O rendimento escolar diz respeito ao resultado das competências académicas dos alunos quando avaliados em diferentes campos da aprendizagem. O mesmo pode ser verificado com maior ou menor capacidade para aprender e depende de diferentes tópicos, como o da inteligência, que se mostra como sendo um dos mais importantes.
Segundo os estudos de Lemos, Almeida, Guisande e Primi (2008) o rendimento escolar vem sendo medido, desde o início do século XX com auxílio de testes psicológicos elaborados para o efeito, através da avaliação da inteligência e das dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos.
Estes estudos foram ao encontro de outros mais antigos, realizados por Santos e Almeida (2001) que já observavam o rendimento escolar tendo em conta a fase de desenvolvimento em que o indivíduo se encontrava, ou seja, é esperado que o aluno supere os desafios de acordo com a sua idade, correspondente à sua fase de desenvolvimento. Partindo deste pressuposto e das características comuns à maioria das instituições de ensino, vários autores entendem que ambas as variáveis estão desfasadas entre si (Santos, & Almeida, 2001).
No entanto, no que refere aos testes psicométricos, devido às características algo limitativas dos mesmos, não podemos avaliar as competências dos alunos apenas através destes, uma vez que a aprendizagem e o rendimento escolar não podem ser apenas explicados de forma individual, isto é, por variáveis apenas pessoais, bem como, a inteligência não pode ser medida apenas do ponto de vista académico e de aprendizagem (Lemos, Almeida, Guisande, & Primi, 2008).
Apesar de as competências dos alunos serem muito mais vastas do que apenas a sua inteligência, certo é que esta permanece como sendo o fator com maior peso quando vamos avaliar o seu rendimento escolar (Lemos, Almeida, Guisande, & Primi, 2008).
A importância de nos debruçarmos sobre o tema do rendimento escolar, prende-se então, de acordo com Lemos, Almeida, Guisande e Primi (2008) com o facto de o mesmo estar diretamente ligado às escolhas vocacionais dos alunos, uma vez que a inteligência diz respeito à sua capacidade, propriamente dita, para a aprendizagem.
Os estudos demonstram, claramente, que a inteligência tem uma relação direta e positiva com os resultados académicos e, consequentemente, com o número de anos que os alunos permanecem nas instituições de ensino (Lemos, Almeida, Guisande, & Primi, 2008).
O rendimento escolar é, portanto, avaliado através da medição da inteligência, com fatores como a capacidade de memória, de percepção, de atenção, de raciocínio, de avaliação e de resolução dos problemas (Lemos, Almeida, Guisande, & Primi, 2008).
No entanto, em 2001 Santos e Almeida, nas suas pesquisas, tinham encontrado indicadores que mostravam a importância da maturidade, do grau de responsabilidade, da adaptação à mudança, da autonomia, entre outras variáveis, igualmente importantes para medir o rendimento académico.
Este fator demonstrou-se de elevada importância, quando avaliado o rendimento escolar, no caso dos estudantes universitários, uma vez verificando-se que, grande parte do seu sucesso, tem, particularmente a ver com esta, face à estrutura em que se processa toda essa fase (Santos, & Almeida, 2001).
Exemplos da avaliação do rendimento escolar através dos testes de avaliação psicométrica
Um exemplo evidente desta estratégia de avaliação é quando se verifica que o aluno com o rendimento escolar alto, na disciplina de matemática, tem, também, scores significativamente altos em testes de avaliação da capacidade aritmética, física e cálculo (Lemos, Almeida, Guisande, & Primi, 2008).
O mesmo se verifica quando se avaliam as competências verbais e se obtém resultados tão positivos como aqueles que se encontram quando o aluno é avaliado na disciplina relacionada com a língua materna (Lemos, Almeida, Guisande, & Primi, 2008).
No caso dos estudantes universitários já anteriormente mencionados, alguns dos fatores x que cooperam para o score obtido no rendimento, estão mais associados a questões de autonomia, de autoconceito, de auto eficácia, de autoconfiança, em suma, das características inerentes a esta fase de desenvolvimento propriamente dita (Santos, & Almeida, 2001).
Conclusão
Verifica-se, então, que a avaliação do rendimento escolar pode ser observada de diferentes formas mediante a fase de desenvolvimento e o grau de ensino. Quando estamos perante a avaliação do rendimento em estudantes em fase escolar, a mesma é associada mais frequentemente a competências associadas ao cálculo, à percepção, à memória, ao raciocínio, etc. Quando nos referimos à questão do rendimento escolar em estudantes universitários, outros fatores como a autonomia, a auto confiança, o autoconceito, a responsabilidade e a maturidade, ganham maior importância. No entanto, ainda se verifica um denominador comum que acompanha a avaliação do rendimento escolar ao longo dos tempos desde o início do século XX que diz respeito à inteligência, sendo esta, ainda hoje, o grande fator x que condiciona as avaliações acerca de competências e de relação das mesmas com o rendimento dos alunos.
References:
- Lemos, G., Almeida, L.S., Guisande, M.A., & Primi, R. (2008). Inteligência e rendimento escolar: análise da sua relação ao longo da escolaridade. Revista Portuguesa de Educação, 2008, 21(1), pp. 83-99. 2008 Universidade do Minho. Recuperado em 27 de dezembro de 2017 de http://www.redalyc.org/html/374/37421105/;
- Santos, L., & Ameida, L. (2001). Vivencias académicas e rendimento escolar: Estudo com alunos universitários do 1º ano. Análise Psicológica (2001), 2 (XIX): 205-217.