Número de Participantes | 16 |
Organizador | FIFA |
Anfitrião | Suiça |
Número de Golos marcados | 140 |
Número de Jogos | 26 |
Campeão | Alemanha Ocidental |
Vice-Campeão | Hungria |
Melhor Marcador | Sándor Kocsis (11 golos) |
Melhor Jogador (FIFA) | Ferenc Puskás |
Duração | 16 de Junho- 4 de Julho |
O Mundial de 1954 foi a quinta edição do Mundial de Selecções FIFA, e decorreu na Suíça entre 16 de Junho e 4 de Julho. Foi escolhida a Suíça como sede do evento visto que coincidiu com o aniversário dos 50 anos da FIFA, que também é sediada na Suíça. Este país foi escolhido como anfitrião em Julho de 1946. As equipas que se qualificaram para o Mundial foram 16. Dos 16 participantes, 11 eram provenientes do Velho Continente (a própria Suíça, Hungria, Áustria, Inglaterra, Alemanha Ocidental, Jugoslávia, França, Itália, Checoslováquia, Bélgica e Escócia), 3 equipas eram do continente Europeu (México, Brasil e Uruguai) e duas equipas eram do continente asiático (sendo uma a Turquia, e a outra a Coreia do Sul).
Curioso acerca desta edição foi a sua grande média de golos, com 140 golos em 26 partidas, o que dá em média cerca de 5,38 golos por cada jogo. Este recorde aconteceu essencialmente devido ao grupo 2. Com as equipas que haveriam de encontrar-se na Final, a Hungria e a Alemanha Ocidental. Alguns resultados foram a vitória da Hungria por nove bolas a zero sobre a Hungria, ou a vitória da mesma Hungria por 8 bolas a três frente à Alemanha Ocidental. Também a Turquia Venceu a Coreia do Sul por 7 bolas a zero, entre outros épicos resultados. O jogo que teve mais golos porém foi o jogo entre a Áustria e a Suíça que terminou com a vitória dos austríacos por sete bolas a cinco.
A Hungria, foi a grande figura deste torneio. Na sua equipa despontavam jogadores tais como Gyula Grosics, Sándor Hidegkuti, Zoltán Czibor, Sándor Kopcsos e Ferenc Puskás da Hungria. Este último foi também o melhor jogador da competição e uma das estrelas maiores da história do Real Madrid, estando junto com Alfredo Di Stefano, Raúl González e Cristiano Ronaldo, num restrito lote de goleadores com a camisa blanca. Outros atletas como Djalma Santos, José Santamaría, Fritz Walter, Helmut Rahn também passearam a sua classe por terras helvéticas.
A finalista Hungria, venceu nas meias finais o campeão do Mundo Uruguai, e era invicta até o jogo decisivo havia marcado 27 golos em apenas 5 jogos. Isso daria uma média superior a 5 golos por jogo. Nenhuma outra seleção tinha tais números. No entanto, o seu adversário tinha uma elogiável média também. Nos 5 jogos anteriores, havia marcado 25 golos. Para chegar à final havia derrotado a Áustria. A final seria em 4 de Julho de 1954, pelas 17 horas locais no Estádio Wankdorf, e com cerca de 60 000 pessoas a assistirem. O árbitro do jogo foi William Ling, e logo no início a Hungria faturou por duas vezes. Parecia que novamente a Hungria venceria a Alemanha Ocidental, contudo, a Alemanha conseguiu dar a volta ao marcador e vencer por três bolas a duas. Foi a primeira vez que uma Selecção Bávara conseguiu vencer uma competição Mundial por clubes, algo que se repetiria por algumas vezes.
Sobre este mundial é curioso notar que foi a primeira vez que existiu uma cobertura televisiva, além de que moedas comemorativas foram cunhadas para celebrar o evento. Foi também a partir deste mundial que o Brasil, passou a usar o equipamento com a camisa amarela e os calções azuis. Depois da desastrosa derrota quatro anos antes diante do Uruguai, a camisa branca deixou de ser a cor preferencial dos brasileiros. Seria posteriormente, já de amarela vestida que o Brasil iniciaria a série de vitórias em Mundiais. Foi o Primeiro Campeonato do Mundo em terreno europeu, após a Segunda Guerra Mundial. Além de evocar a FIFA foi também importante a escolha deste país como sede visto que foi um país neutro durante a Segunda Guerra Mundial que assolou a Europa.
Na Alemanha, a vitória contra a Hungria é conhecida como O Milagre de Berna, que evoca a reviravolta da equipa. Um filme baseado na história desta partida foi lançado em 2003. Esta derrota, para os húngaros, levou ao declínio do seu futebol, com a Revolução Húngara. Os 11 golos marcados por Kocsis, além de garantir que fosse o melhor marcador do certame, tornou-o num recordista como mais golos marcados num mundial. No entanto, apenas 4 anos depois, esta marca seria quebrada por Just Fontaine com os seus 13 golos.