Ambiente escolar

O ambiente escolar diz respeito à dinâmica vivida entre todos os elementos da comunidade escolar, principalmente, professores e alunos.

Ambiente escolar

O ambiente escolar diz respeito à dinâmica vivida entre todos os elementos da comunidade escolar, principalmente, professores e alunos.

Tonelotto (2002) entende o ambiente escolar como um local onde se encontram espaços destinados a salas de aula que, na maioria das vezes, são algo limitados, além de se associarem, habitualmente, a tipos específicos de comportamentos admissíveis para uma sala de aula.

Na maioria dos casos, porém, o número de comportamentos que é aceitável em ambiente escolar, dentro da sala de aula, que é onde os alunos passam a maioria do seu tempo, é também, bastante restrito, sempre com o objetivo de atingir resultados eficazes e bem sucedidos (Tonelotto, 2002). No entanto, de acordo com Souza e Castro (2008) os estudos apontam para os comportamentos considerados inaceitáveis em ambiente escolar, como dizendo respeito à violência verbal e física dos alunos para com os professores e, muito raramente, se aborda a mesma questão da forma inversa, ou seja, observando a possibilidade de o conflito ter sido despoletado, não pelo aluno mas pelo professor.

Nesse sentido observam-se os trabalhos de Tricoli (2002, cit in Souza, & Castro, 2008) que demonstram como professores com atitudes stressantes recaem sobre os seus alunos, e levam os mesmos a desenvolverem níveis de stresse, também mais elevado.

Souza e Castro (2008) entendem que, para obter um bom ambiente escolar, é necessário que o comportamento dos alunos não seja conflituoso nem perturbador, no sentido de respeitar as normas vigentes na sala se aula, e evitar o baixo rendimento geral.

Para que se consiga atingir todos os objetivos relacionados com um ambiente escolar funcional, é necessário interferir com diferentes aspetos associados ao desenvolvimento da criança que passam pelos cognitivos, físicos, emocionais e sociais (Lopes, 1998; Papalia, & Olds, 2000, cit in Tonelotto, 2002).

É importante perceber que, para conseguir um bom ambiente escolar, pressupõe-se diferentes aptidões como a capacidade tanto dos alunos como dos professores, para se relacionarem de forma positiva, mas também, dos próprios alunos entre si (Tonelotto, 2002).

Isto significa que os relacionamentos interpessoais construídos na escola, contam, largamente, para aumentar a probabilidade de as crianças terem um bom desempenho, no que diz respeito às metas a atingir na aprendizagem escolar (Tonelotto, 2002).

Porém, em algumas situações, a capacidade dos alunos para manter um bom ambiente escolar, cai por terra, quando os mesmos têm determinadas características específicas que fogem ao padrão comum de comportamento e meio de aprendizagem em contexto de aula (Souza, & Castro, 2008). Nestes casos, os alunos tornam-se mais agitados e agressivos devido à ruptura existente entre eles e os professores, quando se apercebem que as suas necessidades não têm a atenção e os cuidados que esperariam obter por parte dos mesmos (Souza, & Castro, 2008).

“..estas crianças apresentam-se de forma agressiva na escola com o fim de vivenciar aquilo que seus lares não puderam oferecer: a possibilidade de uma expressão afetiva mais espontânea e o estabelecimento de limites” (Souza, & Castro, 2008, p.839).

Alguns dos aspetos que se encontram em causa no que concerne à capacidade de relacionamento interpessoal, entre os pares, são as capacidades para evitar comportamentos hostis, evitar o egocentrismo, dar e receber ajuda, a noção da própria identidade, a igualdade, a reciprocidade, entre outros (Tonelotto, 2002).

Quando as crianças se relacionam positivamente entre si, em ambiente escolar, estão a adquirir competências sociais futuras de forma prazerosa e produtiva (Tonelotto, 2002).

O fato de serem capazes de gerir as suas relações da melhor forma, faz com que as crianças sejam capazes de se respeitar entre si e dá-lhes bagagem para conseguirem aceitar ganhos e perdas de forma tolerante, sem reagir negativamente à frustração (Tonelotto, 2002).

No entanto, s estudos de Tonelotto (2002) demonstram, claramente, que, em contexto de aula, algumas crianças são melhores aceites do que outras, o que as leva a conseguir também um melhor desempenho global, do que as menos aceites (Tonelotto, 2002).

Se, no primeiro caso, encontramos características de personalidade mais sociáveis e afetuosas, no segundo caso, encontramos mais tendência para o conflito e para as dificuldades de interação entre pares, juntamente com capacidade cognitiva menos boa (Tonelotto, 2002).

Conclusão

O ambiente escolar é construído reciprocamente entre professores e alunos, uma vez que é em sala de aula que todos coabitam a maior parte do tempo. Os estudos demonstram que os comportamentos definidos como adequados para este ambiente, são tidos como bastante limitados, já que as crianças são diferentes entre si e umas têm necessidades mais específicas do que outras. No entanto, cabe, também, aos professores, promoverem a rentabilidade do tempo e do espaço, dando atenção a todos os elementos da turma, para que o ambiente coopere a favor de todos.

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References:

  • Souza, Maria Abigal de, & Castro, Rebeca Eugênia Fernandes de. (2008). AGRESSIVIDADE INFANTIL NO AMBIENTE ESCOLAR: CONCEPÇÕES E ATITUDES DO PROFESSOR. Psicologia em Estudo, Maringá, v.13, n.4, p.837-845, out/dez. 2008.
  • Tonelotto, Josiane Maria de Freitas. (2002). Aceitação e rejeição: percepção de escolares desatentos no ambiente escolar. Psicologia Escolar e Educacional, 6(2), 141-148. Recuperado em 03 de dezembro de 2016, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1413-85572002000200004&script=sci_arttext&tlng=es.

 

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