A intoxicação por abuso de substâncias está associada ao uso de qualquer droga com o propósito diferente daquele normalmente indicado, ou de maneira ou em quantidades diferentes das indicadas.
A dependência de drogas trata-se de uma compulsão em continuar a consumir a droga para produzir os efeitos desejados ou para prevenir o aparecimento dos sintomas de abstinência que ocorrem quando ocorre carência do organismo. Situações de overdose de psicoanalépticos, especialmente de estimulantes da vigília, intencional ou acidental, são os motivos mais comuns, entre os usuários da Rede de Atenção Psicossocial, para estes quadros clínicos.
Conhecemos ainda a síndrome simpaticomimética em intoxicações por abuso de substâncias psicoativas como um quadro de emergência ou de urgência que leva à excitação do sistema nervoso central. As substâncias causadoras da síndrome mimetizam as aminas biogênicas (adrenalina, serotonina e dopamina) e a forma adrenérgica da síndrome, em diferentes graus de intensidade, geralmente é causada por abuso de anfetaminas, cocaína, crack, ácido lisérgico, cafeína e teofilina.
A forma serotoninérgica da síndrome pode ocorrer por reação a antidepressivos inibidores da monoamino-oxidase, atualmente pouco usados.
O abuso de anfetaminas provém de armazenamento caseiro, a partir do contrabando de metilfenidato ou de dextroanfetaminas, conseguidos ilegalmente ou legalmente. O primeiro é comprado legalmente através de receitas para pessoas supostamente portando transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, o segundo consegue-se através de receita para emagrecimento. Pessoas com taqui-arritmias são as mais vulneráveis, pois a intoxicação pode complicar seriamente o quadro cardíaco.
Intoxicação aguda
A intoxicação caracteriza-se pelo desenvolvimento de síndromes específicas devidas à ingestão recente (ou exposição) à substância. O tratamento da intoxicação aguda visa à retirada ou à recuperação dos efeitos agudos das substâncias. A desintoxicação não visa, primordialmente, aos cuidados dos problemas de ordem psicológica, social ou comportamental, decorrentes do uso de substâncias. No entanto, o médico de emergência deve saber de que é o primeiro local de tratamento para muitos doentes e de que a desintoxicação é parte do continuum de cuidados para, profissionais nos setores de emergência identificam menos de 50% dos casos de problemas relacionados ao álcool, e, mesmo profissionais treinados podem identificar corretamente não mais que 50% dos pacientes intoxicados pelo álcool.
A intoxicação do sistema nervoso central e outros sistemas leva a sérias limitações na capacidade de realizar as tarefas diárias que anteriormente eram delineadas pelo próprio doente.
Tratamento
No processo de desintoxicação do doente, é preciso certificar de que a substância foi eliminada de forma que o mesmo volte a poder ter controloda sua vida novamente. Uma das vazes mais importantes da avaliação é compreender se existem familiares ou cuidadores capazes de compreender as dificuldades e necessidades do doente, especialmente nos casos de dependência. Devido aos contornos de um quadro de intoxicação por abuso de substâncias, por vezes, o tratamento torna-se numa forma de cuidado paliativo (que reduz a intensidade de um transtorno). Em outros casos é apenas o primeiro contato com o tratamento e o primeiro passo para a recuperação. A decisão sobre o local mais adequado para a continuidade do tratamento envolve controvérsias; entretanto, existem considerações que podem ser úteis para nortear esta tomada de decisão.
Em situações graves, a prioridade inicial é assegurar vias aéreas, manter ventilação e a oxigenação, manter acesso endovenoso. O serviço de saúde que está disponível deve entrar com contacto com o Centro de Informações Toxicológicas, por telefone, passando o caso, discutindo-o e anotando as indicações recebidas, muitosrequerem cuidados intensivos, como ventilação mecânica, controle do balanço hidroeletrolítico e drogas vasoativas. Dependendo de cada quadro clínico, serão tomadas diferentes providências para os profissionais entrarem em ação.
Conclusão
Depois de vários estudos podemos dizer que a intoxicação por abuso de substâncias é considerada uma questão de saúde pública extremamente relevante em praticamente todo o mundo. Devido ao elevado número de situações diversas, não podemos olhar para nenhum tipo de abordagem interventiva de forma isolada pelo que a mesma deve manter um caris multidisciplinar devido às suas complexas características.