A prostituição transexual diz respeito à utilização do próprio corpo em transformação, para poder ser aceite e independente. Esta situação acontece devido às dificuldades de inclusão que estes indivíduos enfrentam.
Falamos de prostituição transexual devido à grande dificuldade que estas pessoas enfrentam quando decidem assumir-se como tal, vendo-se envolvidas em crimes de violência e agressão devido à sua condição transexual (Gingo, Menegotto, & Petters, 2012). Em muitos casos, estas pessoas são expulsas de casa e vêm-se obrigadas a pedir esmolas nas ruas, acabando mesmo por recorrer à prostituição para se poderem manter e ganhar alguma independência (Gingo, Menegotto, & Petters, 2012).
Amaral (2013) refere ainda a necessidade que estas pessoas têm de ajustar o próprio corpo à identidade de género, o que, devido à repressão geral que sofrem por parte da sociedade, faz com que procurem fazer estas transformações sem qualquer acompanhamento e à custa do trabalho oferecido na prostituição já que vêem a sua possibilidade de ingressar no mercado de trabalho, muito mais limitada.
É, muitas vezes, apenas através da prostituição que estas pessoas encontram um espaço social onde podem viver livremente de acordo com a sua identidade, uma vez que, fora deste cenário, são constantemente vítimas de preconceito, o que também dificulta a sua entrada no mercado de trabalho (Gingo, Menegotto, & Petters, 2012). Corroborando este Amaral (2013) revela também o facto de estas transexuais enveredarem pela prostituição devido a forma como são excluídas não só da família mas também da escola e do mundo do trabalho.
Conclusão
Verificamos que a prostituição é praticamente uma imposição colocada às pessoas transexuais devido à dificuldade que encontram de ganhar a sua liberdade e independência através do mercado de trabalho. Devido a preconceitos e exclusão social, inclusive pela própria família que, muitas vezes, os expulsa de casa, encontram apenas através da prostituição, não só a forma de se manter como também a forma de se verem aceites.
References:
- Amaral, T.C. (2013). TRAVESTIS, TRANSEXUAIS E MERCADO DE TRABALHO: MUITO ALÉM DA PROSTITUIÇÃO. III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES.
- Giongo, C.R, Menegotto, L.M.O, & Petters, S. (2012). Travestis e Transexuais: profissionais do Sexo: implicações da Psicologia. Psicologia, Ciência e Profissão, 2012, 32(4), 1000-1013.
