A infância escolarizada visa introduzir as crianças na escola e em atividades pedagógicas, no sentido de as preparar cada vez mais cedo para o futuro.
Segundo Reis e Moreira (2018) a infância escolarizada acontece cada vez mais cedo, o que faz com que as crianças deixem de aproveitar o seu tempo enquanto crianças, a brincar, para começar, mais precocemente, a aprendizagem que, no futuro, pretende garantir o seu acesso ao mercado de trabalho.
Foi desta forma que, ao longo do tempo, se começou a priorizar cada vez mais a escolarização e cada vez menos a importância do brincar, chegando mesmo, em alguns casos, a brincadeira a ser considerada como perda de tempo (Reis, & Moreira, 2018).
Por esse motivo, o desenvolvimento cognitivo ganhou um terreno cada vez maior, chegando mesmo a ser considerado o mais importante entre as várias áreas de desenvolvimento infantil, ou seja, as crianças começaram a ser colocadas em instituições escolares com cada vez mais antecedência (Reis, & Moreira, 2018).
Vale referir os estudos de Perez (2012) que indicam que, em outros tempos, a escola era vista como meio de instruir os alunos de classes mais favorecidas, o que fazia cm que nem todos tivessem o mesmo acesso à escolarização. Só mais tarde é que a escola começou a ser vista como direito de todos e necessária para todas s classes sociais (Perez, 2012).
Assim, a infância escolarizada pretende que a criança tenha o direito a estudar desde muito cedo, o que pressupõe a sua inserção em várias atividades, principalmente, dentro da escola, de uma forma rotineira, com horários para todas as tarefas e atividades e de forma sistematizada (Reis, & Moreira, 2018).
No caso das classes mais desfavorecidas, é vista como um privilégio que permite que os alunos possam ter a oportunidade de se qualificar com melhores condições e como alavanca para a sua ascensão no mercado de trabalho e a nível social (Perez, 2012).
Conclusão
A infância escolarizada pretende instruir as crianças cada vez mais cedo, ocupando-as com atividades pedagógicas, principalmente no contexto escolar, o que, por vezes, resulta em lacunas do ponto de vista lúdico, uma vez que as crianças acabam por passar bastante mais tempo em atividades escolares do que com tempo para brincar. No entanto, e apesar do crescente número de atividades pedagógicas e extra pedagógicas que lhes ocupam o tempo todo, devemos referir que nem sempre foi um acesso geral de todas as crianças à escolarização, uma vez que, em outros tempos, a escola era um privilégio exclusivo às classes sociais mais favorecidas.
References:
- Perez, M.C. A. (2012). INFÂNCIA E ESCOLARIZAÇÃO: DISCUTINDO A RELAÇÃO FAMÍLIA, ESCOLA E AS ESPECIFICIDADES DA INFÂNCIA NA ESCOLA. Práxis Educacional. Vitória da Consquista. V. 8, n. 12 p.11-25 jan/jun, 2012.
- Reis e Moreira – A Infância Escolarizada: e o tempo de brincar? Revista kinestis, v. 36 n. 1, 2017, jan-abr. P. 31-43. Recuperado em 24 de novembro de 2018 de https://periodicos.ufsm.br/kinesis/article/view/30832/pdf