O Convento do Carmo onde está inserida a Igreja com o mesmo nome localiza-se na localidade de Moura e era inicialmente chamado de Igreja de Santa Maria.
Este convento foi o primeiro existente da ordem Carmelita em toda a Península Ibérica, sendo o mesmo fundado no ano de 1251, enquanto reinava o rei Dom Afonso III de Portugal. Tinha como principal objectivo albergar os Capelães da Ordem militar de São João de Jerusalém, a quem viria a ser doado o mesmo pelos cavaleiros desta Ordem.
Desde cedo este convento beneficiou de vários privilégios reais e era tal a sua importância para o país que inúmeras famílias abastadas faziam doações testamentarias ao mesmo.
A nível arquitectónico o mesmo apresenta características diversas sendo de destacar o conhecido “gótico alentejano” que nos presentei com três naves de seis tramos, vindo mais tarde a sofrer remodelações e apresentado a partir daí características ao estilo manuelino e renascentista.
No seu interior destaca-se a abóbada manuelina na sacristia, em que as suas interligações formam a representação da Cruz de Cristo. Destaque ainda para os vários elementos presentes no seu interior que nos remetem para a Ordem de Malta, assim como o Claustro e as várias capelas ao estilo renascentista.
Entretanto, no seu exterior, o destaque vai para o pórtico principal e a sua fachada ao estilo renascentista.
A este Convento estão ligadas várias personalidades da história, destacando-se:
- Frei Baltazar Limpo, natural de Moura, que foi Bispo do Porto, participou no Concílio de Trento, e que podemos ver o seu sepulcro na capela lateral da Igreja de Nossa Senhora do Carmo;
- Martim de Sottomayor, natural do concelho, e estritamente ligado ao convento do Carmo de Lisboa, exercendo ainda a função de pregador do rei Dom Afonso V. Martim foi ainda juiz apostólico dos Breves de Roma e Bispo de Tripoli;
- Dom Nuno Álvares Pereira, que foi o responsável pela transferência dos primeiros carmelitas para o Convento do Carmo em Lisboa. Dom Nuno foi ainda um grande benfeitor deste convento de Moura.
Este edifício, mais concretamente o seu claustro e igreja estão, desde o ano de 1944, classificado como Imóvel de Interesse Público.