Cuidados paliativos
A documentação referente a cuidados paliativos, tanto ao nível nacional como internacional, mostra uma grande evolução.
Do ponto de vista moderno, o surgimento dos cuidados paliativos coincidiu com o surgimento dos cuidados clínicos, da formação e da investigação, principalmente a partir do final dos anos 50 e início dos anos 60 do século passado (Marques et al, 2009).
Por esse motivo é importante fazer uma revisão histórica sobre a evolução desta área científica, ao longo dos tempos, bem como identificar alguns limites mais significativos (Marques et al, 2009).
Os primeiros passos no desenvolvimento dos cuidados paliativos, em Portugal
Os cuidados paliativos em Portugal são ainda uma atividade recente que deu os primeiros passos nos anos 90 do século passado. No entanto, do ponto de vista paliativo em si, quando estamos diante de uma patologia incurável, de algum modo ainda se assemelha ao modernismo, uma vez que ainda há questões pouco definidas, provenientes ainda das discussões médicas do século XVI.
No entanto, apesar de ter chegado um pouco mais atrasado do que nos outros países da União Europeia, se compararmos com os serviços de saúde fora do nosso país, verificamos que a implementação do serviço, em Portugal, pode ser vista de uma forma equiparada (Marques et al, 2009).
No caso da unidade de dor, por exemplo, a inclusão de camas de internamento, permitiu que estes pacientes tivessem uma assistência médica mais adequada ao seu estado clínico, em vez de estarem junto dos outros pacientes, como era usual até então (Marques et al, 2009). Do mesmo modo, nasceu ainda a unidade de cuidados paliativos continuados, exercida de forma domiciliária pelo que estes pacientes passaram a ter assistência nas suas casas, o que se mostrou um grande sucesso (Marques et al, 2009).
Afirma-se ainda que a inserção dos cuidados paliativos em Portugal se deve não a uma iniciativa governamental mas sim a um forte interesse pelo tratamento da dor crónica dos doentes oncológicos arremetida no quadro das doenças incuráveis e irreversíveis (Marques et al, 2009).
Hoje em dia o número de serviços e de programas de saúde é ainda muito limitado, pelo que podemos ver referenciado no site da única Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, que abrange normas de qualidade obrigatoriamente certificadas (Marques et al, 2009).
De acordo com Marques et al (2009) estas normas dizem respeito à formação avançada dos profissionais e dos técnicos em cuidados paliativos tanto por parte dos centros profissionais responsáveis, como por parte dos responsáveis pelo acesso aos fármacos considerados fundamentais pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Quanto às ações do governo, verifica-se que procura, desde 2006,maior foco de interesse em implementar medidas mais orientadas para programas ao nível dos cuidados crónicos, deixando mais de parte a questão dos cuidados paliativos, segundo fontes do Ministério da Saúde em Portugal de 2008 (cerca de 80 camas de cuidados paliativos para uma população de 10 milhões de habitantes) (Marques et al, 2009).
O psicólogo em Cuidados paliativos
O papel dos psicólogos no que respeita ao trabalho em cuidados paliativos tem vindo a merecer especial reparo de vários intervenientes (Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, 2014).
No caso português este contingente começa a emergir com maior visibilidade na atualidade, tendo em conta o número cada vez maior de equipas e serviços de cuidados paliativos (Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, 2014).
Apesar de já existir um número estável de psicólogos a fazer o seu trabalho nos cuidados paliativos em vários países,a sua prestação ainda não esta claramente definida ou devidamente incluída (Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, 2014).
Acreditamos que um dos fatores que mantêm esta situação prende-se com uma certa ausência de conhecimento por parte de outros profissionais do trabalho realizado pelo psicólogo (Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, 2014).
Assim, importa esclarecer de forma objetiva, o papel dos psicólogos e de outros profissionais, sendo para tal necessário reformular os papéis de toda equipa, contribuindo para uma compreensão mais clara e abrangente do papel destes profissionais na área dos cuidados paliativos (Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, 2014).
Conclusão
No âmbito do estudo dos cuidados paliativos conclui-se que tem havido uma grande evolução nos últimos vinte anos. Apesar de ter surgido mais cedo nos outros países do que em Portugal podemos dizer que a evolução deste serviço de saúde no nosso país se tornou equivalente à dos restantes países da união europeia.
References:
- Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos. (2014). CUIDADOS PALIATIVOS. Cuidados Paliativos. Volume 01- número 02. Acedido 11 de abril de 2016 em http://www.apcp.com.pt/uploads/revista_cp_vol_01_n_02.pdf
- Marques, A.L., Gonçalves, E., Salazar, H., Neto, I.G., Capelas. M.L., Tavares, M., & Sapeta, P. (2009). O desenvolvimento dos cuidados paliativos em Portugal. PATIENT CARE, outubro de 2009. Acedido a 11 de abril de 2016 em http://www.apcp.com.pt/uploads/cp.pdf