Igualdade de género

Igualdade de género diz respeito ao estabelecimento da democracia de direitos e deveres independentemente do sexo biológico do indivíduo.

Igualdade de género

Igualdade de género diz respeito ao estabelecimento da democracia de direitos e deveres independentemente do sexo biológico do indivíduo.

Tendo em conta que as diferenças de género têm por base construções sociais, a igualdade de género vem tentar compreender certas prioridades e questões que se colocam não só entre homens e mulheres, mas também entre os indivíduos dentro do seu próprio género (Araújo, 2005).

Segundo Marchão e Bento (2012) estas construções sociais, iniciadas desde a infância, devem ser promovidas, em contexto educacional, através dos educadores responsáveis por incentivar e organizar grupos de alunos que se foquem na realização de atividades baseadas na igualdade entre rapazes e raparigas. Este tipo de iniciativa pode mostrar-se bastante producente porque permite a partilha de ideias e de novas aprendizagens para ambos os géneros, em que todos participam das atividades (Marchão, & Bento, 2012).

Araújo (2005) considera que a definição de género vem, basicamente, distinguir entre o género masculino e o género feminino, segundo os papeis culturais e sociais que cabem a cada um dos dois, tanto do ponto de vista biológico como do ponto de vista das relações de género.

Neste sentido, os estudos levados a cabo por Marchão e Bento (2012) sugerem que a igualdade de género tem em vista o respeito e a compreensão para com as diferenças entre homens e mulheres, de acordo com os papeis assumidos, socialmente, por ambos.

O que podemos entender como “género”?

Para Araújo (2005) o género diz respeito à designação de masculino e feminino, no sentido sexuado da questão, além dos contornos culturais e sociais que também lhe estão associados, mais de origem relacional do que de origem biológica. A partir daqui, quando falamos de estudos relacionados com mulheres, não podemos deixar de falar também de estudos relacionados com homens, e vice versa, já que ambos estão relacionados entre si (Araújo, 2005).

Como nos indicam os estudos de Marchão e Bento (2012) a própria igualdade de género é construída ao longo do percurso vital, no que diz respeito à educação da criança, através das relações interpessoais e por meio das escolhas e das decisões feitas pelos educadores já que “A promoção de uma maior igualdade de género é um elemento fundamental na educação para a cidadania e na construção de uma verdadeira democracia” (Cardona et al., 2010, p.59, cit in Marchão, & Bento, 2012, p.3).

Os estudos de Araújo (2005) demonstram então que a igualdade/diferença de género traz uma interdependência inerente já que nenhuma das duas elimina a outra.

Igualdade de género, movimento feminista, e educação

Quando surgiu o movimento feminista pela igualdade de género, a mesma foi mais colocada em evidência do que a própria diferença pelo que a segunda adquiriu um status mais positivo, já que dizia respeito à diversidade cultural de género (Araújo, 2005).

Do ponto de vista educativo, Marchão e Bento (2012) defendem que a promoção da igualdade de género é fundamental no sentido de estimular a responsabilidade desde cedo, independentemente do género da criança, com vista ao equilíbrio e à eliminação das hierarquias com a mesma base.

Estes valores só foram levados a cabo através da emancipação da mulher em relação ao homem, que pretendeu, extinguir desigualdades e hierarquias baseadas no género e no domínio masculino (Araújo, 2005). No entanto, nem sempre a luta correu bem porque as mulheres se esforçaram por nivelar comportamentos aos modelos masculinos e acabavam por perder a sua própria feminilidade, o que se traduziu em sentimentos de inferioridade, crises de identidade e até mal-estar no que concerne à condição feminina (Araújo, 2005).

Devido a todas estas incongruências provenientes pelos movimentos feministas, a luta pela igualdade de género passou a ter como foco a valorização da diferença (Araújo, 2005).

As iniciativas promovidas por estes movimentos estenderam-se até hoje, já que, em contexto educacional, normalmente são as mães das crianças quem está mais a par das questões acerca da igualdade de género (Marchão, & Bento, 2012).

“O feminismo da diferença, desdobramento do feminismo da igualdade, introduziu um questionamento mais radical, trazendo a promessa de uma contribuição sociocultural inédita e subversiva” (Oliveira, 1993, p.73, cit in Araújo, 2005, p.7).

Conclusão

A luta pela igualdade de género levada a cabo na luta pela emancipação da mulher, vem desde o movimento feminista marcando presença nos vários contextos sociais. A iniciativa deveu-se às desigualdades sociais e hierárquicas com base no género, estendendo-se até aos nossos dias, já que, cada vez mais, em contexto de educação, vemos sendo promovida a igualdade de direitos e deveres nas atividades realizadas, tanto nos rapazes como nas raparigas.

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References:

  • Araújo, M.F. DIFERENÇA E IGUALDADE NAS RELAÇÕES E GÊNERO: REVISITANDO O DEBATE. CLIN., 2005, RIO DE JANEIRO, VOL.17, Nº2, PP:41-52;
  • Marchão, A.J.G., & Bento, A.I.F. (2012). Promoção da igualdade de género – um estudo em contexto de educação pré-escolar. Promotion of gender equality – a study in the contexto of pre-school education. Trabalho apresentado no II Seminário de I&DT, organizado pelo C3i – Centro Interdisciplinar de Investigação e Inovação do Instituto Politécnico de Portalegre. 6 e 7 de dezembro de 2012. Disponível em http://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/4117.
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