Reflexo condicionado

O reflexo condicionado pressupõe a associação de estímulos que provocam uma resposta condicionada, ou seja, que e esperada pelo experimentador.

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Reflexo condicionado

O reflexo condicionado pressupõe a associação de estímulos que provocam uma resposta condicionada, ou seja, que e esperada pelo experimentador. Esta associação tem por base uma sequência de processos comportamentais apresentados sob a forma de diferentes estímulos.

Segundo a revisão bibliográfica de Vila, Diogo e Vieira (2008) o reflexo condicionado, proposto pela teoria da aprendizagem de Pavlov, ao contrário do reflexo incondicionado, que é inato, é adquirido pela experiência.

Os autores explicam que, de acordo com Pavlov, o reflexo incondicionado se explica pela conexão orgânica entre um estímulo incondicionado (ei) e uma resposta incondicionada (ri), ao passo que o reflexo condicionado se explica pela conexão entre o estímulo condicionado (ec) e a resposta condicionada (rc) (Vila, Diogo, & Vieira, 2008). Isto quer dizer que a ligação entre o ec e a rc é aprendida, como podemos ver na experiência com o cão, em que, ao princípio, a campainha é um estímulo neutro, pelo que não provoca uma rc, contudo, com a experiência repetida, o estímulo torna-se ec, provocando uma rc, como é o caso da salivação (Ostermann, & Cavalcanti, 2011; Vila, Diogo, & Vieira, 2008). A repetição do estímulo (toque da campainha) seguida do alimento, deu origem ao condicionamento clássico que é conhecido pela salivação do cão quando ouve a campainha e as luzes, indicando que vai ser alimentado (Ostermann, & Cavalcanti, 2011; Vila, Diogo, & Vieira, 2008).

A investigação de Ostrmann e Cavalcanti (2011) sobre esta mesma teoria, compreende o mesmo processo no que concerne ao reflexo condicionado, segundo as experiências de Pavlov, quando explica o comportamento condicionado do cão, de acordo com os estímulos campainha, luzes e alimento, segundo a sequência original “campainha-luzes-alimento”.

Vila, Diogo e Vieira (2008) dizem ainda que o condicionamento clássico ou reflexo condicionado pode ser feito dentro e fora de laboratório e com várias espécies de animais bem como pessoas. Uma das formas mais comuns de o reflexo condicionado se fazer notar, é quando temos fome em horários de refeição (Vila, Diogo, & Vieira, 2008).

No caso do cão referido nas experiências de Pavlov, acionar uma campainha antes de alimentar o animal, repetidamente, provoca as reações condicionadas, entendidas como reflexos (Ostermann, & Cavalcanti, 2011).

Uma resposta condicionada acontece quando um ei, juno com um ec, levam a um processo decisivo, no condicionamento clássico que acaba por reforçar o ec mesmo sem o ei (Vila, Diogo, & Vieira, 2008).

Se quisermos extinguir a rc, segundo a teoria de Pavlov, vamos apresentando o ec sem o ei, o que, por consequência, provoca o desaparecimento do reflexo condicionado (Vila, Diogo, & Vieira, 2008). Por exemplo, um lobo que procura o seu alimento sempre no mesmo sítio por saber que lá o encontrará, quando ente fome, deixará, gradualmente de o fazer, se, por algum motivo, repetidamente, o alimento deixar de estar nesse local, o lobo deixará de o frequentar, quando sentir fome (Vila, Diogo, & Vieira, 2008).

De acordo com estes pressupostos, Vila, Diogo e Vieira (2008) assumem que, à luz a teoria de Pavlov, o mesmo processo que leva à resposta condicionada, ainda mais rapidamente se vai desfazer, para obtermos um processo de recondicionamento, uma vez que a aprendizagem secundária será mais rápida do que a original.

Ostermann e Cavalcanti (2011) mencionam que, pela teoria do reflexo condicionado de Pavlov, podemos perceber que, mesmo quando se tira o ec, após várias repetições da experiência, e o cão continua a salivar inicialmente, pouco a pouco, ao verificar que o mesmo já não está ali, a sua resposta vai diminuindo. Esta experiência leva à conclusão de que o mesmo reflexo condicionado provocado pelo ec, ou seja, a salivação, desaparece quando o ec deixa de estar presente, ou seja, o alimento (Ostermann, & Cavalcanti, 2011).

“Em 1903 publicou um artigo denominando o fenômeno de reflexo condicionado, que podia ser adquirido por experiência, chamando o processo de condicionamento.” (Ostermann, & Cavalcanti, 2011, p.15).

Desta forma podemos dizer que a aprendizagem está sujeita a um conjunto de fatores interligados pelo que a desaprendizagem diz respeito à diminuição de um comportamento que é inadequado (Vila, Diogo, & Vieira, 2008). No condicionamento clássico, o reflexo condicionado dá-se por associação de diferentes estímulos que provocam uma resposta, o que significa que há um elo entre eles (Vila, Diogo, & Vieira, 2008).

Conclusão

De acordo com a literatura podemos observar o reflexo condicionado como uma das formas mais clássicas de aprendizagem através de ec e rc, a qual, pode ser utilizada na compreensão da aprendizagem das várias espécies de animais, inclusive quando se trata de compreender a aprendizagem humana. A teoria de Pavlov, de acordo com os pressupostos associados ao processo de aprendizagem, foi um grande contributo no que concerne às teorias da aprendizagem comportamental, já exploradas à luz de outras experiências tais como a do condicionamento operante.

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References:

  • Ostermann, F., & Cavalcanti, C.J.H. (2011). TEORIAS DA APRENDIZAGEM. Acedido a 6 de junho de 2016 em ufrgs.br/sead/servicos-ead/publicacoes-1/pdf/Teorias_de_Aprendizagem.pdf;
  • Vila, C., Diogo, S., & Vieira, A. (2008). APRENDIZAGEM. [em linha] COM.PT, O PORTAL DOS PSICÓLOGOS, www.psicologia.com.pt. Acedido a 6 de junho de 2016 em www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0125.pdf.
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