Mecanismos psicológicos de defesa

Mecanismos psicológicos de defesa dizem respeito aos processos que o ego encontra para lidar com situações assumidas como ameaçadoras.

Mecanismos psicológicos de defesa

Mecanismos psicológicos de defesa dizem respeito aos processos que o ego encontra para lidar com situações assumidas como ameaçadoras.  Estes mecanismos assumem vários tipos de contornos diferentes, cada um com a sua finalidade.

De acordo com os trabalhos de Silva (2010) quando nos referimos a mecanismos psicológicos de defesa, falamos dos mecanismos do ego que se trata do aparelho defensivo do psiquismo, começando no inconsciente, onde, por exemplo, a angústia e a ansiedade são dois dos mecanismos mais conhecidos.

Isto significa que os mecanismos psicológicos de defesa são subconscientes, fazem parte da personalidade e são a parte processual da mente que nos permite resolver conflitos, ansiedades, impulsos, frustrações, entre outros sentimentos que o consciente não tem capacidade para suportar (Silva, 2010).

Para Volpi (2008) e na mesma linha teórica, os mecanismos psicológicos de defesa do ego permitem que o psiquismo se defenda de algo percebido como ameaça, de acordo com a personalidade de cada um.

No que concerne a mecanismos psicológicos de defesa Freud dizia que “…o termo defesa deveria ser utilizado para todas as técnicas que o ego utiliza em conflitos que podem levar à neurose” (Silva, 2010, p.2).

Uma das questões levantadas por Freud que nunca tinham sido levantadas antes, é a extensão dos mecanismos de defesa normais, para os patológicos (Silva, 2010; Volpi, 2008). Falamos de mecanismos como a repressão/recalque, a formação reativa, a negação, a racionalização, o isolamento, a anulação, a sublimação, a identificação, a idealização, a introjeção, o deslocamento, entre outros mecanismos psicológicos de defesa que pretendem assegurar o equilíbrio do psiquismo (Silva, 2010; Volpi, 2008). Em dimensões excessivas, os mesmos podem gerar situações neuróticas (Silva, 2010; Volpi, 2008).

Volpi (2008) vai mais longe quando diz que, em casos extremos, estes mecanismos psicológicos de defesa do ego podem levar ao desenvolvimento de psicose.

Do que se tratam estes mecanismos?

Repressão/recalque: leva o indivíduo a afastar-se de determinada situação entendida como ameaça, que pode gerar ansiedade, e que, uma vez mantida de forma inconsciente, deixa de ser ameaçadora, embora despolete sintomas (Silva, 2010: Volpi, 2008). Freud refere sintomatologia histérica e até doenças como asma, artrite, impotência, úlcera, como relacionadas aos mecanismos psicológicos de defesa (Silva, 2010: Volpi, 2008).

Formação Reativa: diz respeito à inversão de um sentimento, habitualmente de forma inconsciente, agindo no sentido oposto ao do sentimento verdadeiro, como por exemplo, quando os pais hiperprotegem os seus filhos, em situações de excessiva interferência nas suas vidas que, no fundo, são formas de punição, em relação a uma atitude que não aprovam (Silva, 2010; Volpi, 2008).

Negação: negar um determinado fato consciente por não ser capaz de lidar com ele ao nível do ego (Silva, 2010; Volpi, 2008).

Racionalização: procura de argumentos e justificações para atitudes que, na realidade, são percebidas como algo reprovável (Silva, 2010; Volpi, 2008).

Isolamento: afastamento de algo ou de alguém que gera desconforto (Silva, 2010; Volpi, 2008).

Anulação: agir ao contrário daquilo que se pensa (Silva, 2010; Volpi, 2008).

Sublimação: substituição de algo que se deseja muito mas não se tem, por outra coisa que é aceitável e permite a satisfação, como por exemplo, o bebé que chupa na chupeta imaginando que é a mama da mãe (Silva, 2010; Volpi, 2008).

Identificação: o indivíduo que se identifica com outro ou com alguma coisa, cria para si, na sua fantasia, uma imagem à semelhança com o objeto de identificação, no sentido de se tornar o mais parecido possível, na forma real (Silva, 2010; Volpi, 2008).

Introjeção: absorver intrinsecamente, atitudes e pensamentos que são de outra pessoa e não do próprio indivíduo, ou seja, é o contrário da projeção (Silva, 2010; Volpi, 2008).

Deslocamento: substituição de uma pulsão inicial, por outra mais socialmente aceite, como por exemplo, quando o indivíduo está no meio de uma discussão e sente vontade de agredir fisicamente o seu rival, e acaba por partir um copo (Silva, 2010; Volpi, 2008).

Conclusão

Os mecanismos psicológicos de defesa que fazem parte do equilíbrio mental, nomeadamente do ego, visam a capacidade do indivíduo para lidar psiquicamente com situações geradoras de ansiedade e angústia, no seu dia a dia. Habitualmente eles fazem parte do estado psicológico normal, mas em casos extremos podem evoluir de neuroses para psicoses.

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References:

  • Silva, E.B.T. (2010). MECANISMOS DE DEFESA DO EGO. [em linha] PT, O PORTAL DOS PSICÓLOGOS. www.psicologia.pt. Acedido a 24 de junho de 2016 em www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0212.pdf;
  • Volpi, J.H. MECANISMOS DE DEFESA. Artigo do curso de Especialização em Psicologia Corporal. Curitiba: Centro Reichiano, 2008.
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