Homicídio

O crime do homicídio é definido pela morte de uma pessoa, causada por outra, podendo ser intencional ou não.

Homicídio

O crime do homicídio é definido pela morte de uma pessoa, causada por outra, podendo ser intencional ou não.

Ao longo das duas últimas décadas, especialmente a partir de meados da década de 1980, a violência vem crescendo e consolidando-se nos vários cantos do mundo (Peres, Cardia, Neto, Santos, & Adorno). Esse flagelo advém não somente ao nível urbano, como também pela perpetuação de graves violações de direitos humanos, seja sob a forma de linchamentos, execuções sumárias ou violência policial (Peres, Cardia, Neto, Santos, & Adorno, 2008).

No que se refere especificamente à escala da violência urbana, os estudos apontam a tendência de crescimento das mortes por homicídios desde meados da década de 1980, como já havíamos referido pelo que alguns estudos iniciais, de caráter descritivo, permitiram a identificação de alguns fatores de risco, tais como prevalência entre jovens de 15 a 29 anos, ser homem e morar em grandes centros urbanos (Peres et al, 2008). Mais recentemente, estudos nacionais vêm tentando analisar a existência de associação entre a mortalidade por homicídios e uma série de indicadores de desenvolvimento sócio-económico, buscando, em última instância, responder à questão sobre a existência ou não de associação entre a pobreza e a violência (Dreher, & Angonese, 2014; Peres et al, 2008).

Não podemos deixar de mencionar o comportamento suicida que pode ser definido como todo o ato pelo qual uma pessoa causa lesão a si mesmo, qualquer que seja o grau de intenção letal e de consciência do verdadeiro motivo (Sá, & Werlang, 2007). Para Litman (1987, 1988, cit in Sá, & Werlang, 2007) a intenção é a chave para compreender o processo psicológico inerente ao suicídio e existem estágios no desenvolvimento da intenção, que se iniciam, na maior parte das vezes, com a ideia de morte, que se desloca para o desenvolvimento de um plano ou projeto, que passa a ser implementado por tentativas realistas ou imaginárias, numa ação auto destrutiva (Sá, & Werlang, 2007). No homicídio seguido de suicídio a ação de matar e a intenção de morrer concretizam-se pela conjunção de vários elementos, numa categoria, certamente carregada de desejos e tendências predominantemente agressivos, acompanhados das circunstâncias que envolvem ou contextualizam o próprio evento (Sá, & Werlang, 2007).

Antropologia do homicídio

A humanidade sempre foi marcada por crimes cometidos em função de um ciúme doentio (Dreher, & Angonese, 2014). É acerca dos sentimentos inerentes ao ser humano que se desenvolve o interesse pelo estudo do homicídio passional, tão intrigante pelas suas características, em que o indivíduo afirma que matou pelo mais nobre sentimento (Dreher, & Angonese, 2014).Durante o desenvolvimento da humanidade, foram-se estabelecendo padrões de comportamento para os diferentes géneros (Dreher, & Angonese, 2014).

Na antiguidade, e até nos dias de hoje, a mulher era vista como um ser mais frágil, recatada, mulher-mãe e dona do lar e o homem, o provedor do trabalho e da inserção social. Esses perfis representavam a passividade feminina e a autonomia masculina o que levava a que, quando um dos dois não se ajustava ao cônjuge, surgiam os conflitos (Dreher, & Angonese, 2014).

A forma como a sociedade vê o homicida é ultrapassada e fria (Dreher, & Angonese, 2014). Em muitos casos, o desencadear do impulso assassino verifica-se em pessoas que, até então, possuíam uma conduta social irrepreensível (Dreher, & Angonese, 2014). Por mais que cientificamente se tente definir o ser humano como eminentemente racional, é inegável o poder dos sentimentos (Dreher, Angonese, 2014).

Para Souza (2010, cit in Dreher, & Angonese, 2014), o perfil do homicida pode ser definido por características da personalidade do indivíduo, com base naqueles que já cometeram o crime. Ressalva-se que não deve ser considerado um homicida passional o indivíduo que apresente uma o outra característica de forma isolada (Dreher, & Angonese, 2014).

É preciso ainda compreender o comportamento da vítima porque a personalidade ajuda a perceber se é um crime passional (Dreher, & Angonese, 2014).

Conclusão

De acordo com a revisão da literatura o homicídio é causado por uma pessoa ou mais, com função de matar a vítima para atingir o seu objetivo. O homicídio é realizado, na maior parte das vezes, por homens, devido a questões passionais relacionadas com o seu sentimento de superioridade em relação às mulheres, o que leva à luta pela igualdade de direitos que já vem acontecendo desde meados do século xx.

Uma das considerações fundamentais quando procuramos perceber o processo do homicídio é recolher informação acerca da personalidade tanto do criminoso como da vítima, para que se possa intervir ao nível da intervenção precoce.

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References:

  • Dreher, S., & Angonese, A.S. (2014). SENTIMENTOS MOTIVADORES DO HOMICÍDIO PASSIONAL. Revista Psicologia em Foco v.6 n.8, p.59-77. Dez 2014;
  • Peres, M.F.T., Cardia, N., Neto, P.M., Santos, P.C., & Adorno, S. (2008). Homicídios, desenvolvimento socioeconômico e violência policial no Município de São Paulo, Brasil. Revista Panam Salud Publica/Pan Am / Public Health 23(4), 2008. Acedido a 31 de maio de 2016 em http://iris.paho.org/xmlui/handle/123456789/7712
  • Sá, S.D., & Werlang, B.S.G. (2007). Homicídio seguido de suicídio na cidade de Porto Alegre. Homicide followed by suicide in Porto Alegre city, Brazil. [em linha] SCIELO BRASIL, www.scielo.br. Estudos de Psicologia | Campinas | 24(2) I 181-189, Abril e Junho. Acedido em 31 de maio de 2016 em www.scielo.br/pdf/estpsi/v24n2/v24n2a05.pdf
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