Extinto

Considera-se que um taxon (espécie, género, etc.) é extinto quando o seu último indivíduo representante morre. Este termo opõe-se a extante, que significa, sobrevivente.

 

Extinções em massa

Durante a história da vida na Terra ocorreu, diversas vezes, um fenómeno conhecido por ‘extinção em massa’. Nas extinções em massa algum factor de largo impacto, como um evento geológico, altera as condições ambientais e a vida no planeta.

Nestes episódios, há o desaparecimento de grande parte da biodiversidade e podem desaparecer grupos completos de organismos. Porém, a vida nunca se extinguiu por completo. Após uma extinção em massa ocorre, por vezes, a diversificação de organismos que anteriormente não tinham tido a oportunidade de aumentar a sua distribuição geográfica.

 

Dez extinções em massa

Estão identificados cerca de dez episódios de extinções biológicas massivas, de acordo com o registo fóssil:

  • Extinções da Era Neoproterozóica (650 Ma)

Neste evento extinguiram-se 70% dos estromatólitos (primeiras formas de vida conhecidas), algas e organismos unicelulares. Pensa-se que esta extinção se deve ao facto da Terra ter passado por um período glaciar entre 750 e 635 milhões de anos atrás.

A ‘Fauna de Ediacara’ surgiu após esta extinção. Esta era uma fauna composta por organismos macroscópicos, que viviam fixos no substrato marinho e se alimentavam de micróbios. No entanto, esta fauna desaparece do registo fóssil antes da explosão de vida do período Câmbrico (há cerca de 540 milhões de anos). A extinção da ‘Fauna de Ediacara’ poderá ter estado relacionada com modificações no teor de carbono ou oxigénio da água e com alterações no nível do mar.

  • Extinção do Câmbrico (520 Ma)

O Câmbrico foi um dos períodos onde a biodiversidade foi mais elevada. Surgiram, nessa fase, os organismos com conchas, como moluscos e artrópodes. Na extinção do Câmbrico terão desaparecido, sobretudo, organismos de recifes e de águas com pouca profundidade. Esta extinção poderá ter ocorrido devido à subida de águas frias com baixo teor de oxigénio, seguida de uma descida do nível do mar que deixara a descoberto parte da terra que estava submersa.

  • Extinção do final do Ordovícico (444 Ma)

Esta extinção atingiu cerca de 25% dos invertebrados marinhos, como braquiópodes e briozoários, conodontes, trilobites, corais e graptólitos.

Julga-se que que a passagem do continente Gondwana (note-se que, nessa altura, a Terra dividia-se em dois supercontinentes, Laurasia e Gondwana) pelo pólo Sul, terá provocado um arrefecimento da água do mar, originando extensões geladas e descida do nível da água.

  • Extinção do Devónico superior (400 Ma)

Esta é uma extinção prolongada, já que, resultou duma sucessão de acontecimentos ocorridos durante 3 milhões de anos. Atingiu organismos dos recifes dos corais, braquiópodes, trilobites, conodontes e peixes couraçados (placodermes). Alterações na química marinha, arrefecimento global e repetidos impactos de meteoritos, parecem ter sido responsáveis por estas extinções.

  • Extinção Pérmico/Triásico (250 Ma)

Esta foi a maior extinção em massa registada. Resultou na extinção de cerca de 90% das espécies da época. Desapareceram os descendentes do grupo das anteriores trilobites e graptólitos. Os equinodermes sofreram acentuada redução, tal como os braquiópodes, deixando de ser a fauna dominante. Também se extinguiram a maioria dos anfíbios e répteis, e muitas plantas terrestres.

São diversas as causas apontadas para esta grande extinção. A formação da Pangea (as massas continentais da Terra reorganizam-se num só continente) terá modificado o clima do globo e as correntes marinhas, e provocado a descida do nível do mar. Dois grandes episódios vulcânicos terão aumentado o CO2 da atmosfera, o que terá causado uma elevação da temperatura. Parece ter ocorrido também um grande impacto de um meteorito.

  • Extinção do Triásico Superior (206 Ma)

Extinguiram-se, aproximadamente, 50% dos invertebrados marinhos e alguns répteis marinhos. Os factores de extinção terão sido alterações no nível do mar, arrefecimento da temperatura, decréscimo do nível de oxigénio e impacto de um meteoro.

  • Extinção do Cretácico/Paleogénico (65 Ma)

Esta é a segunda maior extinção em massa registada, tendo sido responsável pelo desaparecimento de 75% dos grupos biológicos. Desapareceram, neste evento, os dinossauros não avianos (note-se que as aves são descendentes dos grupos que sobreviveram), pterossáurios, grandes répteis marinhos, amonites, belemnites e rudistas. Esta extinção terá ocorrido devido ao impacto de um meteoro. Parece também ter ocorrido uma descida do nível do mar, alterações de temperatura e intenso vulcanismo.

  • Extinção Eocénico/Oligocénico (34 Ma)

No oceano, ocorreu grande redução de bivalves, foraminíferos, gastrópodes e equinóides. Em terra, afectou primatas primitivos, roedores, ungulados e plantas. A causa poderá ter sido o arrefecimento do globo terrestre.

  • Extinção do Miocénico (9 Ma)

Extinção de herbívoros de grande porte que se alimentavam de frutos e folhas, dando lugar a mamíferos de pasto. A causa terá sido o arrefecimento global e o consequente desaparecimento de faixas florestais.

  • Extinção do final do Plistocénico Superior (40 ooo anos)

Esta extinção destaca-se pelo facto dos mesmos grupos de animais se terem extinguido em diferentes continentes. Ocorreu a extinção de grandes felinos como o tigre dentes-de-sabre, mamíferos e aves de grandes dimensões. Esta extinção poderá ter estado relacionada com episódios glaciares, no entanto, pensa-se que uma das principais causas poderá ter sido a caça efectuada pelas populações humanas.

 

Referências bibliográficas

Póvoas, Liliana. (2011). Terra, Vida e extinções e Massa, em Uma aventura da Terra. Esfera do Caos. 1ª Edição.

Brusca, Richard C.  and Brusca, Gary J. (2002). Invertebrates. Sinauer Associates, 2ª Edição.

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