Quociente de Inteligência (QI)
O qi é diz respeito à correlação entre a idade mental e a cronológica, bem como ao grau de maturação abstrata, como é o caso das emoções. Pode ser avaliado de diferentes formas, dependendo da informação que se pretende obter em relação às capacidades do indivíduo.
De acordo com Santana (s.d.) o quociente de inteligência ou qi, é a técnica utilizada pelos profissionais para avaliar a inteligência humana em função da idade cronológica do indivíduo.
Ao falar de qi, não podemos deixar de falar de Alfred Binet e de Theodore Simon, pais da ciência que estuda a avaliação do qi, uma vez que ambos se debruçaram sobre a questão dos indivíduos que, em idade escolar, se encontravam desfasados ao nível da inteligência, em relação aos seus colegas da mesma idade (Santana, s.d.). Esta preocupação por parte dos autores, tinha como objetivo proporcionar as respostas às necessidades destes alunos, mediante as dificuldades observadas no seu desempenho (Santana, s.d.).
No entanto, outros autores debruçaram-se, de igual forma, em estudar o qi do indivíduo, mediante a idade mental e a cronológica, sendo que, a Weschler Bellevue Intelligence Scale é uma das mais famosas e utilizadas até aos dias de hoje (Weschler, & Sternerg, s.d.). Esta escala permite avaliar o grau de qi do indivíduo, a longo prazo desde a fase pré escolar até à fase adulta, através da qual, mais tarde, se desenvolveu diferentes instrumentos da mesma linha, no sentido de avaliar diferentes faixas etárias, como é o caso da Weschler Adult Intelligence Scale (WAIS) (Weschler, & Sternberg, s.d.).
No que diz respeito à primeira escala, o instrumento que os autores criaram, foi designado de Escala de Binet-Simon e, mais do que avaliar a capacidade ou incapacidade do indivíduo para prosseguir os estudos, pretendia compreender em que medida estes alunos sentiam dificuldades, para que se pudesse criar estratégias de auxílio à sua aprendizagem, de modo a terem as mesmas oportunidades (Santana, s.d.).
A técnica a colocar em prática consistia em colocar diferentes tarefas para que os alunos realizassem, começando pelas mais básicas e aumentando o grau de dificuldade até às mais complexas, tendo em conta a idade cronológica (Santana, s.d.).
Além da avaliação do qi em função da idade cronológica, mais tarde, houve também o interesse em criar uma escala que medisse a idade mental, já que se verificou que a mesma também afeta as capacidades que cada pessoa tem (Santana, s.d.).
De acordo com Santana (s.d.) a idade mental não depende da idade cronológica, tendo como princípio básico a capacidade do indivíduo, em fase infantil, de desenvolver determinada tarefa considerada mais complexa.
Partindo do conceito de idade mental e de idade cronológica, chegamos então à definição de qi que correlaciona as duas variáveis e, através da mesma, o profissional tem a possibilidade de perceber se o indivíduo é precoce, se tem algum tipo de atraso, ou se corresponde ao padrão médio para a sua fase de desenvolvimento (Santana, s.d.).
Considera-se que, um indivíduo com qi de 100, está dentro dos parâmetros padrão e uma escala de avaliação de inteligência (Santana, s.d.).
Santana (s.d.) faz a ressalva de a partir dos trabalhos de Binet e Simon, o qi avalia as competências linguísticas, os pensamentos lógicos, os matemáticos, os analíticos, a capacidade de abstração e de desenvolvimento escolar, ao longo do ciclo vital, no entanto, não avalia a qualidade de vida (qdv) nem o grau de felicidade. Isto significa que o indivíduo com scores indicadores de precocidade não é necessariamente mais feliz, nem o indivíduo com scores indicadores de atraso mental, tem, necessariamente, menos qdv (Santana, s.d.).
No que diz respeito à avaliação destas variáveis mais abstratas como o pensamento e a emoção, a Weschler vem no sentido de dar a resposta à mesma, já que permite compreender o grau de maturidade do indivíduo no que concerne à inteligência, às emoções, à memória e ao desenvolvimento mental (Edwards, 1974, cit in Weschler, & Sternberg, s.d.).
A especificidade dos instrumentos elaborados por Weschler, como a WAIS, é exatamente aquilo que diferencia esta escala de inteligência, daquela anteriormente elaborada por Binet e Simon, já que contempla questões mais sensíveis, igualmente observadas, no que concerne à avaliação do adulto (Weschler, & Sternberg, s.d.).
Deste modo, é importante compreender que as escalas de qi não avaliam todas os mesmos parâmetros associados à inteligência do indivíduo, nem sempre da mesma forma (Santana, s.d.).
Conclusão
O qi vem sendo estudado já ao longo do tempo e de acordo com a evolução da ciência, por diferentes autores e de diferentes pontos de vista. Tendo em conta as suas diferentes especificidades, ele avalia questões relacionadas com raciocínio lógico e matemático, com velocidade do mesmo ou ainda com emoções, maturidade, pensamentos, entre outros aspetos, dependendo da escala que se utiliza e da avaliação que se pretende fazer.
References:
- Santana, A.L. (s.d.). Quociente de Inteligência (QI). [em linha]. InfoEscola Navegando e Aprendendo. infoescola.com. Acedido a 20 de dezembro de 2016 em http://www.infoescola.com/psicologia/quociente-de-inteligencia-qi/;
- Weschler, D., & Sternerg, R. (S.D.) Conceitos e Teorias da Inteligência. ul.pt/bitstream/10451/3987/95/ulsd053435_td_cap3.pdf.