Anthocerophyta, Filo

Conceito de Anthocerophyta, as suas principais características, as semelhanças com outros filos e as espécies que o constituem…

Conceito de Anthocerophyta

 

Designação científica (designação comum)
Reino Filo Classe Ordem Família Género Espécie
 Plantae Anthocerophyta

 

Distrib. Geográfica Estatuto Conserv. Habitat Necessidades Nutricionais
 Longevidade
floresta tropical não estudado  ambientes quentes e húmidos  zonas férteis

 

Características Físicas
Anatómicas musgo com esporofito pontiagudo
Tamanho  muito pequeno

Anthocerophyta, é a designação atribuída ao filo dos antóceras. Este filo apresenta cerca de 6 géneros e 100 espécies diferentes. Inicialmente este filo estava incluído, como uma classe, no filo Bryophyta (musgos), devido à simplicidade dos seres que o constituem. Trata-se portanto de um grupo de briófitos, que apresenta um gametófito simples e um esporófito mais complexo.

O seu esporófito apresenta uma forma pontiaguda, este facto contribuiu para a sua designação em inglês (hornworts), que lhe dá o nome. Esta estrutura é diferente  da estrutura presente nas plantas (outros briófitos).

O seu esporângio é alongado, verde e cilíndrico, desenvolvendo-se após a ocorrência da fecundação do gametófito. Esta estrutura corresponde ao embrião que se origina após a fecundação. A sua capsula amadure-se da extremidade para a base, passando a assumir uma forma semelhante a chifres, aspeto responsável pelo seu nome comum.

Este esporófito encontra-se inserido dentro do gametófito, permanecendo lá durante a sua vida completa. As células do esporófito possuem estomas assemelhando-se à grande maioria dos musgos, além de serem fotossintéticas. No entanto, o que diferencia estes seres de outras plantas são a presença de um único cloroplasto por célula, contendo um pirenoide, isto é, uma estrutura responsável pela formação do amido, que auxilia na fotossíntese.

A libertação dos esporos ocorre por uma rotura longitudinal do seu esporófito. Este esporófito continua a crescer ao longo da vida do ser, ao contrário do que ocorre nas outras plantas, este crescimento deve-se a uma continua reprodução de algumas células existentes na parte inferior do esporófito.

O seu gametófito caracteriza-se por um talo verde achatado, muito semelhante às hepáticas que possuem um talo. Esta estrutura é bastante pequena e simples, tendo a sua origem aquando da germinação dos esporos produzidos pelo esporófito. Os esporos produzidos pelos indivíduos deste filo possuem pseudoelastérios que auxiliam na sua dispersão.

A estrutura do gametófito pode muitas vezes ser confundida com um monte de folhas devido ao seu tamanho, este também pode ser confundido com hepáticas. O seu esperma é móvel, movendo-se até atingir o órgão feminino, por esse motivo a sua reprodução necessita da presença de água para ocorrer.

Os seus rizóides são unicelulares, lisos e encontram-se na face ventral, estas estruturas são utilizadas para a fixação do gametófito. Os seres deste filo, pertencentes ao género Anthoceros, possuem uma associação com algas. Na sua secção transversal, o gametófito, desse género, apresenta cavidades nas quais surgem Nostoc, isto é, uma cianobactéria fixadora de azoto, que neste caso confere a sua cor azulada ao ser vivo a que se associa.

O crescimento, dos indivíduos do filo Anthocerophyta, é indeterminado, possuindo tecidos formados por células indiferenciadas, isto é, que se vão dividindo. Estes tecidos encontram-se no esporófito, razão pela qual o esporófito continua a crescer ao longo do seu desenvolvimento. Os seres que constituem este filo não apresentam um crescimento vascular, isto é, não possuem vasos condutores como o Xilema e o Floema, são por isso seres muito simples.

Os elementos pertencentes ao filo Anthocerophyta, apesar de não serem muito conhecidos, encontram-se amplamente distribuídos por todo o planeta, no entanto estes seres dão preferência a ambientes quentes e húmidos, em associação com árvores, são por isso seres epífitas, sendo particularmente comuns nas florestas tropicais. Outros indivíduos surgem em margens de rios ou em regiões com elevado nível de fertilidade.

Alguns seres apresentam separação de sexos, isto é, possuem indivíduos que apresentam um único sexo (feminino ou masculino), enquanto outros possuem ambos os sexos no mesmo individuo.

A classificação deste grupo tem causado alguns problemas aos investigadores, devido à sua simplicidade, pela semelhança como os elementos do grupo das Briófitas e das Hepáticas, assim como apresentam algumas características associadas às plantas vasculares. Estes indivíduos puderam estar entre os primeiros seres vivos a surgir na superfície da Terra, sendo por isso uma das linhagens mais antigas de plantas, este facto também explicaria a sua simplicidade.

O filo Anthocerophyta ainda trás diversos problemas aos investigadores que se debruçam sobre este assunto. O seu estudo evolucionário continua a ser um problema uma vez que é extremamente difícil fazer a identificação dos seus fósseis, visto que a desintegração destes seres é muito rápida, não sendo fácil conserva-los.

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References:

“Anthocerophyta.” A Dictionary of Biology. (2004). Enciclopedia Consultado em: Janeiro 31, 2016 em http://www.encyclopedia.com/doc/1O6-Anthocerophyta.html

Antunes, Teresa (2006). Botânica: A passagem à vida terrestre. Atlas e Texto. Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Lidel, edições tecnicas Lda. Lisboa, Portugal.

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