Vulnerabilidade infantil

A vulnerabilidade infantil demonstra situações de risco vividas pela criança em fase de desenvolvimento.

Vulnerabilidade infantil

A vulnerabilidade infantil demonstra situações de risco vividas pela criança em fase de desenvolvimento. Esta situação manifesta-se, principalmente no seio familiar e nos órgãos de saúde que não têm sempre as respostas adequadas às necessidades das crianças.

De acordo com os estudos de Silva, Maftum e Mazza (2014) sabe-se que as crianças que vivem em condições de vida mais precárias e em países mais carenciados, estão sujeitas a mais vulnerabilidade do que aquelas que vivem em países desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento. Este facto acontece, principalmente, no que diz respeito a questões de saúde pública, seja ao nível educacional, ambiental, gestação, familiar, biológico, entre outros (Silva, Maftum, & Mazza, 2014).

Outros estudos levados a cabo por Silva, Veríssimo e Mazza (2015) vão ao encontro destes entendendo a questão da saúde como um dos fatores principiais para a questão da vulnerabilidade infantil.

O desenvolvimento infantil está intimamente ligado à interação entre a aprendizagem e a maturação, aos níveis físico, intelectual, emocional e social, pelo que, quando estes fatores falham e se verifica ausência ou deficiência dos mesmos, isso leva a falhas no próprio sistema nervoso central (SNC) da criança, o que causa vulnerabilidade em todos os níveis (Silva, Maftum, & Mazza, 2014).

Podemos entender então a vulnerabilidade como um fenómeno que faz com que os indivíduos estejam mais expostos a doenças ou incapacidades devido a certas carências sociais (Silva, Maftim, & Mazza, 2014).

Quando se fala em vulnerabilidade infantil, englobam-se aqui problemas relacionados com ausência do sustento necessário, especialmente no contexto familiar, presença de drogas e de violência, e outras situações gravemente adversas que colocam o desenvolvimento saudável da criança em risco (Silva, Maftum, & Mazza, 2014).

Nesse sentido, outros autores vêm desenvolvendo trabalhos com vista a procurar respostas que permitam suprir necessidades básicas como o apoio à maternidade, melhores condições neonatais e aumento das oportunidades dadas a pessoal qualificado para o fazer (Silva, Veríssimo, & Mazza, 2015).

Estas teorias demonstram com bastante evidencia que podemos minimizar a vulnerabilidade infantil criando ambientes acolhedores, afetuosos e capazes de suprir todas as necessidades que uma criança precisa, de forma continuada, como meio a um desenvolvimento saudável e adequado à sua fase de desenvolvimento (Silva, Maftum, & Mazza, 2014).

De acordo com os trabalhos de Silva, Maftum e Mazza (2014) podemos compreender que os cuidados de saúde primários prestados à criança, se forem bem respondidos, aumentam e propiciam um desenvolvimento adequado desde os primeiros tempos de vida e diminuem, por consequência e de forma direta, os riscos associados ao efeito contrário.

Falamos de melhores condições de saúde, maiores capacidades de produção e aumento da economia e promoção da responsabilidade da criança, a nível futuro, enquanto cidadão (Silva, Maftum, & Mazza, 2014).

Em alguns estudos, verificaram-se certos fatores mais propiciadores de vulnerabilidade infantil do que outros, sendo que, um dos fatores com mais peso é em ambientes familiares cuja ausência do pai e múltiplos relacionamentos afetivos da mãe, fazem com que a criança não construa nenhum vínculo afetivo com a figura parental (Silva, Maftum, & Mazza, 2014).

Os estudos nas áreas da neurociência, da biologia da epigenética, e nas ciências comportamentais e sociais têm vindo a demonstrar cada vez mais evidencias entre as experiências das crianças em contexto familiar e a forma como todo este influencia o seu desenvolvimento, ditando a tendência ou não para a vulnerabilidade a que as mesmas estão sujeitas ao longo do seu percurso vital (Silva, Veríssimo, & Mazza, 2015).

Conclusão

Perante os estudos elaborados em função daquilo a que se chama vulnerabilidade infantil, podemos dizer que ela é propiciada, principalmente, por situações de exposição a risco no desenvolvimento da criança, na maioria das vezes, dentro do próprio contexto familiar. Assim, é imprescindível que o ambiente seja harmonioso, afetuoso e acolhedor e que as figuras cuidadoras tenham os recursos necessários para suprir todas as necessidades das crianças. É importante ainda garantir que as mesmas tenham condições adequadas de acesso a serviços de saúde, uma vez que este tipo de vulnerabilidade é, antes de tudo o resto, uma questão de saúde pública.

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References:

  • Silva, Daniel Ignacio da; Verísimo, Maria de La Ó Ramallo; Mazza, Verôonica de Azevedo. Vulnerabilidade no desenvolvimento infantil: influência das políticas públicas e programas de saúde. Bras. crescimento desenvolv.hum., São Paulo, v.25, n. 1, p.11-18, 2015. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0104-12822015000100002&script=sci_arttext&tlng=pt;
  • Silva, D.I., Maftum, M.A., & Mazza, V.A. (2014). VULNERABILIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA: INFLUÊNCIA DOS ELOS FAMILIARES FRACOS, DEPENDÊNCIA QUÍMICA E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. VULNERABILITY IN CHILD DEVELOPMENT: INFLUENCE OF WEAK FAMILY BONDS, SUBSTANCE ABUS AND DOMESTIC VIOLENCE. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2014 Out-Dez; 23(4): 1087-94. Recuperado em 13 de janeiro de 2018 de scielo.br/pdf/tce/v23n4/pt_0104-0707-tce-23-04-01087.pdf.
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