A homoparentalidade diz respeito à possibilidade de indivíduos homossexuais de terem acesso à adoção com os mesmos direitos e deveres dos heterossexuais.
Continua a ser grande a situação controversa a que assistimos quando falamos em homoparentalidade uma vez que ainda e grande o número de estudiosos que acredita na influência da orientação sexual destes casais para com a ideia de criarem e educarem um filho (Silva, Sousa, & Fernandes-Eloi, 2017).
No entanto, também não podemos deixar de referir que muitos estudos e muita investigação indicam que a criação e educação dos filhos sobre a mesma influência, tanto por casais heterossexuais como por casais homossexuais (Silva, Sousa, & Fernandes-Eloi, 2017).
Inclusive, trabalhos disponibilizados por Fontaine em 2010, no que diz respeito à influência entre a orientação sexual dos pais de famílias homoparentais e o desenvolvimento sexual das crianças, demonstrou ser semelhante ao de famílias tradicionais, quando comparadas as duas vertentes. Estas conclusões fazem alusão não só à orientação sexual como também à identidade de género no que concerne ao sexo biológico (Fontaine, 2010).
Toda esta vasta complexidade acerca do assunto que se pretende focar na homoparentalidade, mostra-nos que a importância no que concerne aos filhos diz respeito mais à qualidade estabelecida no relacionamento com os mesmos, juntamente com o cuidado com a construção do vínculo afetivo estabelecido (Silva, Sousa, & Fernandes-Eloi, 2017).
“A partir da legitimação e do reconhecimento da conjugalidade homossexual, bem como da constituição das famílias homoparentais, preconceitos relacionados a sexualidade e gênero são problematizados, a partir de argumentos que hierarquizam direitos e desprestigiam valores” (Silva, Sousa, & Fernandes-Eloi, 2017, p. 61).
Em termos gerais, Fontaine (2010) concluiu através de trabalhos que realizou e da literatura analisada, não existirem diferenças relevantes entre os dois tipos de desenvolvimento infantil, no que concerne aos dois cenários, sejam eles de famílias tradicionais, ou seja, heterossexuais, sejam de famílias homoparentais.
Conclusão
Parece evidente, segundo os vários estudos, que ainda não se encontraram grandes questões de relevância no que diz respeito às diferenças de educação e de criação dos filhos entre casais heterossexuais quando comparados com situações de homoparentalidade. No entanto, uma vez que a escassa existência de diferenças neste sentido, poder-nos-á levar a questionar os motivos que possam, de alguma forma, levar a que possa haver algum tipo de prejuízo no acesso à criação e educação dos filhos por parte destes indivíduos.
- Fontaine, J.G.A.M. (2010). DESCONSTRUINDO PRECONCEITOS SOBRE HOMOPARENTALIDADE. LES Online, Vol. 2, No 2 (2010). Disponível em www.ilga-portugal.pt/ficheiros/pdfs/gatoLESonline.pdf
- Silva, J.A, Sousa, A.M.B.D, & Fernandes-Eloi, J. (2017). Homoparentalidade no Contexto da Adoção e das Prática Parentais: Uma Revisão Sistemática. Pensando Famílias, 21(2), dez 2017, (60-75).