Akita Inu (Raça de Cão)

Apresentação do Akita Inu (Raça de Cão): Origem, aspeto físico, personalidade e cuidados especiais.

Apresentação do Akita Inu (Raça de Cão)

Akita Inu
País de origem Classificação FCI Função inicial
Japão Grupo 5 – Spitz e cães do tipo primitivo

Secção 5 –Spitz asiáticos e raças semelhantes

Padrão nº255 – 13/03/2001

Cão de companhia

 

Características Gerais
Tamanho 61 – 70 cm
Peso 34 – 54 kg
Cores Vermelho-fulvo, sésamo (pelos vermelhos com pontas pretas), tigrado e branco. Todas as cores acima mencionadas, exceto a branca, devem apresentar o “urajiro” (1)
Esperança de vida 11 – 15 anos
Personalidade       Fiel, corajoso, dócil e calmo

Origem

O Akita Inu (Raça de cão) (também chamado Akita japonês ou simplesmente Akita) é uma raça originária da prefeitura de Akita, numa região montanhosa e fria da ilha de Honshū no Japão.Akita Inu

Akita Inu significa literalmente “cão de Akita”.

Pensa-se que os ancestrais dessa raça são Spitz primitivos cujos vestígios no Japão datam de 2.000 A.C. A sua origem propriamente dita remonta ao início do século XVII e consta que esse cão, então popularmente chamado Matagi Inu, era usado como cão de caça ao urso e outros animais grande porte (Matagi é o nome dado aos tradicionais caçadores de urso dessa região).

A partir de 1854, inicia a revolução industrial. A população das aldeias aumenta e com ela também aumenta a criminalidade. É nessa época que os Matagi Inu passam a ser usados como cães de guarda. Alguns começam a utilizá-los como cães de combate, cruzando-os com o Tosa  ou o Mastiff (Mastim Inglês) para aumentar as suas capacidades de luta. O resultado foi uma perda gradual das características próprias do tipo Spitz.

No início dos anos 1900, um devastador surto de raiva quase leva esta raça à extinção e as lutas de cães passam então a ser proibidas.

Em 1929, regras estritas são estabelecidas no sentido de preservar as raças puras japonesas, proibindo-se os cruzamentos com outras raças. Os Matagi Inu ainda sobreviventes são então usados no processo de restauração da raça original. Em 1931, passa a ser oficialmente chamada Akita Inu, sendo declarada Tesouro Nacional (Monumento Natural do Japão). A partir desse momento, torna-se extremamente popular.

Esse crescente interesse pelo Akita aumenta com a publicação em 1932 de um artigo que reportava a história da lealdade de Hachikō, um Akita nascido em 1923 que, todos os dias, acompanhava o seu dono, o professor universitário Hidesaburō Ueno, até à estação de comboios de Shibuya (Tóquio) e aguardava o seu regresso no mesmo local. Numa tarde de Maio de 1925, o professor não regressou, pois tinha falecido após ter sofrido um AVC na Universidade. Naquele dia, Hachikō esperou-o em vão e acabou por ser levado para casa de familiares e amigos, mas regressava persistentemente à casa onde viveu com o professor e todos os dias, por volta da mesma hora, voltava à estação onde retomava a sua espera.

A lealdade e devoção de Hachikō torno-o num herói nacional. Em 1934, uma estátua de bronze foi erguida na estação de Shibuya em homenagem ao fiel Akita. Hachikō morreu no ano seguinte, a 8 de Março, após uma longa espera de quase 10 anos. Desde então, é relembrado como símbolo de lealdade, inteligência e confiança.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a raça passou novamente perto da extinção, uma vez que os cães, exceto Pastor-alemão, eram requisitados pela sua carne e pele. Com o objetivo de proteger as ninhadas, alguns Akita foram cruzados com Pastores Alemães. No final da guerra, soldados norte-americanos levaram alguns exemplares para os EUA, onde a raça divergiu e deu origem ao Akita Americano. Contemporaneamente, os criadores japoneses esforçaram-se para eliminar as características estrangeiras conseguindo regenerar a raça pura do Akita Inu que conhecemos hoje em dia.

A raça foi reconhecida pela FCI em 1964.

Aspeto físico

Os cães de raça Akita Inu são cães de porte grande bem proporcionados, robustos e musculosos. Possuem uma cabeça triangular maciça e olhos pequenos, quase triangulares, de cor castanho escuro. O stop é marcado, o focinho não muito longo e forte, e o nariz largo e preto. Possuem uma dentição forte, articulada em tesoura.

As orelhas são pequenas, eretas e inclinadas para a frente. Apresentam uma forma triangular, levemente arredonda na ponta.   

A cauda possui uma inserção alta. É densa e sempre enrolada sobre o dorso.

A pelagem é dura e reta. O subpelo é leve e denso. Possuem pelos mais longos no garrote, na garupa e ainda mais longos na cauda. Quanto à cor, o pelo pode ser vermelho-fulvo, sésamo (isto é vermelho com pontas pretas), tigrado ou branco. Todos os Akita Inu, exceto os de  cor branca, devem apresentar o “urajiro” (pelagem esbranquiçada nas laterais do focinho, nas bochechas, sob o queixo, pescoço e ventre, na face inferior da cauda e face interna do membros)(1).

Personalidade

O Akita Inu é muito fiel e carinhoso com os seus familiares humanos. Destemido e calmo, é desconfiado com estranhos e dominador, pelo que pode ser agressivo com outros animais. A caça está nos seus genes, qualquer pequeno animal (gato, coelho, galinha, etc.) poderá ser visto por ele como uma presa. No entanto, uma boa convivência é perfeitamente possível se tiver sido habituado desde pequeno à presença de outro animal. Deve ser vigiado quando em presença de crianças e estas devem ser ensinadas a respeitá-lo e a ser respeitadas.

É um cão inteligente, dócil mas por vezes também teimoso. Como tal, deve ser treinado de forma  firme e consistente mas sem brutalidade e com muita paciência.   

Vocaliza com vários sons divertidos mas não ladra muito.

É uma raça muito energética, não sendo por isso adequada para uma vida em apartamento a não ser que possa descarregar a sua energia ao longo do dia. Gosta do frio e de brincar na neve.

Cuidados especiais

Os Akita perdem alguns pelos ao longo de todo o ano, devem por isso ser escovados diariamente. Duas vezes no ano, a queda de pelo é mais acentuada.

Estão sujeitos a desenvolver problemas de visão, pelo que os seus olhos devem ser vigiados.

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References:

  • Bouyet, B. (1992). Akita, treasure of Japan. Montecito, California.: MIP Pub.
  • Chrystyn, J. (2009). Hachiko. Beverly Hills, CA: Dove Books.
  • Fédération Cynologique Internationale (2017). AKITA. [online] Available at: http://www.fci.be/en/nomenclature/AKITA-255.html [Accessed 15 Dec. 2017].
  • The Kennel Club’s illustrated breed standards. (2011). London: Ebury
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