Senhora da Graça (Ciclismo)

A subida da Senhora da Graça é dos momentos mais esperados numa Volta a Portugal, seja pela dureza da mesma, seja pela moldura humana.

Senhora da Graça é o nome dado ao cume do Monte Farinha (cuja designação se deve à sua orografia cónica que se assemelha a um monte de farinha), uma montanha com 947 metros de altura, localizada nas imediações da vila de Mondim de Basto, no distrito de Vila Real. No topo da montanha está localizado o Santuário da Nossa Senhora da Graça, o qual lhe dá o nome.

A subida à Senhora da Graça é um dos percursos habituais da Volta a Portugal em ciclismo, agregando uma grande comunidade de adeptos quando ali termina senhora-da-graca-ciclismo-01alguma etapa. A entrada desta subida no percurso da Volta a Portugal deu-se na sua 40ª edição, no ano de 1978. Nesta altura o percurso da Volta incluía já de outras dificuldades montanhosas, como a subida à Torre (no cume da Serra da Estrela), passando ambas as subidas a disputar entre si o ‘título’ de percurso mais icónico da prova lusitana. Desde então, a subida à Senhora da Graça só não esteve presente no percurso da prova em 1983; em 1980 estava presente no percurso mas a corrida foi neutralizada e não se chegou a subir até lá acima.

Com um desnível de 620 metros, a subida apresenta 8,5 quilómetros de subida sempre constante com muito poucas zonas de descanso. É uma subida que é feita a elevado ritmo e a maior dificuldade é na metade final da subida, como é possível observar na altimetria. Com percentagens de 10,5% inclinação máxima é uma subida de eliminação. E agora a subida está mais suavizada com um alcatrão melhor do que quando tinha um alcatrão de montanha, rugoso e que exigia mais potência aos atletas. A montanha é feita, inicialmente, com algumas rectas com algumas curvas abertas mas que à medida que se vai chegando ao topo, as curvas são mais fechadas e emsenhora-da-graca-ciclismo-02 cotovelo. Com a chegada dos últimos dois quilómetros para a meta, deixa de existir esse tipo de curvas e assistimos à aproximação da meta em forma de espiral.

Marco Chagas, Carlos Moreira, Jose Luis Rebollo, Quintino Rodrigues e João Cabreira foram os únicos ciclistas a bisar na subida da Nossa Senhora da Graça. Rodrigues e Cabreira foram desclassificados por alegada utilização de “doping”.

Marco Chagas, em 1985; Jorge Silva, em 1991; Massimiliano Lelli, em 1996; Zenon Jaskula, em 1997 e David Blanco, em 2010 foram os vencedores na etapa e na classificação geral final da Volta no mesmo ano. Marco Chagas, Venceslau Fernandes, Manuel Cunha e Claus Moller venceram na Senhora da Graça e, em anos seguintes, a classificação geral da Volta.

José Santos é o director desportivo com mais vitórias na subida de Mondim de Basto. No total, foram quatro conquistas: Manuel Vilar venceu em 1987, no ano seguinte repetem vitória com Carlos Moreira, Jose Luis Rebollo triunfa no ano de 1998 e no ano de 2003, o basco Pedro Arreitunandia leva a melhor sobre os adversários.

O primeiro triunfo estrangeiro nesta chegada aconteceu em 1989 por Santiago Portillo, da Lotus-Zahor. Cinco anos mais tarde, Felice Puttini, da Brescialat levanta os braços no Monte Farinha. Massimiliano Lelli abria um leque de dez vitórias seguidas para ciclistas fora de Portugal. A seguir aos portugueses, são os espanhóis que vencem mais vezes esta escalada. Os últimos a vencer foram Eladio Jimenez em 2007, Juan Jose Cobo em 2008, David Blanco em 2010 e Sergio Pardilla em 2013.

Lista de vencedores na Senhora da Graça:

1978 – João Costa; 1979 – Marco Chagas; 1981 – Benjamin Carvalho; 1983 – Venceslau Fernandes; 1984 – Manuel Cunha; 1985 – Marco Chagas; 1986 – Carlos Moreira; 1987 – Manuel Vilar; 1988 – Carlos Moreira; 1989 – Santiago Portillo; 1990 – Joaquim Gomes; 1991 – Jorge Silva; 1992 – Quintino Rodrigues*; 1993 – Quintino Rodrigues; 1994 – Felice Puttini; 1995 – António Correia; 1996 – Massimiliano Lelli; 1997 – Zenon Jaskula; 1998 – Jose Luis Rebollo; 1999 – Michele Laddomada; 2000 – Claus Moller; 2001 – Jose Luis Rebollo; 2002 – Joan Horrach; 2003 – Peio Arreitunandia; 2004 – David Arroyo; 2005 – Adolfo Garcia Quesada; 2006 – João Cabreira; 2007 – Eladio Jimenez; 2008 – Juan Jose Cobo; 2009 – João Cabreira*; 2010 – David Blanco; 2011 – Hernani Broco; 2012 – Rui Sousa; 2013 – Sergio Pardilla; 2014 – Edgar Pinto; 2015 – Filipe Cardoso; 2016 – Gustavo Cesar Veloso

*as vitórias de Quintino Rodrigues e João Cabreira foram anuladas devido a uso de “doping”

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