Gravidez ectópica

A gravidez ectópica entende-se como o desenvolvimento do embrião fora do útero e acarreta graves complicações para a mulher.

Gravidez ectópica

A gravidez ectópica entende-se como o desenvolvimento do embrião fora do útero e acarreta graves complicações para a mulher. Por esse motivo é imprescindível compreender de que forma podemos evitar riscos maiores.

Rocha, Benute, Cabar, Pereira, Lucia e Francisco (2013) consideram a gravidez ectópica, ou seja, a implantação do embrião fora do útero, como a primeira causa de morte materna no primeiro trimestre de gestação.

No entanto, segundo Fernandes, Ribeiro, Moraes, Meira, Sollero e Yamada (2004) nos últimos anos, a incidência de mortes devido à gravidez ectópica, tem diminuído consideravelmente.

A gravidez ectópica pode acontecer por doença inflamatória pélvica, cirurgia ginecológica, infertilidade, dispositivo intrauterino (DIU), histórico de placenta prévia, fertilização in vitro, anomalia do útero, consumo de tabaco, endometriose, entre outros (Fernandes et al, 2004; Rocha et al, 2013).

A inflamação pélvica resulta de complicações relacionadas com Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) o que remete para a necessidade de programas de prevenção do contágio (Fernandes, et al, 2004).

Outras complicações na implementação anómala de um embrião são a cervical ou a cicatriz de cesariana abdominal e ovariana, contudo, a maioria das vezes, a anomalia acontece no tubo uterino (Rocha et al, 2013).

A prevenção da anomalia faz-se no início d gravidez, com exame transvaginal, ou outro tipo de exame injetável que, com medicação adequada, evitam tratamentos invasivos, embora, frequentemente, a cirurgia seja inevitável (Fernandes et al, 2004; (Rocha et al, 2013). Este método é mais aconselhável quando a lesão das trompas é irreversível, a anomalia é repetida ou em caso de os níveis de fração Beta serem altos (Rocha et al, 2013).

Nos casos em que a anomalia não é precocemente detectada, a cirurgia é inevitável e o internamento acaba por ser mais prolongado além de as complicações durante a operação terem grande risco de mortalidade (Fernandes et al, 2004).

Consequências psicológicas

Existem consequências psicológicas e emocionais que afetam a mulher, nomeadamente o rompimento com o título sagrado de mãe, a perda do filho com que se sonhou, a perda dos órgãos que identificam a pessoa enquanto ser do sexo feminino e a incapacidade de gerar vida (Rocha et al, 2013). Há ainda a questão social que provoca um conflito interno na mulher devido à idealização da condição materna que acarreta a carga de culpa devido à condição de incapaz de gerar um filho (Rocha et al, 2013).

Quando a perda do bebé acontece no início da gestação, por vezes a mulher adquire mecanismos de defesa para lidar com a perda como a percepção acerca do desenvolvimento do embrião, vendo-o como uma “não pessoa” devido ao curto tempo de gestação, ou ainda dizendo que será melhor uma perda do que uma mal formação gestacional (Rocha et al, 2013).

O apoio psicológico pretende ajudar a mulher a valorizar o fato de estar viva e poder manter essa condição, muito embora haja situações em que a gravidez ectópica leva dificuldades de relacionamento no casal, já que o retirar dos órgãos femininos (útero, trompas de falópio e os ovários), podem afetar a vida sexual da mulher que perde o desejo devido à sensação de ter sido esquartejada (Rocha et al, 2013).

Fernandes et al (2004) referem ainda que a gravidez ectópica acontece frequentemente em mulheres jovens durante os primeiros anos de vida sexual ativa, principalmente na adolescência, o que remete para o maior risco em quem inicia precocemente a atividade sexual. Tendo em conta as questões relacionadas cm as DST é importante promover programas de prevenção das mesmas abordando este tema (Fernandes et al, 2004).

Uma das questões mais notórias é que a mulher que se culpa pela perda do bebé tende mais rapidamente a desenvolver sintomas de depressão do que aquela que atribui as causas a fatores externos como a equipa médica ou a Deus (Rocha et al, 2013).

Por todos estes motivos, é importante prestar o devido apoio psicológico às gestantes, no sentido de as informar sobre os riscos da gravidez ectópica e ajuda-las a lidar melhor com as crenças e as fantasias de culpa, geradoras de sofrimento psicológico (Rocha et al, 2013).

Conclusão

Tendo em conta os altos riscos inerentes a uma gravidez ectópica, é importante que o diagnóstico seja feito o mais precocemente possível, no sentido de evitar ao máximo qualquer consequência mais grave. Para tal é importante realizar os exames periódicos com a máxima minucia e, no caso de o diagnóstico se tornar uma realidade, é fundamental informar adequadamente a mulher sobre todo o processo e prestar-lhe todo o apoio médico e psicológico necessário.

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References:

  • Fernandes, A.M.S., Ribeiro, L.P., Moraes, F.H., Meira, P.C., Sollero, C.A., & Yamada, E.M. (2004). PREVALÊNCA DE GESTAÇÃO ECTÓPICA DE TRATAMENTO CIRÚRGICO EM HOSPITAL PÚLICO DE 1995-2000. REV ASSOC MED BRAS; 50(4): 413-6.
  • Rocha, G.H.S., Benute, G.R.G., Cabar, F.R., Pereira, P.P., Lucia, M.C.S., & Francisco, R.P.V. (2013). GESTAÇAO ECTÓPICA: COPREENSÃO E CRENÇAS A RESPEITO DO DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E SUAS REPERCUSSÕES. [em linha] PEPSIC – Periódicos Eletrônicos em Psicologia, pepsic.bvsalud.org/scielo. Psicologia Hospitalar. Vol.11 no.2, 2-26. Acedido a 26 de maio de 2016 em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-74092013000200002.
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