ludemir, Valença e Couto (2007) podemos entender a violência física como caracterizada por empurrões, beliscões, estalos e socos, do agressor contra a vítima, na maioria dos casos, entre casais.

Segundo o critério definido pela Organização Das Nações Unidas, a violência física, tal como qualquer outro género de violência, viola os direitos humanos, coloca obstáculos à igualdade de género e afeta significativa e intensamente a integridade física e a saúde mental das vítimas, principalmente, das mulheres vítimas de violência doméstica (Lima, Buchele, & Clímaco, 2008).

Ao falar de desigualdade de género, não podemos deixar de mencionar questões como a raça, a etnia, a cultura, o nível sócio económico (NSE) entre ouras variáveis que, dependendo de contexto para contexto, se mostram maiores ou menores fatores de risco de violência (Lima, Buchele, & Clímaco, 2008).

Com base na Lei Maria da Penha, podemos basear a definição de violência física, naquela que é exercida contra a mulher e que “… lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico (…)” (Brasil, 2006, p. 1 e 2, cit in Lima, Buchele, & Clímaco, 2008).

Em muitos relatos verifica-se mesmo a morte da vítima por violência física permanente e grave, além de que, na maioria dos mesmos, a vítima está submetida a maiores riscos dentro de casa do que fora desta (Lima, Buchele, & Clímaco, 2008).

Tendo em conta todas estas características que lhe são associadas, podemos compreender que se trata de um problema de saúde pública (Lima, Buchele, & Clímaco, 2008).

Em muitas situações também se lhe associa a violência sexual por meio de violação e abuso ou mesmo por assédio, quando o agressor obriga a ter relações sexuais contra a sua vontade que, em algumas culturas é vista como um dever da esposa para com o marido (Schraiber et al, 2007). De referir que, de acordo com os dados recolhidos nas pesquisas, muitas vezes, a violência sexual expressa-se por meio de a vítima não ter coragem de recusar com medo de ser punida (Schraiber et al, 2007).

Estas situações têm como origem a desigualdade de género em que o homem é o ser dominante e a mulher a submissa (Schraiber et al, 2007).

Lima, Buchele e Clímaco (2008) entendem, tendo em conta a questão da desigualdade de género, que, na maioria dos casos, há uma enorme preocupação no que diz respeito à intervenção junto da vítima, no entanto, a intervenção junto do agressor também é fundamental, já que em ambos os casos há necessidade de auxílio. Esta intervenção será realizada, tanto para com a vítima como para com o agressor, com o objetivo de conseguir promover uma transformação significativa de comportamento desajustado para que se elimine a relação de violência (Lima, Buchele, & Clímaco, 2008).

De referir que a violência física é, na maioria dos casos, acompanhada pela violência sexual anteriormente mencionada e pela violência psicológica (Schraiber et al, 2007).

Os estudos revelam que a maior parte dos casos é reportada por esposas, namoradas, ex esposas e ex namoradas (Lima, Buchele, & Clímaco, 2008; Schraiber et al, 2007).

Quanto aos testemunhos das vítimas indicam ainda agravantes face à violência física, que, pelos dados levantados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) chegam a trazer consequências tais como o suicídio, o alcoolismo e um grau acentuado de aborto decorrente da agressão, comparado com outras gestantes cuja gravidez não tenha sido levada até ao final (Lima, Buchele, & Clímaco, 2008).

Uma das condicionantes que também exercem grande influência a respeito do levantamento de uma investigação é que os próprios serviços de saúde, sejam públicos ou privados, optam por evitar estudos que permitam apurar as circunstâncias devido ao tabu que, ainda hoje, corre na sociedade, em relação à violência de qualquer tipo (Lima, Buchele, & Clímaco, 2008).

Conclusão

Verifica-se assim que a violência física está fortemente associada à violência doméstica e que, na grande maioria dos casos, assume os contornos ligados à desigualdade de género a que, ainda hoje, se assiste. As vítimas são, habitualmente parceiras ou ex parceiras dos agressores e, por norma, sujeitas a todo o tipo de agressão física, que lhes traz consequências graves, devido ao medo associado à violência a que estão, permanentemente, sujeitas.

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References:

  • Lima, Daniel Costa, Buchele, Fátima, & Clímaco, Danilo de Assis. (2008). Homens, gênero e violência contra a mulher. Saúde Soc. São Paulo, v.17, n.2, p.69-81, 2008. http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7578/9100;
  • Schraiber, Lilia Blina, D’Oliveira, Ana Flávia P L, França-Junior, Ivan, Diniz, Simone, Portella, Ana Paula, Ludemir, Ana Bernarda, Valença, Otávio, & Couto, Márcia Thereza. (2007). Prevalência da violência contra a mulher por parceiro íntimo em regiões do Brasil. Revista Saúde Pública 2007; 41(5):797-807.
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