Raças caninas (Classificação pela FCI)
As Raças caninas (Classificação pela FCI) reconhecidas pela Federação Cinológica Internacional (FCI) são atualmente 344. Estão organizadas em 10 grupos distintos em função da utilização e da morfologia dos cães e cada grupo é, por sua vez, dividido em secções permitindo uma organização bastante clara.
Os cães são classificados de acordo com as suas aptidões desde a Roma Antiga. Já nessa altura, distinguiam-se os “cães de pastor”, os “cães de caça” e os “cães do lar”. Ao longo dos séculos, seguiram-se diferentes tipos de classificações. Nos anos 1820, por exemplo, Frédéric Cuvier dividia as raças caninas em 3 grupos, “Mastins”, “Dogues” e “Spaniels” em função da forma do crânio e do tamanho dos maxilares, numa classificação puramente científica que não tomava em consideração a função dos cães.
No final dos anos 1970, a classificação das raças caninas pela FCI já contava com 10 grupos, no entanto esta possuía várias incongruências pelo que, em 1981, o professor Raymond Triquet, cinólogo reconhecido internacionalmente, presidente da comissão dos standards da FCI de 1999 até 2007 e autor do Dicionário da Cinofilia, foi encarregado de reformar a nomenclatura das raças caninas considerada obsoleta.
Raymond Triquet propôs então uma classificação baseada na sua própria definição da noção de grupo, raça e variedade canina (definição aprovada em 1984 e reconhecida por todos os membros da FCI). Segundo ele, a raça pode ser definida como um conjunto de indivíduos que possuem características comuns que os distinguem de outros indivíduos da mesma espécie e que são transmissíveis geneticamente. Refere também que “a espécie provém da natureza ao passo que a raça provém da cultura”. Isto é, o aparecimento de uma nova espécie é independente da intervenção humana mas esta pode levar à criação de uma nova raça. É o caso, por exemplo, do Jack Russell Terrier que é o fruto do cruzamento entre diferentes Terriers previamente selecionados.
Por sua vez, o grupo é definido como sendo “um conjunto de raças tendo em comum um certo número de características distintivas transmissíveis”. Assim, a característica “aptidão para guardar rebanhos” junta, na nova classificação, todos os cães de pastor no mesmo grupo apesar das suas diferenças morfológicas.
Por fim, a variedade consiste numa subdivisão no interior de uma raça em que os indivíduos possuem uma característica distintiva comum e transmissível geneticamente. Assim, a raça Baixote (Teckel ou Dachshund) possui 3 variedades correspondentes a 3 tamanhos/pesos: standard, miniatura e kaninchen.
A classificação das raças caninas atual foi definitivamente adotada pela FCI em 1987. As raças caninas encontram-se divididas, em função da utilização e da morfologia dos cães (para saber mais, visite o artigo Canis lupus familiaris (Cão)), nos 10 grupos seguintes:
Grupo 1 – Cães de Pastor e Boieiros (exceto Boeiros Suíços)
Grupo 2 – Cães do tipo Pinscher e Schnauzer, Molossóides e Cães de Montanha, e Boieiros Suiços
Grupo 3 – Terriers
Grupo 4 – Baixotes
Grupo 5 – Cães do tipo Spitz e do tipo primitivo
Grupo 6 – Cães de Levante e Corso e raças semelhantes
Grupo 7 – Cães de parar
Grupo 8 – Cães levantadores e cobradores de caça e cães de Água
Grupo 9 – Cães de companhia
Grupo 10 – Galgos
References:
- Clube Português de Canicultura (2018). Raças reconhecidas pelo C.P.C/F.C.I. [online] Available at: http://www.cpc.pt/?racas/reconhecidas [Accessed 02 Jan. 2018].
- dogdotcom (2013). Nomenclature actuelle des Races de la FCI : qui, quand, comment ? [online] Available at: http://newsletter18.dogdotcom.be/fr/nomenclature.aspx [Accessed 2 Jan. 2018].
- Fédération Cynologique Internationale (2018). FCI breeds nomenclature. [online] Available at: hhttp://www.fci.be/en/Nomenclature/ [Accessed 02 Jan. 2018].
- Royal Canin, (2001). Enciclopédia do cão. 1st ed. Paris: Editeurs Aniwa Pub.