A psicologia hospitalar atua individualmente e em grupo, em contexto psicoterapêutico.
Estudos como os de Castro e Bornholtdt (2004), Marcon, Luna e Lisbôa (2004) e Silva (2012) mostram que, quando estudamos a psicologia hospitalar, deparamos, frequentemente, com algumas dificuldades no que concerne ao material teórico e às pesquisas na literatura científica internacional relacionadas com a temática.
Se já existe as práticas da mesma se mostram fragmentadas e, de certo modo, desordenadas, a adoção do termo da psicologia hospitalar caminha no sentido oposto à busca de uma identidade para o psicólogo, como profissional de saúde, que atua em contexto hospitalar (Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012; Yanamoto, Trindade, & Oliveira, 2002).
Castro e Bornholtdt (2004) Marcon, Luna e Lisbôa (2004) e Silva (2012) mostram como se verificam algumas dificuldades no que diz respeito às definições de psicologia da saúde, da psicologia clínica e da psicologia hospitalar, porque se encontram várias semelhanças quanto à prática dos psicólogos, em cada uma delas.
Encontramos ainda a psicoterapia individual e a psicoterapia de grupo que, embora atuem de forma diferente, podem ser realizadas e desenvolvidas dentro dos três campos citados (Castro, & Bornholtdt, 2004; Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012).
Para Castro e Bornholtdt (2004) Marcon, Luna e Lisbôa (2004) e Silva (2012) tanto a psicologia clínica como a psicologia da saúde abrangem abordagens cuja importância foca questões do foro psicológico, social, físico, de saúde e de doença.
No que diz respeito à psicologia hospitalar, a sua atividade pode ser incluída nos princípios da psicologia da saúde, no ambiente do hospital propriamente dito (Castro, & Bornholtdt, 2004; Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012).
Parece então fundamental que o psicólogo da saúde esteja devidamente preparado profissionalmente para trabalhar nesse mesmo contexto, o que implica que seja capaz de refletir sobre a sua formação de base, no sentido de compreender se a mesma lhe permite dar as respostas necessárias à população com quem vai intervir (Castro, & Bornholtdt, 2004; Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012). Consideramos pertinente falar sobre a formação do psicólogo porque se sabe que a aprendizagem não deve ser só teórica e técnica, uma vez que o profissional trabalha com pessoas, pelo que se compromete socialmente e tem de estar preparado para lidar com os problemas de saúde mais comuns naquela região, o que pressupõe que haja condições para atuar em equipa junto dos médicos, dos enfermeiros, dos auxiliares, etc (Castro, & Bornholtdt, 2004; Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012).
Em concordância com estes dados, Castro e Bornholtdt (2004) Marcon, Luna e Lisôa (2004) e Silva (2012) demonstram que nem todos os contextos têm os serviços de saúde adequados, devido principalmente às desigualdades existentes, pelo que as suas pesquisas indicam.
Isso exige de nós, enquanto profissionais e cidadãos que, em primeiro lugar, estejamos munidos do conhecimento profundo dessa realidade, para que possamos intervir construtivamente nesse campo e promover a efetividade dos serviços de psicologia hospitalar, o mais amplamente possível (Castro, & Bornholtdt, 2004; Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012). Por outro lado, devido às práticas elitistas, a tendência é para que apenas uma parte da população tenha o devido acesso aos serviços acima mencionados (Castro, & Bornholtdt, 2004; Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012).
Assim, na tentativa de combater as desigualdades, uma das coisas a fazer, poderia ser a utilização indiscriminada da prática da psicoterapia individual, uma vez que há contextos em que a população ou tem outras necessidades mais básicas, ou até mesmo não chega à instituição por falta de recursos (Castro, & Bornholtdt, 2004; Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012).
É devido a estes fatores que Castro e Bornholtdt (2004), Marcon, Luna e Lisbôa (2004) e Silva (2012) concordam com a necessidade de rever e atualizar os recursos, tanto ao nível de formação profissional quanto ao nível das estratégias de inserção dos psicólogos.
É preciso romper com a “prática do silêncio”, que compreende a pessoa isolada da sociedade (Moura, 2003, cit in Castro, & Bornholtdt, 2004), e elaborar um modelo profissional que considere a ação histórica dos indivíduos (Castro, & Bornholtdt, 2004; Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012).
A psicologia é uma ciência ainda jovem, e a sua participação histórica nos programas de saúde ainda dá os primeiros passos pelo que queremos destacar a sua importância para podermos discutir, compreender e assumir a função e o papel que nos cabe para transformar a realidade (Castro, & Bornholtdt, 2004; Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012).
O próprio psicólogo necessita dessas reflexões para que, efetivamente torne a rédea do seu trabalho nos programas de saúde e para que os serviços abram espaço para a atuação de novos profissionais nessas equipas (Castro, & Bornholtdt, 2004; Marcon, Luna, & Lisbôa; Silva, 2012).
Conclusão
Em conclusão podemos perceber que a psicologia hospitalar tem um campo de atuação muito semelhante ao da psicologia clínica e ao da psicologia da saúde, complementando-as. No entanto, devido às diferentes realidades em que cada profissional desta área atua, a disponibilidade dos serviços não é a desejável, o que leva a incansável necessidade de procurarmos corrigir esta tendência para que se possa prestar melhores serviços aos utentes das unidades de saúde.
References:
- Castro, E.K., & Bornholdtd, E. (2004). Psicologia da Saúde x Psicologia Hospitalar: Definições e Possibilidades de Inserção Profissional. Health psychology x hospital Psychology: definitions and insertion of professional possibilities. PSICOLOGIA CIENCIA E PROFISSÃO, 24(3). 48-57;
- Marcon, C., Luna, I.J., & Lisbôa, M.L. (2004). O Psicólogo nas Instituições Hospitalares: Características e Desafios. Psychologists working in hospitals: features and challenges. PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO. 24(1), 28-35;
- Silva, D.B. (2012). PSICOLOGIA HOSPITALAR. [em linha]. PT – O PORTAL DOS PSICÓLOGOS. www.psicologia.pt.