Doença mental
Desde os anos 2000, temos verificado, cada vez mais, que a doença mental, se associa a influencias laborais, devido às condições de trabalho dos dias atuais. Trabalhos por turnos ou mesmo meios de aumento de produção, poderão ser canais de desenvolvimento deste tipo de doença.
Alguns autores indicam que a doença mental tem vindo a ser despoletada por mais fatores além dos já conhecidos, tais como, influencias das condições de trabalho, como se tem observado, principalmente, depois dos anos 2000 (Jacques, 2007). Por esse motivo, tornou-se imperativo incluir a Psicologia do Trabalho como uma área fundamental, nos vários setores laborais (Jacques, 2007).
Outros autores, defendem, inclusive, que a doença mental deve ser observada antes mesmo de começar a desenvolver-se, isto é, no sentido da sua prevenção (Heloani, & Capitão, 2003).
Assim, podemos encontrar a doença mental presente em todas as áreas e ambientes, tais como hospitais, escolas, espaços institucionais, entre outros (Jacques, 2007).
Segundo o Ministério da Saúde (2001) as doenças do foro mental são vistas como causadas por substancias tóxicas ou então por traumas físicos, ou seja, delírios, perturbação cognitiva, depressão, demência, fadiga, entre muitos outros que, em grande parte dos casos, estão direta e fortemente ligados ao trabalho (Jacques, 2007). Para além deste tipo de perturbação, existem ainda aquelas mais associadas a psicoses como a esquizofrenia, perturbações várias de personalidade, perturbação do humor, entre muitas outras (Heloani, & Capitão, 2003).
Alguns dos fatores tradicionalmente mais influenciadores no que diz respeito a doenças mentais causadas por questões laborais, prendem-se com profissões que implicam a sequência de trabalho por turnos, como nas áreas da saúde, nas áreas da segurança e vigilância, entre outras (Jacques, 2007). No entanto, e apesar de haver várias linhas teóricas divergentes, em alguns aspetos, a maioria delas, indica que o trabalho é uma das alavancas mais comuns para o desenvolvimento de doenças mentais (Jacques, 2007).
No entanto, e devido a várias nuances que levam alguma das divergências associadas, não podemos deixar de referir que o desenvolvimento de doença mental também está relacionado com o indivíduo, ou seja, com a sua própria estrutura interna, que poderá ser mais ou menos propícia ao risco do desenvolvimento das mesmas (Heloani, & Capitão, 2003).
Conclusão
Verifica-se, através da literatura mencionada acima, que as doenças mentais, vem sendo observadas, desde os anos 2000, cada vez mais associadas a questões laborais, ou seja, devido a diferentes fatores como os trabalhos por turnos ou produtividade, existe maior ou menor probabilidade, dependendo da estrutura e do desenvolvimento do indivíduo, para sofrer sintomas que evoluem para contornos de doença mental.
References:
- Heloani, José Roberto, & Capitão, Cláudio Garcia. (2003). Saúde mental e psicologia do trabalho. São Paulo em Perspectiva, 17(2), 102-108. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-88392003000200011;
- Jacques, M.G. (2007). O NEXO CAUSAL EM SAÚDE/DOENÇA MENTAL NO TRABALHO: UMA DEMANDA PARA A PSICOLOGIA. Psicologia & Sociedade; 19, Edição Especial 1: 112:119, 2007.