O ponto mais alto de Portugal Continental situa-se na Serra da Estrela, a Torre, e na Volta a Portugal tem várias vertentes pelas quais os ciclistas têm subido, sendo que a que atribuem maior dificuldade é a que se inicia pela cidade de Covilhã. Tem 1993 metros de altitude e são pelo menos 20 quilómetros de subida para qualquer das vertentes que se escolha subir até ao cimo. Em 1968, houve uma primeira aparição de parte desta subida, até às Penhas da Saúde, contudo em 1971, a subida já foi até à altitude máxima de Portugal Continental. Ainda assim, não conta com tantas presenças como a Senhora da Graça. Isto porque depois do 25 de Abril, a prova só viria a ter uma chegada no ponto mais alto de Portugal Continental, em 1992, com Joaquim Gomes a vencer a tirada.
Para chegar até ao alto, existem várias vertentes pelas quais os ciclistas podem lá chegar, sendo que nos últimos anos têm sido utilizadas, sobretudo, a vertente a iniciar pela Covilhã ou do lado oposto, por Seia. As primeiras imagens são relativamente ao mapa e altimetria da subida por Covilhã, utilizada na última edição do ano passado da Volta. Tem cerca de 20 quilómetros com percentagens média de 7% de inclinação e é a considerada mais dura de todas.
Ainda dentro da cidade de Covilhã, a subida é logo muito dura, pondo logo em dificuldade os menos capazes, sendo que é uma subida que se faz por eliminação e tem de ser bem gerida face à duração da mesma. Apenas tem uma parte de descanso depois de passar as Penhas da Saúde e depois quando volta a subir, volta a ficar muito dura outra vez até chegar à reta da meta que parece interminável para os ciclistas.
A subida por Seia é mais longa, tem mais pontos de descanso e é a que foi mais utilizada nestes últimos anos. Passa por sítios icónicos da beleza serrana, como a aldeia do Sabugeiro ou a Barragem da Lagoa Comprida. É uma subida mais longa do que a da Covilhã mas com mais zonas de descanso.
Também tem uma entrada muito dura de oito quilómetros, com percentagens máximas de 9,5% até ao Sabugueiro, onde desce por alguns quilómetros. A sair do Sabugueiro, vem a parte mais dura da subida, com cinco quilómetros com percentagens a rondar os 9%. Os últimos dez quilómetros são mais suaves, com várias zonas de percentagens mínimas de 2% e inclusive com uma descida a 3 quilómetros do topo.
Joaquim Gomes, inicialmente, e agora mais recentemente, Rui Sousa são duas das figuras principais da subida à Torre. Sempre fizeram grandes exibições nos dias desta subida e ambos dispõem de duas vitórias no seu palmarés.
No ano de 1997, foi uma edição com duas chegadas ao alto de Torre, depois de no ano anterior não ter existido alguma e foi a única vez que isso aconteceu. Francesco Secchiari e Michele Laddomada foram os vencedores
Estes dois ciclistas italianos foram os primeiros ciclistas estrangeiros a vencer no cimo. Vladimir Belli repetiu o triunfo no ano seguinte e em 2001, coube ao espanhol Santiago Perez vencer na chegada à Torre. O dinamarquês Claus Moller garantiu a vitória na prova, vencendo na Torre. O espanhol David Arroyo foi o homem mais forte na montanha em 2004, já que venceu na Senhora da Graça e na Torre, sendo que em 2007, outro espanhol Eladio Jimenez, também soube o que é vencer no ponto mais alto da Serra da Estrela. Depois, os triunfos sobraram para os galegos. Em 2010 e 2012 foram para David Blanco, 2013 para Gustavo Veloso e 2015 para Délio Fernandez.
Joaquim Agostinho em 1971, Orlando Rodrigues em 1995, Vitor Gamito em 2000, Claus Moller em 2002, Nuno Ribeiro em 2003 e David Blanco em 2010 e 2012 são os ciclistas que ganharam no mesmo ano na Torre e na classificação geral.
Lista de vencedores no alto da Torre:
1971 – Joaquim Agostinho; 1973 – Joaquim Agostinho*; 1974 – Dinis Silva; 1992 – Joaquim Gomes; 1994 – Joaquim Gomes; 1995 – Orlando Rodrigues; 1997 – Francesco Secchiari e Michele Laddomada; 1998 – Wladimir Belli; 2000 – Vitor Gamito; 2001 – Santiago Perez; 2002 – Claus Moller; 2003 – Nuno Ribeiro; 2004 – David Arroyo; 2007 – Eladio Jimenez; 2008 – Rui Sousa; 2009 – Nuno Ribeiro*; 2010 – David Blanco; 2011 – André Cardoso; 2012 – David Blanco; 2013 – Gustavo Veloso; 2014 – Rui Sousa; 2015 – Delio Fernandez
*as vitórias de Joaquim Agostinho e de Nuno Ribeiro foram-lhes retiradas face à utilização de doping