Famílias em risco são as que vivem em extrema pobreza e em cenários desfavorecidos que lhes trazem consequências nefastas que impedem a resposta às suas necessidades básicas.
Famílias em risco, diz-nos a literatura que são aquelas cujos membros vivem em ambientes desfavorecidos e desestruturados, desorganizados e disfuncionais (Ceconello, & Koller, 2003).
A preocupação da comunidade científica com estas famílias diz respeito às consequências nefastas que os seus elementos podem sofrer ao longo do seu desenvolvimento (Ceconello, & Koller, 2003).
Trata-se aqui de famílias que vivem em verdadeira situação de pobreza e, em muitos casos, também pautadas pela violência, com contornos de ausência de segurança física no próprio ambiente de residência, tráfico, roubos, assaltos, assassinatos, dificuldades financeiras, baixa instrução, o que, tudo junto, compromete por completo o desenvolvimento de todos os membros (Ceconello, & Koller, 2003).
Em muitos destes cenários, as crianças destas famílias são criadas na rua, devido à pobreza extrema e falta de condições de proteção (Rosemberg, 1994).
Uma das consequências negativas mais nefastas do problema das famílias em risco é que, devido a todas estas condicionantes, as mesmas acabam por não ter a disponibilidade necessária para a educação dos seus filhos, originando situações de elevado stress e comprometendo o desenvolvimento emocional dos mesmos (Ceconello, & Koller, 2003).
É aqui que nascem muitas patologias infantis, associadas ao abandono familiar e em casos mais graves, muitas das mesmas enveredam pela prostituição (Rosemberg, 1994).
Os estudos evidenciam ainda a existência de famílias em risco cuja figura parental não existe, pelo que a mulher, sozinha, tem a total responsabilidade sobre os filhos e nem sempre consegue dar resposta às suas necessidades, ou então, situações em que a mesma figura parental envereda por comportamentos desviantes como abuso de álcool, agressividade e desvinculação total da família (Rosemberg, 1994).
Conclusão
As famílias em risco vivem uma complexidade de cenários de grave situação, tais como violência, dependência, patologias graves, abandono das suas crianças, pobreza extrema, entre outros. Em grande parte das vezes, a grande consequência do risco que estas famílias corre, é o futuro nada próspero das suas crianças, uma vez que crescem desprovidas de proteção, segurança, saúde, qualidade de vida e bem-estar.
- Conocello, A.M, & Koller, S.H. (2003). Inserção Ecológica na Comunidade: Uma Proposta Metodológica para o Estudo de Famílias em Situação de Risco. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003, 16(3), pp. 515-524;
- Rosemberg, F. (1994). CRIANÇAS POBRES E FAMILIAS EM RISCO: AS ARMADILHAS DE UM DISCURSO. Bras. Cresc. Des. Hum. S. Paulo, IV(1), 1994. Disponível em http://www.periodicos.usp.br/jhgd/article/view/37710/40438.